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Original para a Internet

Uma abordagem espiritual para prevenir a violência armada

Da edição de agosto de 2023 dO Arauto da Ciência Cristã

Publicado anteriormente como um original para a Internet em 11 de maio de 2023.


Moro a algumas horas de Uvalde, Texas, EUA, e a tragédia que aconteceu em uma escola primária naquela cidade, a Robb Elementary School, continua a repercutir por toda a comunidade. É claro que não somos a única região do país que está tendo de lidar com isso e tentando evitar que aconteçam outros eventos trágicos como esse. Seja em relação aos tiroteios em massa, seja quanto ao aumento da violência armada nas cidades, muitas pessoas e comunidades buscam e esperam uma mudança.

Viver de acordo com os preceitos espirituais, que exortam a amar o próximo como a nós mesmos, exige que nos interessemos pelo próximo o suficiente para perceber quando membros da comunidade têm problemas, e para fazer o que pudermos para ajudar. E, ao buscarmos soluções, precisamos deixar espaço para uma abordagem espiritual.

Voltar nossa atenção a Deus põe fim à luta travada contra o medo e a raiva que parecem nos impedir de discernir as mensagens de Deus, a Mente divina infinita, que está sempre nos transmitindo as ideias que trazem harmonia. Isso nos ajuda a chegar ao cerne da questão, isto é, a enfrentar os pensamentos e as emoções sombrias que estão frequentemente por trás dos atos de violência.

Ao ponderar sobre a necessidade de superar esses pensamentos sombrios, Mary Baker Eddy, a Fundadora da Ciência Cristã, escreveu: “Os elementos reprimidos da mente mortal não necessitam vir à tona por meio de uma explosão terrível. Não é necessário tolerar temporariamente a inveja, a rivalidade e o ódio, até que o sofrimento os destrua; eles deveriam ser sufocados por falta de ar e de liberdade” (Escritos Diversos 1883–1896, p. 356).

A melhor maneira que encontrei para sufocar os “elementos reprimidos” do pensamento mortal, os quais podem levar à violência, foi reconhecer a verdadeira identidade de todos nós, aquela que nos foi dada por Deus. Nossa identidade espiritual é incapaz de ser atraída ou tocada pelo mal. A Bíblia declara[SMS1] : “Eu é que sei que pensamentos tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos de paz e não de mal, para vos dar o fim que desejais” (Jeremias 29:11). Não fomos criados para machucar ninguém. Cada um de nós foi criado para amar. Compreender esse fato é uma poderosa ferramenta na busca pelo desarmamento.

O Antigo Testamento descreve uma situação em que Davi se sentiu desrespeitado por um homem chamado Nabal e, em consequência, decidiu matá-lo. Abigail, esposa de Nabal, corajosamente interveio e recorreu à bondade inata de Davi. A argúcia, a sabedoria, a coragem e o amor espirituais que ela expressou neutralizaram o ódio explosivo que Davi estava sentindo, fazendo-o perceber o erro de seus métodos, e o ataque foi evitado (ver 1 Samuel 25:4–38).

Diferentemente de Abigail, talvez não tenhamos como argumentar diretamente com o atacante em potencial, ou mesmo saber quem pretende realizar um ataque. Mas a oração nos conecta com Deus, o bem inteligente sempre presente, cuja luz é refletida em cada um de nós. A Bíblia nos diz: “Deus é luz, e não há nele treva nenhuma” (1 João 1:5). Nada pode se esconder da luz de Deus, o Amor divino.

Cristo Jesus provou que esse Amor é o maior poder que existe. Por meio do Amor, ele enfrentou o ódio assassino e curou doenças mentais e físicas. Também mostrou que quando nos sentimos ameaçados pelo medo paralisante, o Cristo, o poder salvador de Deus, está presente para nos guiar e proteger. Jesus não tolerou o mal. Ele o expôs e chamou-o de “mentiroso”, cujas mentiras podem ser corrigidas pelo Amor. Mostrou que o Amor divino nos dá muros de proteção e constrói pontes.

Há vários anos, trabalhei para uma instituição que oferecia lar temporário para adolescentes que estavam passando por algum tipo de crise. Durante aquele período, jovens com os históricos mais complicados eram enviados para nós, trazendo desafios ao programa.

Eu orava todos os dias, antes de ir para o trabalho, reconhecendo que Deus estava no controle. Também orava para ver, não o mortal rotulado como problemático, mas a verdadeira identidade de cada um como filho de Deus, isto é, espiritual e bom, criado para amar e ser amado.

Certo dia, desapareceu da cozinha uma das facas grandes do cozinheiro. Vários dias depois, a faca foi encontrada escondida no dormitório dos meninos, e então reforçamos as medidas de segurança.

Algum tempo depois, encontrei um jovem que me cumprimentou e se apresentou, dizendo que havia participado do programa na época em que a faca havia sumido. Contou-me que ele e outro garoto haviam ficado tão furiosos por terem sido detidos, que haviam planejado me atacar com a faca, pegar meu carro e fugir. Mas, no último minuto decidiram não levar o plano adiante. Esse jovem queria que eu soubesse o quanto sua vida havia mudado para melhor, desde aquela época, e fiquei muito feliz por ele.

A grande maioria das pessoas quer uma sociedade em que toda a violência fique no passado. Para alcançarmos isso, podemos começar a desativar a raiva, o ódio e o ressentimento em nosso próprio pensamento, por meio do Amor. Podemos procurar e valorizar a identidade dada por Deus a cada indivíduo, em nossa comunidade. E podemos aprender a amar aqueles que mais precisam de amor, mesmo que não os conheçamos. Em nossos esforços coletivos para vencer essa batalha e acabar com a violência armada, deixemos que os passos espirituais iluminem nosso caminho!

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