Certo dia, há uns dois anos, ao conectar-me ao Facebook, uma foto imediatamente chamou minha atenção. Era um garoto de seis anos chamado Blake, que estava usando uma camiseta laranja com uma mensagem em letras verdes, a qual dizia: “Vou ser seu amigo”. O artigo relacionado à foto explicava que Blake pedira à mãe que lhe fizesse a camiseta, que ele usou no primeiro dia de aula, para mostrar a todos que precisassem de um amigo que já tinham um. A história se espalhou como fogo na palha e inspirou outras crianças e adultos a usar camisetas como essa.
Precisamos muito desse espírito amoroso de inclusão em nosso mundo. Muitas vezes nos deparamos com coisas que fazem com que não nos sintamos amados, que nos sintamos excluídos ou deixados de lado — ou, ainda, que nos levam a pensar ou agir de uma maneira que não é amorosa ou inclusiva.
O que tenho compreendido com o estudo e a prática da Ciência Cristã é que existe um princípio básico poderoso, para lidar com essas questões. A qualquer momento, em toda e qualquer situação, podemos orar para perceber que estamos todos incluídos no amor de Deus, que é o próprio Amor infinito. Então sentimos com mais força a divina e amorosa presença que é Deus, que Se expressa em toda a existência e preenche todo momento.
Orar dessa maneira não apenas eleva nosso pensar e nosso agir, como também toca o coração e a vida das outras pessoas.
Os relatos do Novo Testamento sobre Cristo Jesus revelam que nele estava, de maneira ilimitada, a natureza do amor de Deus, o qual tudo abrange. O ministério de cura realizado por Jesus incluía aqueles que eram considerados à margem da sociedade, aqueles que eram evitados, aqueles que ninguém ousava tocar, aqueles cuja vida parecia estar arruinada e até mesmo aqueles que o odiavam. O resultado era constantemente visto em cura e transformação na vida das pessoas.
O exemplo de Jesus de viver em união com o Amor divino também nos ajuda a reconhecer nossa união inseparável com o Amor. Como diz a Primeira Epístola de João, na Bíblia: “…se amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós, e o seu amor é, em nós, aperfeiçoado” (4:12).
Uma experiência pela qual passei me ajudou a compreender melhor esse ponto. Eu estava chorando de tristeza porque alguns amigos haviam me colocado de lado de uma maneira que eu acreditava que nem eles mesmos haviam percebido. Mas comecei a orar, pedindo a Deus que falasse comigo de modo que eu pudesse verdadeiramente compreender.
Então, um terno sentimento de amor inundou meu coração, quando percebi que essas pessoas haviam sido criadas para expressar o amor de Deus, o qual tudo abrange. Esse sentimento de amor se expandiu ainda mais, na proporção em que mais pessoas me vinham ao pensamento, fossem da minha comunidade ou de outros lugares do mundo inteiro. Percebi que eu também sentia apreço por essas pessoas, porque ninguém pode permanecer separado do Amor divino.
Foi muito edificante, e fiquei feliz! Eu me senti plena de amor — em união com o Amor divino — justo no ponto em que, pouco antes, eu havia me sentido triste e excluída. Senti-me próxima de todos, quando mentalmente reconheci nossa inseparável relação com Deus. Nada no mundo pode impedir o amor de fluir livre e imparcialmente de Deus, o Amor divino, para todos nós.
A tristeza desapareceu por completo. E também pude sentir esse amor quando, nos meses seguintes, várias das pessoas, por quem eu havia me sentido excluída, me procuraram e expressaram compreensão e mostraram estar cientes da situação.
O livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, escrito por Mary Baker Eddy, nos dá esta percepção sobre a natureza do Amor que tudo abrange: “O Amor é imparcial e universal na sua adaptação e nas suas dádivas. É a fonte aberta que clama: ‘Ah! Todos vós, os que tendes sede, vinde às águas’ ” (p. 13).
Quando achamos que existe apenas uma quantidade limitada de amor a ser usufruído, nos deparamos com todos os tipos de bloqueios a respeito de como e quando o amor pode ser sentido e expressado, quem merece amor e quem não, ou quem está incluído e quem está excluído. Mas, quanto mais conseguimos perceber, por meio da oração, que o Amor divino é infinito, mais constatamos que ninguém pode ser excluído do abraço ilimitado e amoroso de Deus — e nossas próprias interações com as pessoas passam a refletir isso com mais constância.
 
    
