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Original para a Internet

O lugar ao qual sempre pertencemos

DO Arauto da Ciência Cristã. Publicado on-line – 13 de junho de 2024


O jornal The Christian Science Monitor publicou recentemente uma reportagem a respeito do relatório de maio de 2023, do Ministério da Saúde dos Estados Unidos, o qual chamou a atenção para o problema da solidão e do isolamento, como sendo um profundo desafio para o bem-estar e a saúde pública. O relatório sugeriu que a conexão social seria o antídoto para o problema, no entanto, como salienta o Monitor, muitos “…estão tendo dificuldade para recuperar o senso de comunidade e de conexão, após uma pandemia que deixou como sequela uma epidemia de solidão” (Harry Bruinius e Sophie Hills, “One is the loneliest number: What will help people connect again?” [O número um é o número mais solitário: o que ajudará as pessoas a se conectarem novamente?], 9 de junho de 2023).

Tanto podemos nos sentir solitários quando cercados por uma multidão, como perfeitamente acompanhados quando estamos sozinhos. Portanto, isso mostra que sentir conexão é mais uma questão de pensamento do que de circunstância. Começando com a oração, e em comunhão com nossa verdadeira fonte, que é Deus, o Amor divino, constatamos que a solidão e o isolamento dão lugar à inspiração e ao discernimento espiritual. A oração nos mostra que, na verdade, nunca estamos sozinhos e que todos os filhos de Deus estão maravilhosamente interligados através da origem que têm em comum. Cada um de nós está firmemente enraizado na família de Deus, uma “…família universal, mantid[a] no evangelho do Amor” (Mary Baker Eddy, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 577). A conscientização desse fato traz um senso de realização espiritual, e maior clareza a respeito de nossa conexão mais fundamental — com Deus — a quem sempre pertencemos.

Jesus veio para nos mostrar o que essa união divina significa e o fez por meio da demonstração do Cristo, o “Emanuel, ‘Deus conosco’ ” (ver Ciência e Saúde, p. 107). A Bíblia conta que Jesus, às vezes, se retirava para um lugar tranquilo, a fim de comungar em solidão com Deus, seu Pai-Mãe. Ali ele deve ter sentido o poder do Amor divino para inspirá-lo e guiá-lo em sua missão de curar e inspirar outros. A Sra. Eddy escreveu a respeito do impacto de Jesus sobre aqueles que ele escolheu para serem seus alunos: “Quando Jesus estava com eles, … a solidão se povoava de santas mensagens do infinito Pai” (Retrospecção e Introspecção, p. 91).

Mesmo durante aquela que poderia ter sido sua noite mais sombria, quando Jesus deu a entender aos discípulos que todos o abandonariam, ele ainda disse: “…contudo, não estou só, porque o Pai está comigo” (João 16:32). Não há sentimento de separação, quando compreendemos o Princípio divino, o Amor; todo senso de vazio já está preenchido com o único constante, confiável e sempre presente Tudo-em-tudo — Deus. 

Quando procuramos aprofundar nossa compreensão a respeito de nossa união inseparável com Deus, vivenciamos paz e contentamento. Ganhamos a vitalidade e a alegria que advêm de saber que vivemos agora mesmo no reino dos céus, ao qual sempre pertencemos. Saber que é impossível nos separar do Amor divino traz à tona um pouco mais nossa real identidade como o reflexo, a ideia de Deus, da Mente infinita. Isso evita que nos deixemos envolver pela aparência de aceitação, de afeto e de pertencimento, que resulta da tentativa de obter a aprovação dos outros ou de nos adaptarmos a ela. Qualquer medo ou ansiedade sobre o que os outros possam pensar a nosso respeito apenas nos distrai da plenitude do bem que o Amor divino nos revela a cada momento. Temos confiança em nossa conexão, quando conhecemos a única fonte verdadeira de tudo.

Nosso amoroso Pai-Mãe Deus está continuamente nos envolvendo e cuidando de nós, portanto, podemos confiar no fato de que nossas necessidades são atendidas, inclusive o anseio humano por amor e relacionamentos pessoais. Crenças egocêntricas, que reforçariam a sensação de estarmos lutando sozinhos, cedem ao toque do Cristo, a mensagem de Deus que nos cura e nos leva a seguir adiante, como Jesus nos mostrou. Deixar de focalizar o ego nos leva à verdadeira alegria, na qual o pensamento se abre para incluir a todos.

Quando aprofundamos e ampliamos a compreensão de nossa união inquebrantável com Deus, também ficamos mais conscientes da conexão natural com as outras pessoas, de modo que ela se manifesta mais plenamente em nossa vida. “A verdadeira oração não é pedir amor a Deus; é aprender a amar e a incluir toda a humanidade em um único afeto” (Mary Baker Eddy, Não e Sim, p. 39). Nós nos conectamos com os outros por meio de nossa conexão com Deus. Quando o foco está concentrado em uma pessoa, a tentativa de relacionar-se com os outros pode, sem querer, ter o efeito oposto. No entanto, à medida que permanecemos focados no objetivo mais elevado de nos aproximarmos mais de Deus, por ser esse nosso relacionamento mais importante, naturalmente nos aproximamos mais dos outros.  

No início de 1896, a Sra. Eddy perguntou, conforme registrado por seu secretário de longa data: “É Deus o Amor? É o Amor infinito?” Ela explicou: “Se personalizarmos ou tivermos um objeto para nosso amor[,] este se torna finito em vez de divino e infinito, e assim perdemos o reflexo divino[,] mas se for o Amor impessoal, ele desdobra recursos ilimitados por meio dos quais podemos fazer o bem[,] que é bom de todas as formas” (Calvin A. Frye, nota no diário, 29 de março de 1896, EF071, © The Mary Baker Eddy Collection).

A oração com base no Cristo, focada em aprender a amar, nos impele a procurar compreender mais e melhor a Deus como a fonte de todo o amor. Crescer em amor expande nossa percepção de Deus e, portanto, de nós mesmos e de nossa conexão uns com os outros. É o Cristo que torna claro nosso relacionamento inseparável com Deus e com todas as ideias de Deus, no reino do Amor divino — ao qual sempre pertencemos.

Larissa Snorek
Redatora-Adjunta

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