Desde os tempos mais antigos, o canto é conhecido como uma manifestação de alegria. Em sua forma religiosa, vem ele desempenhando um papel incomparável. O hino é uma manifestação de louvor a Deus, uma jubilosa gratidão. Com sua beleza, ele faz vibrar os corações.
Mais do que isso, porém, como se constata na Ciência Cristã, os hinos nos podem dar uma visão de harmonia divina. Podem regenerar e curar. Têm eles tal importância em nossas vidas, que jamais poderiam ser relegados a um plano inferior.
Mary Baker Eddy, a Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã, reconhecendo, com discernimento espiritual, o papel que os hinos desempenham, deu-lhes um lugar de destaque em sua Igreja. A história do Hinário da Ciência Cristã remonta ao ano de 1892, quando apenas 26 anos após a descoberta dessa Ciência, era instituído o seu primeiro hinário. Várias alterações e revisões foram feitas entre essa data e o ano de 1932, época em que o hinário atual foi adotado. Dele constam sete poemas escritos por Mary Baker Eddy. Seus títulos, por si sós, revelam a pujança espiritual de sua mensagem: “Amor”, “Manhã de Natal”, “Satisfeito”, “A Oração Vespertina da Mãe”, “Cristo, Meu Refúgio”, “Hino de Comunhão” e “Apascenta as Minhas Ovelhas”.
Além desses, há no Hinário grande número de poemas escritos por Cientistas Cristãos, manifestações de louvor a Deus e gratidão pela verdade revelada através dos ensinamentos da Ciência Cristã. Dele também fazem parte hinos escritos por outros autores cristãos. Por exemplo, vários deles foram adaptados de poemas do poeta americano John Greenleaf Whittier, que sentiu o poder sanador da Verdade durante uma visita que Mrs. Eddy lhe fez. Whittier percebeu que, não só em outras épocas, mas também ainda nos tempos atuais, o Cristo traz a cura:
A veste santa do Senhor
Perene dom terá. Hino n° 96;
A edição atualmente em uso revela ainda outra característica muito importante: tem ela um caráter internacional. Os poemas e as melodias escolhidos pertencem a épocas e a lugares diferentes, num reflexo natural da amplitude do movimento Cientista Cristão, que já havia ultrapassado fronteiras geográficas e de idioma. Muitos desses hinos são cantados e amados por muitos povos. Dessa forma, o Hinário demonstra que, já em 1932, o “evangelho da Ciência Cristã” estava amplamente difundido, tal como o dizem as palavras do hino n° 29:
Conquistou remotas terras
E aos povos já uniu
Pois cruzou os vastos mares
E o mundo redimiu.
Assim como a Ciência Cristã tem um sólido fundamento, a autoridade que as Escrituras lhe conferem, esses hinos estão estreitamente ligados à Bíblia, ecoando seus cantos de louvor ao criador, ao Pai eterno, ao Senhor todo-poderoso, ao Espírito infalível.
Um hino evidencia um momento de comunhão com Deus, um momento registrado sob a forma de uma oração cheia de inspiração e de sublime encanto. Os hinos elevam o pensamento, dão-nos certeza de proteção divina, enriquecem nossas vidas com mensagens de amor e paz, trazem orientação em horas de dúvida, e têm em si a graça do perdão do Cristo Redentor. São mensagens de conforto, esperança e inspiração. Vêm em apoio às nossas mais puras aspirações, despertam em nós um sentimento de abnegação e de amor altruístico. Conduzem-nos à vitória sobre o mal e revigoram nosso afeto e carinho por toda a humanidade. Sustentam-nos em horas de amargura e dissipam nossos temores.
Graças aos hinos, muitas curas foram realizadas; de fato, até certo ponto, houve cura toda vez que um coração sofredor e triste elevou-se a Deus, cantando, ou simplesmente ouvindo, com receptividade, a mensagem de um hino.
Lembro-me de uma noite em que sofri repentino ataque de grave moléstia. Nessa época, eu ainda era muito nova no estudo da Ciência Cristã, mas já sentia um grande apreço pelos poucos hinos que então conhecia. Em minha casa encontravam-se vários hinários com traduções provisórias que passariam a ser usados pela filial local da Igreja de Cristo, Cientista.
Meu marido solicitou ajuda de um praticista da Ciência Cristã. A seguir buscou um Hinário e pôs-se a cantar. Os hinos e o auxílio prestado pelo praticista, me fizeram sentir mais perto de Deus, e dentro de uma hora, entrei num sono profundo e repousante. No dia seguinte quase não havia mais sinal da luta travada durante a noite. Fiquei logo completamente restabelecida.
Os hinos sustentam-nos, trazendo um pensamento mais claro e mais elevado. Aprendemos na Ciência Cristã que Deus é bom, e que Ele é Vida. Nossa Vida, nosso ser verdadeiro, nunca pode estar ameaçada, por que a Vida eterna, Deus, jamais está em perigo de ser destruída, interrompida, sufocada ou subtraída. A única vida que possuímos é o reflexo dessa Vida imortal, e isso é o bastante. Somos inteiramente espirituais e por isso nunca podemos ser afetados por quaisquer condições materiais.
Num período de tristeza ou de dor, um hino pode nos fazer lembrar dessas verdades e romper a sugestão mesmérica de realidade do mal. Pode fazer calar o medo e destruir as falsas evidências que os sentidos materiais apresentam. Assim ele nos leva a um claro dia de alegria, de felicidade e de júbilo, fazendo-nos regozijar por sermos sãos e íntegros. Nessas horas, podemos nos lembrar de que, nas palavras de Mrs. Eddy,
O Amor promessa inscreveu
Em arco-íris sobre o céu. n° 30;
E assim, em meio às maiores dificuldades, em ocasiões em que a desarmonia parece querer perpetuar-se, podemos ter esperança, uma esperança baseada no reconhecimento antecipado de que Deus é o governador de todo o universo. “O Deus dos céus é quem nos dará bom êxito”, Neemias 2:20; é a promessa bíblica. E o hino diz:
Nós graças Te rendemos,
Ó Pai de todos nós;
Já antes de pedirmos,
Tu ouves nossa voz. Hino n° 374;
E todo aquele que busca alcançar uma cura, ou livrar-se de uma situação difícil, quer recente, quer de prolongada duração, pode contar com a ajuda de Deus e sentir-se cheio de gratidão antecipada.
Mrs. Eddy escreve: “Orai corretamente e demonstrai vossa oração; cantai em fé. Uma sinceridade profunda é garantia de êxito, pois Deus dele se encarrega.” The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, p. 203.