No livro Ciência e Saúde, Mary Baker Eddy faz a vigorosa declaração: “Os acidentes são desconhecidos a Deus, ou Mente imortal, e precisamos abandonar a base mortal da crença e unir-nos à Mente unica, a fim de substituir a noção de acaso pelo conceito apropriado acerca da direção infalível de Deus, e assim trazer à luz a harmonia.” Ciência e Saúde, p. 424;
Não é, então, o homem, como a imagem e semelhança de Deus, imune a acidentes? Deus, a Mente divina, é a onisciência, a onipresença, e a onipotência. Deus controla Sua criação, e, sendo oni-ação, dá início a toda atividade correta.
A Mente imortal não conhece poder algum senão o bem. Se a causa é boa, o efeito tem de ser igualmente bom. Deus e o homem formam uma unidade de causa e efeito. Assim é que o homem jamais está fora do cuidado envolvente de Deus. Ao refletir a onipresença divina, ele está sob a orientação e a proteção divina. Está apoiado pelo Amor divino e nunca exposto a acidentes, ao perigo, ou ao acaso.
O que é, então, um acidente? Na experiência humana, é a sugestão mental agressiva de um desastre. A mente mortal nos quer fazer crer que sucedeu algo desarmonioso. O aspecto humano de um acidente pode apresentar uma situação na qual nos sintamos separados de Deus. Pode alegar ser um acontecimento que tem a possibilidade de ferir e assustar. Pode estar associado com danos físicos, ferimentos, ossos fraturados, dores.
Porventura não são todas essas imagens sugestões errôneas da mente carnal, sugestões de que a vida dependa da matéria, de um corpo material e seja sujeita ao acaso? Não necessitamos crer nelas, mas podemos declarar a verdade eterna de que o homem é espiritual, para sempre unido com o Amor sempre presente, o Amor infinito, Deus, que a toda hora está protegendo e guiando Seu filho amado.
Uma idéia espiritual jamais está ferida. A consciência espiritual não pode ficar fisicamente machucada. A criação de Deus é perfeita e permanece intata. Isso é verdadeiro a respeito do homem como idéia da Mente divina. O que é, então, que se aferra a uma condição desarmoniosa chamada acidente? É a falsa crença carnal em desastres ou perigo. É um sonho sem substância que sonhamos acordados, um quadro mental de medo e de ansiedade.
Um sonho, porém, não possui vida real. Está sujeito ao esquecimento. Uma vez que despertemos para o reconhecimento da realidade gloriosa e indestrutível do homem na Ciência, todo medo é eliminado. Mrs. Eddy escreve: “A Verdade, espiritualmente discernida, é cientificamente compreendida. Ela expulsa o erro e cura os doentes.” p. 275;
A Ciência Cristã salienta a importância de fazermos um trabalho mental diário de proteção para nós mesmos, o que significa orar diariamente para nós mesmos — não casualmente, mas consciente e minuciosamente. Ser obediente à lei da sabedoria, refletida em atenção, consideração para com os demais, observância da ordem, e autodisciplina, constitui uma conduta que propicia proteção.
Se estamos com pressa, impacientes, com medo, ressentidos, zangados, insatisfeitos, ou revoltados, estamos mais facilmente expostos a acidentes. Num estado mental como esse não estamos conscientes da nossa unidade com Deus. Não pensamos com amabilidade, com tranqüilidade, e com harmonia, e portanto não estamos suficientemente despertos para reconhecer a necessidade de invocar a nossa unidade com a Mente divina.
Não é só por acaso que nos encontramos em segurança. É por causa de nossa consciência de Deus, de nossa oração sincera que afirma a Sua onipresença, de nossa compreensão firme de que jamais podemos estar separados de Deus. Podemos saber que o Amor infinito é sempre, sob qualquer circunstância, a nossa vara e o nosso cajado. Como o Salmista expressa com tanta beleza: “A tua vara e o teu cajado me consolam.” Salmos 23:4;
Nossa unidade com Deus é indestrutível. Convictos disso, não estaremos subordinados às sugestões da mente mortal que nos tenta fazer crer que possamos estar apressados, desatentos, desobedientes, inexatos, ou pouco inclinados a obedecer a lei e a ordem. Podemos saber que Deus, o único criador e apoio do homem, dirige Seu filho amado com amor e sabedoria. A idéia divina, o homem, jamais está desprovida do cuidado de Deus, e está livre de qualquer sensação de medo.
Recentemente um Cientista Cristão, ansioso por apanhar um trem para participar de uma reunião em uma cidade distante, saiu apressadamente de seu hotel e deu um passo em falso. Cambaleou pela calçada e caiu de corpo inteiro, com o rosto no chão, no pavimento duro da rua. O único pensamento que lhe sobreveio durante a queda foi um não imperativo à sugestão de que acontecera algo à parte da presença da Mente divina.
Após alguns momentos, pôde levantar-se. Sua face e suas mãos estavam ensangüentadas, e uma das mãos parecia muito machucada. Sua aparência física era deveras alarmante. Mas uma grande calma começou a invadir-lhe a consciência. Percebeu que, se estivesse pensando corretamente, teria caminhado com segurança. A impaciência e a pressa que ocasionaram sua falta de atenção, se desvaneceram. Ele percebeu que uma idéia divina jamais pode decair do Amor divino, que o verdadeiro homem espiritual não pode estar ferido. Ele afirmou que a matéria não é uma entidade, não é inteligente, não possui vida nem sensação. É apenas o sentido mortal que quer identificar o homem com a matéria. O homem verdadeiro é espiritual, indestrutível, ileso e não pode estar incapacitado.
O viajante voltou para o hotel, limpou todos os vestígios de sangue e de sujeira, e então saiu de novo para a estação, a fim de se informar sobre o próximo trem para o seu destino. O trem anterior ainda estava ali, como se estivesse esperando por ele. Mais tarde ficou sabendo que, para aquele dia, o horário de saída havia sido alterado e que o trem estava com a partida prevista para aproximadamente trinta minutos mais tarde que de costume. Ele chegou ao seu destino em tempo para participar da reunião sem nenhuma dificuldade. Sua aparência estava normal, e foi-lhe possível usar a mão machucada sem esforço ou dor.
Tal cura dá prova da eficácia de nossa compreensão espiritual da onipresença de Deus, totalmente reconhecida e acatada. Ela significa termos em nós aquela Mente “que havia também em Cristo Jesus”, Filip. 2:5. como Paulo escreveu aos Filipenses. De fato, a Mente divina é o poder supremo e único, a cuidar, guiar, e governar o homem.