Experiências decepcionantes e um sincero desejo de conhecer Deus nos levam freqüentemente a procurar, por meio da compreensão espiritual, os marcos que conduzem a Deus. O anseio por achegar-se a Deus concretiza-se sempre numa consciência que investiga e se prepara.
O desejo de compreender Deus é inteiramente natural, e por vezes está bem mais presente em nós do que nos damos conta. É um desejo profundo de ter parte naquilo que é bom, isto é, ser bom. É também um anseio por perceber e compreender melhor a natureza real do bem.
A pessoa que nada sabe a respeito de Deus pode, no entanto, manifestar em certa medida o bem infinito. Talvez trate-se de uma pessoa muito honesta e correta; ela apenas desconhece que o amor pela Verdade, em sua consciência, é uma manifestação do divino. A explicação disso encontra-se nas palavras do Mestre: “O reino de Deus está dentro em vós.” Lucas 17:21; Com essas palavras Cristo Jesus não pretendia dizer que o reino de Deus está num corpo material mas que a verdadeira consciência do homem, o sentido espiritual, revela a realidade do ser. O sentido do que é bom e verdadeiro acha-se em todo indivíduo. Não podemos ver ou captar exteriormente esse sentido, porque ele é espiritual. O sentido espiritual é uma dádiva de Deus.
O sentido material, contudo, é ilusório; dá uma falsa representação daquilo que é o bem. Não tendo origem em Deus, é um falso sentido de vida. É desse falso sentido que os mortais têm de despertar. O sentido material não tem conhecimento do sentido espiritual.
No decorrer dos anos o autor teve contacto, em casos isolados, com pessoas que zombavam de Deus. Sendo Cientista Cristão, ele não condenou nenhuma dessas pessoas. Sabia que era preciso amá-las ainda mais. Ele sabia que essa atitude resultava do fato de essas pessoas não conhecerem Deus e isso se manifestava sob a forma de amesquinhamento. Certa vez o autor perguntou a uma dessas pessoas que gostavam de zombar, se ela podia diferenciar entre o bem e o mal. “Naturalmente”, foi a resposta. “Eu certamente sei o que é bom.” Foi, então, dito a essa pessoa que seu conceito do que era bom evidenciava aquilo que é divino, que nela se manifestava. Isso a deixou pensativa e calada, e o autor nunca mais a ouviu ridicularizar ou duvidar.
Finalmente o sentido do bem manifesto em uma pessoa descrente, aliado aos seus sofrimentos, a induzirá a buscar a compreensão acerca de Deus. O grande Mestre conhecia o valor da investigação. Disse ele: “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei e abrir-se-vos-á.” Mateus 7:7; Se temos um anseio por algo, geralmente nos esforçamos para consegui-lo. Se temos um desejo voltado para Deus, dirigimos nossos pensamentos a Deus, e aquilo que é divino torna-se mais aparente em nossa existência.
Mrs. Eddy procurava a Verdade com afinco. Quando, através da leitura do relato de cura de um paralítico, no Evangelho de Mateus, foi curada dos efeitos de um acidente, ela não se deu por satisfeita, se bem que seu coração estivesse cheio de gratidão. Ela sentiu um profundo desejo de descobrir o que havia operado essa cura. Estudou detida e intensamente a Bíblia e encontrou a Ciência da Mente, a Ciência Cristã. Mrs. Eddy, falando a respeito das anotações feitas durante esse período, diz: “Esses primeiros comentários têm para mim o valor de marcos indicadores de progresso, os quais eu não gostaria fossem destruídos.” Retrospecção e Introspecção, p. 27;
As pessoas reagem de maneira diferente em experiências similares. Em toda experiência difícil, contudo, há sempre uma lição a ser aprendida. É certo que a lição a ser aprendida não é a de que o homem perfeito de Deus deva padecer sofrimentos ou participar de sofrimentos, mas que um esforço humano capaz de vencer o mal conduz ao progresso na espiritualização dos pensamentos e dos motivos. Em Ciência e Saúde Mrs. Eddy diz: “As provações são provas da solicitude de Deus.” Ciência e Saúde, p. 66; Acaso Deus nos faz sofrer por meio de provações? Não, jamais. Deus é o Amor que tudo envolve. Não seria terno levar o homem a sofrer. Ao enfrentar e vencer as provações, os homens podem manifestar o poder salvador do Amor divino.
A tribulação e o anseio são, de várias maneiras, os marcos que conduzem a Deus; podemos reconhecê-los como tais e com gratidão aumentar nossa compreensão e a demonstração da bondade e do poder de Deus. Mrs. Eddy diz-nos: “O sofrimento ou a Ciência, ou ambos, na proporção em que suas instruções forem assimiladas, indicarão o caminho, encurtarão o processo, e consumarão as alegrias de aquiescer aos métodos do Amor divino.” Miscellaneous Writings, p. 213.
