Hoje, como raras vezes no passado, se dá muita ênfase ao sexo. Revistas e cartazes brilhantes contam a história da onda de materialismo corrente que, através de palavras e fotos, procura afogar o ensinamento cristão de que o homem é espiritual, o filho de Deus.
Esse ataque materialista tem por objetivo sugerir às pessoas que elas são materiais, de origem biológica, sujeitas a impulsos físicos que são necessários para a perpetuação da espécie. Contudo, na época atual, quando tantos valores bem aceitos foram abalados, homens e mulheres precisam exatamente do oposto aos rótulos biológicos. Precisam tornarse conscientes de quem realmente são, feitos à imagem e semelhança de Deus, conforme declara a Bíblia. Só assim podem encontrar sua verdadeira identidade.
De acordo com a Ciência Cristã, o homem espiritual ou real é de origem divina. Esse fato bíblico nega a teoria da origem física do homem, desmascarando assim a falácia que forma a base de toda discórdia, tanto mental quanto física. Em conseqüência, compreender a origem divina do homem espiritual é um formidável passo em direção a libertar-nos das limitações do sentido físico do homem, com todas as suas fraquezas, fracassos e doenças. A excessiva preocupação com o sexo tende a perturbar esse progresso.
Tal instigação do sexo nos empurra de volta a um falso mundo de corporalidade. Pela pretensão de que a matéria seja substância, de que a alma esteja no corpo, a mente na matéria e a sensação nos nervos, ela nos mantém nas garras do materialismo. Enquanto sucumbirmos a essa ilusão, não poderemos compreender a Ciência do ser verdadeiro. E é exatamente isso que o materialismo, se tivesse inteligência, quisera conseguir, pois que uma compreensão da Ciência do ser nos libertaria da escravidão à matéria.
Com a finalidade de escravizar-nos, os argumentos do sexo advogam a liberdade de vivermos como bem entendemos. Entretanto, esse argumento acaba sendo apenas uma armadilha. É claro que temos o direito de nos governar, mas renunciamos a esse direito, se nos permitimos ser influenciados por fatores alheios à nossa verdadeira natureza. De acordo com a Ciência Cristã, somente nos governamos a nós mesmos quando somos guiados e governados pela nossa origem espiritual — isto é, por Deus, o bem. Somente então expressamos nossa verdadeira individualidade, somente então somos fiéis a nós mesmos.
A maior diferença entre ontem e hoje está no fato de que antigamente as pessoas de um certo nível cultural, quando se envolviam em atividade sexual pré-marital ou extra-conjugal, tinham a sensação de que algo estava errado, enquanto, que hoje em dia lhes é assegurado que tudo é permitido. A licenciosidade, todavia, não se detém no sexo, como podemos depreender da crescente criminalidade. Precisamos examinar cuidadosamente as implicações do argumento de que o “não farás” bíblico já não é aplicável. Os Dez Mandamentos tiveram inegavelmente enorme influência nos sistemas jurídicos de grande parte do mundo. Resistiram aos séculos na sua proteção à humanidade.
O argumento de que o desenvolvimento da sociedade humana seria retardado pelas leis existentes — de que as leis precisam ser mudadas para se adaptarem à tendência atual do pensamento humano, independente de quão efêmera seja essa tendência, está respondido com precisão em uma afirmação no Christian Science Monitor de 24 de janeiro de 1970. Um editorial afirma: “O sexo foi descrito como sendo ao mesmo tempo a mais pessoal e a mais explosiva força do mundo. Desde os primeiros registros históricos, a humanidade sempre mostrou muito cuidado quando abordava esse assunto. Há poucas culturas de alguma relevância que não tenham reconhecido muito cedo a necessidade de cercar essa força com freios tanto legais como morais para a proteção e o mais alto bem da própria humanidade. Tal cuidado continua sendo hoje em dia tão necessário como sempre o foi.”
Uma coisa é certa: para neutralizar a instigação sexual, precisamos de uma força mais poderosa do que o sexo. Encontrâmo-la no Cristo, na verdade acerca do homem, que Jesus viveu e praticou. Essa revelação divina de nossa verdadeira individualidade criada por Deus, esse Cristo, que pela oração abrigamos em nossa consciência, não está sujeito a sugestão ou pressão alguma, mas pelo contrário, conduz à liberdade que pertence ao homem de Deus. Esse poder para o bem, que todos podemos expressar, é invencível e irresistível. Paulo se refere a ele nas seguintes palavras: “Tudo posso naquele que me fortalece.” Filip. 4:13;
A Ciência Cristã traz muita clareza ao assunto aqui tratado e todos que quiserem se informar com mais detalhes a respeito, devem estudá-la nas obras de Mary Baker Eddy. Não devem acrescentar nada a esses claros ensinamentos, nem tirar-lhes coisa alguma. Mrs. Eddy inclui um capítulo inteiro sobre o matrimônio no livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde. Aí ela escreve com característica precisão: “A castidade é o cimento da civilização e do progresso. Sem ela não há estabilidade na sociedade humana, e sem ela não se pode alcançar a Ciência da Vida.” Ciência e Saúde, p. 57; Adiante, diz: “Oxalá o Cristo, a Verdade, esteja realmente presente a todo altar nupcial para transformar a água em vinho e para dar à vida humana uma inspiração pela qual a existência espiritual e eterna do homem possa ser discernida.” p. 65; Mrs. Eddy tinha examinado profundamente o lado humano, mas também tinha aprendido a aplicar aos problemas dele algo além do humano — a visão curadora da liberdade inerente ao homem de Deus.
Aqueles que querem brandir a licenciosidade como arma contra o que consideram hipocrisia social, bem podem ponderar as palavras de Mrs. Eddy: “As crenças carnais nos defraudam. Fazem do homem um hipócrita involuntário que produz o mal quando desejaria delinear graça e beleza, que prejudica aqueles a quem queria abençoar.” p. 263; As crenças carnais querem tornar-nos hipócritas. E as crenças carnais são corrigidas pela afirmação bíblica sobre a origem espiritual do homem. Lemos: “Criou Deus, pois o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou.” Gênesis 1:27. Eis aí a verdade básica que neutraliza as obsessões da propaganda sobre o sexo.