É natural aos cristãos celebrar o aniversário do nascimento de Jesus. Devem-lhe um imensurável preito de gratidão por sua exemplificação do Cristo, a Verdade, e por sua admirável carreira caracterizada por obras de cura. Estão conscientes da importância da posição dele no cenário humano e prestam-lhe homenagem pela contribuição ímpar que ele deu, para a salvação da humanidade.
Os ensinamentos da Ciência Cristã, conquanto honrem a Jesus com profunda sinceridade, salientam a mensagem espiritual do Natal como a vinda do Cristo à consciência humana para curar a moléstia e destruir a discórdia e o pecado.
A atividade do Cristo sanador teve sua expressão mais alta e completa na vida e nas obras de Jesus, mas sua ação na experiência humana não estava, como não está, restrita a ele. O Cristo, o Salvador incorpóreo, tem vindo em certa medida a homens e mulheres com a mente espiritualizada, em todas as épocas, para ser expressado por estes por meio de obras de cura. E não somente em curas físicas, mas em curas de males em geral e na solução dos problemas de que a carne é herdeira.
A vinda do Cristo é um evento a ser experimentado cada dia e a cada hora por aqueles que estão preparados espiritualmente para recebê-lo e partilhá-lo com outros. E essa preparação espiritual está disponível para todos nós na medida em que purificamos nossos pensamentos e santificamos nossas vidas.
Como podemos celebrar o Natal mais profunda e alegremente, e honrar o Mestre cristão? Um modo é assegurar-nos de que nossa vida diária responda afirmativamente às perguntas que Mrs. Eddy apresenta em Ciência e Saúde: “Estarei vivendo a vida que se aproxima do bem supremo? estarei demonstrando o poder curativo da Verdade e do Amor?” Ciência e Saúde, p. 496 ;
Estamos curando a nós mesmos? Estamos curando outros? Estamos ajudando a curar os males do mundo? A não ser que o estejamos, não estaremos verdadeiramente observando o Natal — verdadeiramente observando a vinda do Cristo sanador ao mundo. Para a guiar-nos no empenho de conseguir um conceito melhor de como observar o Natal, as seguintes palavras de Mrs. Eddy são muito úteis: “Gosto de observar o Natal em quietude, humildade, benevolência, caridade, deixando que a boa vontade para com os homens, o silêncio eloqüente, a oração e o louvor expressem meu conceito do aparecimento da Verdade”. The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, p. 262 ;
Esse ponto de vista mais elevado acerca do Natal não significa que não devamos participar das alegrias e da animação da época natalina. Significa, antes, que podemos fazê-lo de modo mais genuíno. Não significa que não possamos lembrar-nos dos outros adequada e amavelmente — em especial das crianças. Cristo Jesus deu-nos a razão para ser felizes quando disse: “Tende bom ânimo, eu venci o mundo.” João 16:33;
Chegamos a perceber que aquilo que chamamos a vinda do Cristo não é tanto uma vinda mas um despertar para a presença do que sempre esteve conosco — a verdade da unidade do homem com Deus e de sua perfeição espiritual como conseqüência dessa unidade.
Podemos expressar o Cristo que traz cura, a Verdade, que provê a necessidade da humanidade, de amor e compreensão espiritual. O Cristo, ou o Espírito divino, quando compreendido, destrói o erro mortal e traz à luz a realidade presente da bondade onipotente de Deus e a identidade espiritual do homem como Seu reflexo perfeito. Em termos de nossa existência atual, isso significa que auxiliamos a obtenção de mais paz, harmonia e ausência de limitação material nas vidas humanas.
Nosso reconhecimento da grande necessidade que o mundo tem do Cristo sanador, e nosso anseio de ver essa necessidade satisfeita, não deveriam causar-nos a tentação de crer na realidade da discórdia ou do mal que tem de ser destruído. Esse é o problema básico que tem feito cair em sua armadilha, através dos tempos, um número incontável de pessoas bem intencionadas — médicos combatendo a moléstia e assistentes sociais combatendo a pobreza e o crime. Aceitaram que há realidade nesses males, ou no conceito básico da existência como se fosse mortal, e então tentaram acabar com os males e as discórdias — como se aquilo que é real pudesse ser destruído.
Aprendemos na Ciência Cristã o método do Cristo sanador. O Cristo nos desperta, fazendo-nos ver a irrealidade do mal em todas as suas formas, e a realidade do bem. Um hino fala desse despertar:
Ó sonhador, desperta do teu sonho;
Ó tu, cativo, te ergue, livre e são.
O Cristo rasga o denso véu do erro,
E vem abrir as portas da prisão. Hinário da Ciência Cristã, No. 412.
Podemos trazer a maior felicidade à época do Natal, e a todos os dias do ano, quando acolhemos o Cristo sanador na consciência, acalentando-o e expressando-o em nossos pensamentos e atos como Jesus o fez. Esse é o verdadeiro espírito do Natal.
Desperta,
ó tu que dormes,
levanta-te
de entre os mortos,
e Cristo
te iluminará.
Efésios 5:14