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A Lei e o Homem

Da edição de agosto de 1974 dO Arauto da Ciência Cristã


Que o homem vive por decreto divino, evidencia-se no fato de os três grandes períodos de revelação espiritual na história humana — o moral, o cristão e o científico — terem sido as eras nas quais Deus desvendou à humanidade a Sua lei. Isso aponta para o fato de que o homem real, a imagem de Deus, expressa a lei e a corporifica, pois a verdadeira natureza de homem perfeito apareceu somente à medida que a lei se desdobrou. Quando a lei divina estiver plenamente demonstrada, a verdadeira natureza de homem perfeito estará completamente revelada. Mary Baker Eddy, a Descobridora e Fundadora da Ciência CristãChristian Science — pronuncia-se: kris´tiann sai´ennss., escreve: “O homem tem uma individualidade perpétua; e as leis de Deus, com sua ação inteligente e harmoniosa, constituem sua individualidade na Ciência da Alma.” Não e Sim, p. 11;

A Ciência Cristã ensina a humanidade como conseguir a plena estatura dos filhos de Deus por meio da obediência à lei divina. Traz à luz o homem espiritual e as forças do bem. Anula as leis contraditórias e falsas da mente carnal e demonstra o poder supremo das ternas leis do Espírito.

A lei espiritual emana do Princípio divino, Deus. É a vontade de nosso Pai celestial, a agir invariavelmente para expressar a natureza, o escopo e o poder do Amor infinito. É a força motriz da Divindade que unifica causa e efeito. A lei divina age como uma força terna e consciente, a emanar da Mente divina com o propósito de produzir um universo infinito de idéias espirituais e harmoniosas.

A lei espiritual corporifica-se em conceitos divinos e é, portanto, a ordem divina do ser, o fato imutável da realidade espiritual. Nada pode impedir que a lei divina entre em ação, pela mesma razão que nada pode impedir que a Verdade exista.

A Ciência Crista revela que o reino do céu — o verdadeiro estado mental no qual a vontade de Deus ou a lei divina está em plena ação — está intato, intocado pelos sonhos temporais da existência mortal. A Ciência Cristã desvenda essa ordem eterna da criação da Mente, dá à humanidade uma visão reconfortante disso, e prova mediante demonstração que tudo o que é lei no ser científico e absoluto, também é lei na experiência humana, pois existe apenas uma lei e um Legislador. Cristo Jesus aludiu ao relacionamento que há entre a lei e a oração, quando orou: “Venha o teu reino, faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu.” Mateus 6:10;

O homem está relacionado à lei divina pelo fato de ser ele a corporificação dessa ação, a expressão da intenção pura dessa lei. A característica primordial do homem de Deus é a obediência à lei. Por isso, a desobediência à lei divina não faz parte do homem e precisa ser avaliada como suposição, sem identidade ou Princípio. No universo puro do Espírito o homem não só é obediente à lei, mas também manifesta eternamente a obediência.

Para a consciência humana, a ordem divina, ou lei, tinha de ser uma descoberta, porque o sentido material, cegado por suas próprias conclusões errôneas, não está consciente da criação tal como esta existe na realidade. A lei de Deus foi revelada a Moisés, que a apresentou numa forma destinada a despertar o pensamento e a ensinar a humanidade a fazer distinção entre o que é certo e o que é errado, entre o bem e o mal. Na época em que apareceu a lei moral, corporificada nos Dez Mandamentos, foi ela a mais elevada expressão de realidade que então podia ser compreendida. Os Dez Mandamentos abrangem as dez infrações básicas à ordem divina do ser. Desafiam os sentidos corpóreos e evitam que estes vagueiem nas profundezas desordenadas da iniqüidade mortal.

Cristo Jesus resumiu a lei moral no duplo mandamento de amar a Deus acima de tudo e ao nosso próximo como a nós mesmos. A Ciência Cristã desvenda e interpreta as duas grandes leis fundamentais do fato científico que estão subjacentes no Decálogo Mosaico, a saber, que o homem à imagem de Deus invariavelmente ama a Deus acima de tudo e ao próximo como a si mesmo. Nunca se afasta deste código sublime. Qualquer pretenso desvio humano dessa ordem ou lei divina, é pecado, pois é contradição ao fato divino. Não tendo fundamento na verdade, a desobediência à lei, ou o pecado, tem de ser uma ilusão, uma mentira, uma impossibilidade científica. Toda realidade está dentro da lei, é divinamente sancionada e perpetuamente executada.

O homem verdadeiramente moral abstém-se de desobedecer os Dez Mandamentos, não para evitar castigo, mas porque as forças da realidade, ou Verdade, imperam e estão ativas na sua consciência. O homem cristãmente científico refreia-se do ódio, da infelicidade, do descontentamento, da impureza, da tristeza, da estupidez e da moléstia pela mesma razão pela qual refreia-se de roubar, de mentir e de cobiçar — porque sabe que essas coisas não têm existência na Mente única que tudo inclui. Todos os falsos elementos mentais podem ser expulsos da experiência humana por serem desordenados e irreais, pois não têm lugar legítimo na verdadeira individualidade do homem. Não são forças verdadeiras, não expressam nenhum Princípio criador, e têm apenas a substância falaz da crença humana.

A obediência à lei moral é tão imperiosa hoje como quando Moisés recebeu essa lei em meio aos trovões do Sinai. Nem o cristianismo nem a Ciência Cristã dispensaram um só desses mandamentos. A lei moral, antes protetora do que restritiva, promove a liberdade, a harmonia e um viver com abundância. Purifica os sentidos e conduz o indivíduo a uma consciência mais elevada da natureza científica do homem, na qual as limitações da matéria e da personalidade humana são desconhecidas.

No Sermão do Monte nosso Mestre interpretou o Decálogo Mosaico no espírito daquele grande Amor do qual se originou, e essa interpretação, a mais sublime de todas as dissertações sobre a lei, inaugurou a era cristã. “Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros.” João 13:34; Quando certo dignitário perguntou a Cristo Jesus quais os requisitos para adquirir a Vida eterna, este respondeu em linguagem da lei: “Sabes os mandamentos.” Marcos 10:19; Aqui deu a entender que a obediência à lei divina é a base da imortalidade.

A Sr.a Eddy descobriu a lei divina, a verdade universal, e denominou-a Ciência Cristã. Em Rudimentos da Ciência Divina ela define a Ciência Cristã como sendo “a lei de Deus, a lei do bem, que interpreta e demonstra o Princípio divino e a regra da harmonia universal”Rud., p. 1;. A Ciência Cristã apresenta muitíssimo mais do que um método espiritualmente mental de curar a doença. É a própria ordem divina, o reflexo espiritual, que aparece na consciência humana. A Ciência Cristã é o desvendar final da lei. Suas demonstrações são provas de que as leis espirituais estão deslocando as falsas crenças. Essas demonstrações não deveriam ser consideradas simplesmente como benefícios pessoais ou recompensas pela retidão pessoal, mas como sinais preciosos que saúdam o despontar da verdadeira ordem, como evidência da presença irresistível de Deus e de Seu reino celestial. Um tratamento na Ciência Cristã é a lei para qualquer caso, a verdade para qualquer situação compreendida e aplicada para dissipar a ilusão de haver vida e mente separadas de Deus. O Salmista disse: “A tua lei é a própria verdade.” Salmos 119:142;

Segundo um dicionário define, “lei” é: “A vontade de Deus, quer esteja expressa nas Escrituras, implantada no instinto, ou seja deduzida pela razão.” Por que a boa vontade, a indestrutibilidade, o destemor, a integridade, a abundância, a pureza e o poder, fazem parte da vontade de Deus com relação ao homem, são a própria lei de seu ser, o constante verter das energias divinas. As sugestões sombrias da fricção, da limitação, da mutabilidade, do medo, da desonestidade e do desamparo desaparecem na proporção em que as energias espirituais e verdadeiras são consistente e honestamente exercidas. Por ser a lei a expressão do Amor, somente o amor pode cumpri-la.

No terreno irreal da consciência material, a lei parece tombar ao nível material, onde leis de física, química, eletricidade, fisiologia e animalidade, falseando a lei real, pretendem se converter em leis de pecado, doença e morte. Essas são leis hipotéticas da crença coletiva, cuja ação, ou controle falsificado, a Ciência Cristã denominou magnetismo animal. Sua suposta ação é responsável por todos os fenômentos mortais. Elas não têm relação com a Divindade, porque corporificam forças desapiedadas e irracionais, as quais, cumprindo as condições de suas próprias crenças, pretendem limitar e destruir.

Cristo Jesus elevou-se acima de todas as leis falsas. Transformou a água em vinho, andou sobre as ondas, amainou a tempestade, alimentou a multidão, curou os pecadores e aflitos, e ressuscitou os mortos. Por essas demonstrações ele provou a vontade do Pai, a lei superior do Amor, que anula as crenças ou leis falsas da mente carnal.

A obediência à lei divina traz relacionamentos felizes, suprimento abundante, saúde, alegria e imortalidade, pois essas condições são os efeitos da lei, e, em grande proporção, a constituem. O sofrimento e a limitação devem-se a alguma falha individual em se adaptar aos fatos básicos ou leis científicas da existência, e o remédio para cada mal pode ser encontrado na obediência a essas leis.

A Ciência Cristã revela que a lei divina é a única lei, e o Cientista Cristão apela a essa lei, tal como o advogado leva seu caso a uma instância superior. Compreendendo que a vontade de Deus é a única lei de sua vida, ele se deleita com o governo celestial em meio à desordem aparente da terra, tornando-se, assim, uma lei para si mesmo. Do ponto de vista da Ciência Cristã, a lei espiritual nunca foi violada, pois a vontade de Deus nunca pode ser ab-rogada. Tudo o que parecer uma lei violada ou desobediência a essa lei, é ilusão, uma suposição, uma crença de que algo possa ocorrer fora da jurisdição do Princípio infinito.

A paz que a humanidade espera ter no futuro, aguarda a conclusão científica de que nem a pessoa nem o estado, mas a lei de Deus, é soberana. Quando os formuladores da lei civil perceberem as grandes leis básicas ou os fatos do ser, e levarem os atos de legislar para fora e acima da presente condição de costumes e expedientes até que se conformem com a ordem estabelecida da verdadeira criação de Deus, os males das nações e das raças se desvanecerão. As palavras de Cristo Jesus ainda estão reverberando na consciência universal, e nenhum poder terreno pode extinguir seu eco autoritário: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas.” Mateus 22:37–40; A base da estrutura do mundo futuro, visando a estabelecer paz duradoura entre os homens, tem de ser um governo universal da lei, baseado em fatos espirituais. A compreensão da verdade irreversível de que todo homem, na sua verdadeira identidade, ama a Deus acima de tudo e ao próximo como a si mesmo, tem de estar subjacente às ações da humanidade. A Ciência Cristã está unificando todos os povos por lhes revelar a lei única e universal, a lei da Verdade. A Sr.a Eddy escreve: “A obediência é fruto do Amor; e o Amor é o Princípio da união; a base de todo modo de pensar e de agir corretos; ela cumpre a lei.” Miscellaneous Writings, p. 117.

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