“O que você faz durante a oração silenciosa na Escola Dominical?” perguntei a um amiguinho de oito anos. Respondeu-me ele: “Vejo se sou capaz de contar até 100.”
Essa resposta me fez lembrar de quantas vezes mil e uma coisas tentam abarrotar meu pensamento durante a oração silenciosa. Senti-me inundada de gratidão ao lembrar que cada vez que o pensamento é tentado a divagar, recordo-me, quase que imediatamente, da provisão referente à oração na igreja, que a Sr.a Eddy fez constar do Manual de A Igreja Mãe.
Perguntei ao meu amiguinho: “Você gostaria de saber o que a Sr.a Eddy diz sobre a oração nos cultos da Ciência Cristã?” Ele ouviu atentamente enquanto eu lia do Manual: “As orações nas igrejas da Ciência Cristã deverão ser oferecidas coletiva e exclusivamente em prol das congregações.” Man., Art. 8º, §5º;
Após eu lhe ter dado breve explicação sobre o significado das palavras “coletiva e exclusivamente”, o menino disse: “Ora essa! Então quer dizer que todo mundo ora por todo mundo? Que formidável! De agora em diante vou fazer isso na Escola Dominical.”
Mais tarde, aquela noite, refleti sobre essa inspirada provisão instituída pela sr.a Eddy quanto à oração na igreja — “em prol das congregações”. A espontaneidade é a nota tônica de tal oração, que impede a possibilidade de se lançar mão de fórmulas estabelecidas, de clichês ou de repetições impensadas.
Que proteção! Não tratamos pessoas nem oramos por elas individualmente. Durante os cultos, mesmo as pessoas que comumente têm pacientes para os quais estão trabalhando, oram apenas em prol das congregações da igreja como um todo. E, como a Ciência Cristã exige, mesmo fora da igreja, ninguém ora por uma pessoa em especial sem que isso lhe seja pedido, exceto em casos de emergência. Essa oração silenciosa proporciona a oportunidade para que os preconceitos do sentido pessoal cedam ao amor imparcial pelo homem de Deus espiritual e perfeito, cumprindo assim o mandamento universal de Jesus: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo.” Mateus 22:39;
Quão gratos podemos sentir-nos por ver que as orações em prol das congregações se estendem da petição à compreensão de que o poder de Deus para curar e salvar a humanidade está à disposição agora! Mais do que a aquisição de um bem, essa consciência é o reconhecimento do bem que Deus já concedeu a Seus filhos.
E como nos toca o coração recordar as inúmeras vezes em que a promessa da Bíblia: “Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo” Tiago 5:16;, provou ser verdadeira na experiência humana! A inspiração que sentimos naqueles poucos momentos de oração silenciosa, tem o poder do amor espiritual que dissolve as montanhas das falsas crenças. O homem de negócios que necessita de segurança, o doente que precisa ser curado, o pecador que sente o vazio de uma existência superficial — podem, todos eles, receber os benefícios da cura-pelo-Cristo, através da oração silenciosa.
O faroleiro pode não ter conhecimento de que determinado navio está em perigo, mas mesmo assim lança seu firme clarão para indicar os bancos de areia e iluminar o caminho a todos. Semelhantemente, a pessoa que está orando “coletiva e exclusivamente em prol das congregações” está extensamente alheia aos problemas específicos que poderão estar sobrecarregando os membros da congregação, mas deixa que o resplendor do amor do Cristo lhe ilumine a própria consciência de maneira tal que tudo o que se encontra no raio de alcance de suas orações possa elevar-se livre já. As lindas palavras deste hino nos asseguram que:
Nenhum sentido pode obstar
À quieta oração,
Sublime anelo a buscar
A Deus, com toda unção.Hinário da Ciência Cristã, nº 194;
Compreende-se, então, porque o Leitor cuidadoso não se apressa a dar por encerrada a oração silenciosa. O Leitor sabe que o ódio, a inveja, o ciúme ou o medo não podem existir em reverente comunhão com a Mente única. Sabe, também, que quando o coração está orando, somente a sagrada influência do bem está presente para silenciar as sugestões do mal e que essa oração não pode ser limitada por uma palavra ou pelo tempo. É o Cristo a trabalhar, e todos os corações receptivos podem sentir sua doce harmonia.
Quando estava a caminho de uma reunião de testemunhos de quartas-feiras em minha igreja filial, senti-me tentada, por uma doença grave, a voltar ao aconchego e conforto de meu lar; mas, lembrando-me de que os trechos lidos nas reuniões de quartas-feiras são selecionados especialmente por sua inspiração curativa, rejeitei a sugestão e continuei meu caminho.
Vindo ao encontro de minha expectativa, a leitura afirmava a bondade de Deus e Seu amor por Seus filhos. Depois veio a oração silenciosa. Compreendi que, embora não fosse provável que alguém ali tivesse consciência do meu estado, as orações estavam sendo oferecidas “coletiva e exclusivamente em prol das congregações” e isso certamente me incluía. Imensamente grata pela orientação da Sr.a Eddy nesse sentido, elevei-me em oração, para fazer a minha parte e, enquanto orava por todos, esqueci-me de mim mesma e tive uma cura instantânea. Essa experiência confirma a verdade contida na declaração da Sr.a Eddy: “Tudo o que mantém o pensamento humano em linha com o amor abnegado, recebe diretamente o poder divino.” Ciência e Saúde, p. 192;
É perfeitamente natural esperar-se cura quando estamos assistindo a um culto numa Igreja de Cristo, Cientista. A Ciência Cristã explica o Princípio divino ou a lei espiritual que está por trás das curas registradas na Bíblia e mostra que essa lei está presente e em ação agora.
Em muitos dos cultos da Ciência Cristã, lê-se do púlpito um convite para que todos os assistam. Muito mais significativa do que o convite verbal, é a bem experimentada e provada fé e compreensão dos Cientistas Cristãos que apresentam suas boas-vindas como uma árvore frondosa estende os ramos para dar sombra e abrigo. Nossas boas-vindas são para todos, independente de raça, cor ou credo.
Ao deixar a igreja após aquele culto, curada, eu ainda pensava sobre a provisão referente à oração silenciosa nas Igrejas de Cristo, Cientista, “onde todo mundo ora por todo mundo”, e lembrei-me da declaração da Sr.a Eddy: “As orações silenciosas de nossas igrejas, ressoando por entre os escuros corredores do tempo, seguem avante em ondas sonoras, num diapasão de pulsar de corações, vibrando de um púlpito a outro e de um coração a outro, até que a verdade e o amor, mesclando-se numa só oração justa, circundem e cimentem a raça humana.” The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, p. 189.
