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“Escrever para os periódicos. Quem? Eu?”

Da edição de março de 1975 dO Arauto da Ciência Cristã


Por que não?

Lembro-me bem da primeira vez em que me veio o pensamento de escrever um artigo para os periódicos da Ciência Cristã. “Escrever para os periódicos. Quem? Eu? Isso é ridículo!”, foi tudo o que consegui pensar.

Para começar, eu não tinha nenhum talento de escritor. Além disso, não gostava de escrever. Sempre fora um dos que só na última hora escrevia, de qualquer jeito, quando tinha de escrever algo na escola. Além do mais, em nossa família, minha esposa era quem escrevia. Por que deveria eu imiscuir-me em seu território? Por isso repeti para mim mesmo: “Isso é ridículo!” E acrescentei: “Esqueça-se.”

Mas não consegui esquecer. Recém havia completado duas semanas de instrução em classe primária na Ciência Cristã, durante as quais aprendera muito a respeito do Cristo, a Verdade, e de minha verdadeira identidade como a semelhança espiritual de Deus, em vez do mortal descuidado, restrito, limitado e, por que não dizer, relaxado que eu aparentava ser na maioria das vezes. Orei para que a Mente divina me revelasse o que mais eu poderia fazer para auxiliar o movimento da Ciência Cristã na sua missão de socorrer a toda a humanidade.

A mensagem simples e angelical continuava a dizer: “Escreve.”

A Sr.a Eddy diz: “A eloqüência repete o eco das modulações da Verdade e do Amor. Provém da inspiração, mais do que da erudição.” Ciência e Saúde, p. 88; Então orei com mais fervor para identificar-me com o homem criado por Deus, a Mente divina, a Verdade infinita, o Amor que tudo abrange.

Pouco a pouco, eu quase podia imaginar-me capaz de apanhar uma caneta e ver o que sairia. Mas então apresentou-se a grande pergunta: “Bem, mesmo com a ajuda da Mente divina, do que é que você entende o suficiente para escrever a respeito inteligente, compreensiva e intelectualmente, sem falar de metafisicamente?”

Então orei de novo para compreender mais plenamente minha verdadeira identidade espiritual; e finalmente comecei a perceber que tudo o que fazemos ao escrever, é expressar a Mente divina. É a Mente e só a Mente que nos dirige ao escrevermos, supre-nos do que necessitamos, cria a originalidade, e nos sustenta durante a tarefa toda. Apenas expressamos o que já está presente.

Então me ocorreu o tema sobre o qual iria escrever: alegria. Lógico, pensei; alegria é algo que tenho demonstrado ao longo dos anos. A alegria é espiritual e completamente independente das circunstâncias, das pessoas e das capacidades humanas. Alegria é algo que o homem tem pelo que ele é, a expressão de Deus, e basicamente é algo que deve ser partilhado.

Esse foi o sinal de partida. Estudei o que a Sr.a Eddy diz sobre o assunto, peguei num lápis e me pus a escrever. Após várias revisões de minha parte e uma por solicitação dos Redatores, o artigo foi publicado. Que emoção ver algo em que eu participara (pois, é claro, Deus fora a fonte de inspiração) indo pelo mundo fora.

Hoje, após vários artigos publicados e, devo dizer, várias rejeições, gostaria de partilhar com outros colaboradores em potencial dos periódicos, o que mais me ajudou. Em primeiro lugar, qualquer atividade que empreendemos precisa estar baseada em oração verdadeira — não um tipo de oração egoísta e de vanglória, mas um desejo profundo, desinteressado e humilde de servir melhor a Deus e de ajudar mais a humanidade. Com tal motivação, associada à compreensão de Deus e do homem que aprendemos na Ciência Cristã, temos liberdade e fluência de expressão. É até divertido.

Deus, a Mente divina, a única fonte de inteligência e criatividade, não pode ser insípido nem enfadonho, como também não pode ser limitado e restrito, desatualizado ou estereotipado, confinado ou confinante. Podemos, por isso, saber que, como semelhança da Mente divina, possuímos e refletimos originalidade, espontaneidade, utilidade, percepção clara e desdobramento ordenado. Como a Sr.a Eddy escreve: “O homem, feito à semelhança de Deus, possui e reflete o domínio de Deus sobre toda a terra.” ibid., p. 516;

Alinhar nossos pensamentos com tais fatos espirituais a respeito de nós mesmos e de outros habilita-nos a ter mais domínio sobre o que restringe nossa ação de escrever. Ajudanos a abrir as portas para ver como expressar mais e melhor as qualidades de Deus em tudo o que fazemos, e a expressar-nos mais eloqüente, clara e livremente ali mesmo onde estamos. É claro que nem todos têm que escrever para expressar a plenitude e o domínio que lhes são outorgados por Deus, mas à medida que oramos para assegurar-nos de que a razão de não escrevermos é boa, uma razão divinamente instruída, recebemos a inspiração e dedicação que necessitamos para apoiar ativamente nossos periódicos da maneira em que somos espiritualmente orientados.

Tenho certeza de que a seguinte passagem escrita pela Sr.a Eddy em Ciência e Saúde já inspirou muito contribuinte em botão: “O Amor dá à menor idéia espiritual poder, imortalidade e bondade, que brilham através de tudo, assim como através do botão transparece a flor.” ibid., p. 518; Quantas vezes a “menor idéia espiritual” descreve o que até agora percebemos do Espírito e de nossa verdadeira identidade! E contudo, essa “menor idéia espiritual” reflete o “poder” a “imortalidade” e a “bondade” do Amor divino, a Mente infinita. A Bíblia nos dá essa promessa, pois se refere ao poder da Palavra de Deus como luz. No seu Evangelho, João diz: “A luz resplandece nas trevas” João 1:5;; e na sua Primeira Epístola: “Deus é luz, e não há nele treva nenhuma.” 1 João 1:5.

Ninguém tem o monopólio da inspiração. Ninguém precisa armazenar a inspiração que teve. Ninguém precisa duvidar que a compreensão da “menor idéia espiritual” não lhe dará tudo o que necessita para manter-se em ação na máquina de escrever.

Muitas vezes os artigos começam quando estou orando acerca de alguma dificuldade pessoal, ou surgem do meu estudo da Lição-Sermão semanal do Livrete Trimestral da Ciência Cristã. Um estudo profundo, por exemplo, de alguma passagem bíblica ou de um dos escritos da Sr.a Eddy resulta seguidamente em um artigo interessante para mim. E, logicamente, não podemos esperar que outros se interessem por um assunto sobre o qual escrevemos, se antes nós mesmos não estivermos entusiasmados por ele. Precisamos pegar fogo primeiro, para que outros peguem a faísca de nós. Nada haverá de melhor do que escrever sobre algo que tenhamos vivido, algo que nos toca de perto e que tenhamos provado de alguma maneira em nossa experiência.

Nossos periódicos, como qualquer outra atividade do movimento da Ciência Cristã, refletem nossos pensamentos coletivos a respeito deles. Se queremos periódicos mais originais, mais relevantes e mais atuais, façamos o que nos cabe, escrevendo artigos mais originais, mais relevantes e mais atuais, — artigos que nós mesmos gostaríamos de ler — e enviandoos, revisando-os, e revisando de novo se necessário. Que grande desafio isto representa para cada um de nós, e quanto divertimento! E que lições aprendemos a nosso respeito durante o processo todo!

Creio que não há maior teste para nossa humildade, do que receber a devolução de uma colaboração rejeitada. Nossas reações o declaram!

Bem, ao nos volvermos humildemente aos livros e à máquina de escrever, poderemos apoiar-nos mutuamente pela oração em nossos esforços individuais no sentido de prestar melhor colaboração aos periódicos. Será que você se importaria de acompanhar-me?

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