Cresci no Brooklin, um bairro pobre da cidade de Nova Iorque, fazendo aquelas coisas que a maior parte das crianças de favela fazem. Meus pais tentaram dar-me boa criação, mas, você sabe, as pessoas ficam tão envolvidas em suas próprias vidas que se lhes torna difícil ver o que realmente está acontecendo aos filhos.
Minha mãe queria a melhor educação para mim. Mas as escolas da minha redondeza não eram nada boas. Fui para o curso secundário numa outra parte da cidade. Do ponto de vista acadêmico, a escola era muito boa, embora fosse um daqueles clubes sociais, isto é, uma das escolas dos brancos da classe média com longa história de discriminação social.
As coisas nunca foram muito bem comigo. Havia esse grande vazio produzido pela solidão, havia essa sensação de falta de segurança, coisas pelas quais a maior parte dos negros pobres passam. Eu não tinha como exemplo imagem alguma a seguir a não ser o batedor de carteiras, o traficante de narcóticos e o agente da loteria ilegal — os sujeitos que andam por aí dirigindo carros de altíssimo preço. Esses eram os tais que pareciam bem sucedidos na vida. Na escola nunca ouvíamos falar sobre os negros que estavam fazendo alguma coisa útil.
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