Skip to main content Skip to search Skip to header Skip to footer

A verdadeira testemunha

Da edição de junho de 1975 dO Arauto da Ciência Cristã


A porta dos fundos bateu com força quando Denise entrou correndo na cozinha. “Mamãe! Mamãe!” soluçava ela. “Olhe o meu cartaz.” Atirou na mesa da cozinha um trabalho rasgado e sujo.

“Tônio? De novo?” perguntou a mãe.

Denise concordou. “Era um dos três melhores cartazes de toda classe, e ele o estragou.” Lágrimas corriam pela face da menina. “Você nem chegou a vê-lo.” Ela atirou-se numa cadeira, escondeu a cabeça entre os braços e debruçou-se sobre a mesa. “Aquele brigão! É um miserável e tenho ódio dele.”

A mãe serviu um lanche para Denise. Tinham realmente um problema. O menino, já grande, era de outra escola e começara a perseguir Denise quando esta voltava da escola para casa. Havia diversas semanas, vinha ele estragando os trabalhos dela. Uma vez, empurrou-a para fora da calçada, na lama, rasgando-lhe o casaco.

“Querida”, disse a mãe com calma, “tínhamos concordado em solucionar este problema por meio da Ciência Cristã, não é?”

“Mas, Mamãe, eu tentei”, disse Denise. “Toda vez que vejo o Tônio vindo em minha direção, digo a mim mesma que ele é o filho perfeito de Deus. Mas ele me odeia. E eu não sei a razão.” O queixo dela começou a tremer de novo. “A Ciência Cristã não funcionou desta vez.”

Depois de alguns momentos, a mãe respondeu, pensativamente: “Você sabe, Cristo Jesus nunca perguntou por que alguém tinha uma doença, não é? E não vamos perder tempo perguntando por que razão Tônio faz isso. Talvez estejamos nos apegando a alguns pensamentos que devem ser completamente modificados.”

“Quais, por exemplo?”

“Bem, como é que a Bíblia diz que Deus criou o homem?”

Denise pensou, por um momento.

“Na Escola Dominical lemos que Deus criou o homem à Sua imagem.” V. Gênesis 1:27;

“Certo”, a mãe concordou, “e este homem é alguém que odeia ou é odiado?”

“Não, acho que não”, disse Denise, e então acrescentou rapidamente, “mas tenho certeza de que odeio o que o Tônio faz.”

“Ninguém espera que você goste de atos errados, querida. Mas os atos não são o homem, não é mesmo?”

Denise sacudiu a cabeça. “Que posso fazer, Mamãe?” perguntou, desesperada.

A mãe ficou em silêncio. Denise sabia que ela estava atenta para ouvir a resposta que Deus, a Mente divina, lhe daria. De repente, a mãe sorriu e disse: “Bem, apenas precisamos fazer o que Deus manda.”

As sobrancelhas de Denise ergueram-se: “O que Deus manda?”

“Sim. Num dos Dez Mandamentos consta: «Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.» Êxodo 20:16; Querida, você sabe o que quer dizer «falso testemunho»?”

“Sim”, Denise respondeu rapidamente. “Vi um programa de televisão em que o homem estava no banco de testemunhas de um tribunal dando a descrição de certa pessoa. Então outra testemunha disse o que essa pessoa havia feito. A testemunha precisava jurar que diria a verdade, toda a verdade e nada além da verdade. Mas algumas vezes uma testemunha mente e isso é contra a lei.” Denise parou. “Oh, já sei. A pessoa que mente está dando «falso testemunho», não é, Mamãe?”

“Exatamente”, a mãe concordou. “E, quando sabemos que o Tônio é um filho perfeito de Deus, e então dizemos que ele é um brigão, o que estamos fazendo?”

Os olhos de Denise abriram-se com surpresa. Quase sussurou: “Puxa, estou dando falso testemunho do Tônio. Estou contra a lei — pelo menos contra a lei de Deus.”

Então a mãe fez outra pergunta que a supreendeu ainda mais. “Você também tem dado testemunho contra si mesma, não é?”

“Contra mim mesma?” repetiu ela.

“Sim, você se tem considerado uma garota amedrontada que está fora do cuidado protetor de Deus? Uma garota que pode ser maltratada e odiada por alguém? É tão importante para você saber a verdade a respeito de si mesma como sabê-la a respeito do Tônio — a verdade de que você é filha de Deus, que ama, é amada e está a salvo.”

“Não pensava dessa maneira a meu respeito. Você sabe, lembro-me agora de algumas palavras da Sr.a Eddy: «Revestido com a panóplia do Amor, estás ao abrigo do ódio humano.» Ciência e Saúde, p. 571. Vou me envolver na armadura do Amor!”

“Muito bem! E lembre-se, Denise, você está totalmente fora do alcance do ódio — quer pareça estar o ódio no pensamento de outras pessoas ou no seu próprio.”

Alguns dias depois o Tônio rasgou outro trabalho, mas dessa vez Denise não correu para casa, chorando. E não apenas repetiu as palavras da Verdade. Tentou com toda força saber realmente que tanto ela como Tônio estavam envolvidos no amor de Deus. Não foi fácil e as coisas não se modificaram da noite para o dia. Porém duas semanas depois, quando Tônio a viu, não pegou os trabalhos dela nem a empurrou. Simplemente olhou para ela e disse, asperamente: “Olá, menina.”

Um dia Denise correu para casa sacudindo na mão um trabalho e rindo. “Olá, Mamãe! Sabe de uma coisa? Lembra-se de Guilherme, o amigo de Tônio? Bem, ele ia agarrar meu cartaz e Tônio o impediu, e disse de um modo bem seco: «Deixe-a em paz. Ela é minha amiga.» Guilherme só ficou olhando para ele. E eu também. O que você acha disso, Mamãe?”

A mãe riu. “Acho que agora vocês dois estão dando verdadeiro testemunho.”

Para conhecer mais conteúdo como este, convidamos você a se inscrever para receber as notificações semanais do Arauto. Você receberá artigos, gravações em áudio e anúncios diretamente via WhatsApp ou e-mail.

Inscreva-se

Mais nesta edição / junho de 1975

A missão dO Arauto da Ciência Cristã 

“...anunciar a atividade e disponibilidade universal da Verdade...”

                                                                                        Mary Baker Eddy

Conheça melhor o Arauto e sua missão.