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Comunicação que prepara o coração

[Original em alemão]

Da edição de fevereiro de 1976 dO Arauto da Ciência Cristã


Pouca gente gostaria de viver sozinha e isolada numa ilha remota, como uma espécie de Robinson Crusoé, sem qualquer contato com outras pessoas. Isso mostra a importância da comunicação na vida humana. É essencial que todo indivíduo, como um ser socialmente relacionado, esteja em contato com aqueles que o cercam, tanto para comunicar suas próprias idéias e anseios, como para receber as comunicações de outras pessoas. A comunicação, como expressão de dar e receber, é quase tão vital ao homem como lhe é a respiração.

Hoje em dia, no entanto, em vez de vivermos a solidão de um Robinson Crusoé, talvez achemos que o extremo oposto — a assim chamada comunicação total — pretenda obter controle sobre o nosso pensamento. Apesar de todas as vantagens que se oferecem nessa época de comunicação universal, corremos o risco de que os modernos meios de comunicação em massa — o rádio, o cinema, a imprensa e a televisão — nos bombardeiem com informações de toda espécie, de modo tal que apenas conseguimos digeri-las. Devido à superabundância de informações, vemo-nos em dificuldade, ou até mesmo na impossibilidade, de irmos ao fundo da questão, a fim de determinar quanto de verdade nela se contém. Vemo-nos impossibilitados de separar o joio do trigo, de diferenciar entre o verdadeiro e o inverídico, o importante e o sem importância.

Os mais variados grupos tiram vantagem dessa situação e procuram manipular as pessoas que recebem suas comunicações e persuadi-las a tomar decisões e a fazer coisas que possivelmente jamais teriam vez se tal comunicação não tivesse sido recebida. Essa pletora de informações pode levar uma pessoa a identificar-se com conceitos estranhos à sua natureza e assim, em crença, adulterar sua própria identidade e individualidade. Isso, por sua vez, a leva a não tomar em consideração seu direito à autodeterminação e a faz perderse ainda mais no mar das opiniões. Tudo isso não passa do sonho adâmico descrito na história bíblica de Adão e Eva no Jardim do Éden, em que a serpente faz uma sugestão destinada a confundi-los e a adulterar-lhes o conceito de identidade.

Ora, onde é que se inicia, para nos, a confusão? Em nosso próprio pensamento, naquele cantinho de nossa consciência em que os conceitos errôneos a respeito de Deus e do homem ainda existem; ali onde o medo, a dúvida e a ansiedade insinuam-se; onde as inclinações e os desejos falsos da mente mortal buscam denegrir ou ocultar nossa verdadeira individualidade. O erro em nosso pensamento é o que compõe nosso meio ambiente material mais imediato. Precisamos lidar principalmente com nosso próprio pensamento a fim de nos purificarmos, por assim dizer, da poluição resultante do meio ambiente.

Com a serpente que fala — o falso “eu” — o único diálogo que se faz preciso é a ordem: “«Acalma-te, emudece!» Marcos 4:39; Eu nada tenho em comum com você.” Essa ordem tira sua autoridade de Deus e pode ser dada quando, pela oração, nossa comunicação com Deus, nos tornamos conscientes de Sua totalidade e unicidade. A Sr.a Eddy escreve em Ciência e Saúde: “A intercomunicação se faz sempre de Deus para Sua idéia, o homem.” Ciência e Saúde, p. 284;

Quando seguirmos a recomendação bíblica: “Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus” Salmos 46:10;, e estivermos imbuídos da disposição íntima de em oração atentarmos à comunicação divina, estaremos capacitados a refletir conscientemente Sua sabedoria, Seu amor e domínio. Em nossa oração abrimos nosso pensar ao Cristo, — a ação do Espírito divino a encher nossa consciência com a compreensão da presença de Deus e a erradicar tudo o que a Ele se opõe e que não revela Seu poder. Assim, com a autoridade do Cristo somos capazes de controlar o falso eu, ou o sentido corpóreo e mortal. Só depois de termos feito isto poderemos comunicar eficazmente a verdade aos outros.

Tive provas disso quando, em várias ocasiões, fui convidado a falar sobre a Ciência Cristã a grupos de estudantes. Essas palestras foram dadas durante o período escolar de instrução religiosa desses alunos. Pude ver que as informações sobre a Ciência Cristã eram bem recebidas quando, graças à oração a Deus, eu primeiro tinha me tornado claramente consciente da unicidade e totalidade da Mente, Deus, e havia removido de meu pensamento tudo o que se opunha a essa Mente. A atitude atenta dos alunos e as perguntas deles mostravam, todas as vezes, que o que fora dito tocara numa corda receptiva, indicando receptividade à Verdade. A dissertação sobre a Ciência Cristã era acolhida sem preconceito e com interesse.

A humanidade tem necessidade urgente da Ciência Cristã. Muitas pessoas a desejam, até mesmo suspiram por ela, embora tenham apenas vago conceito sobre ela. Há um desejo ardente e intuitivo pela verdade.

A Sr.a Eddy diz-nos que “milhões de mentalidades sem preconceitos — que com simplicidade procuram a Verdade, viandantes fatigados, sedentos no deserto — aguardam, atentos, o repouso e o refrigério”. E ela continua: “Dá-lhes um copo de água fresca em nome de Cristo, e nunca receies as conseqüências.” Ciência e Saúde, p. 570;

A fim de entrar em contato com essas mentalidades sem preconceitos, que buscam a Verdade, faz-se necessária acima de tudo a comunicação com Deus. Quando sinceramente desejarmos transmitir a verdade a alguém em busca de ajuda, sermos levados pela Sua sabedoria a dizer e a fazer a coisa certa no momento adequado. Humanamente falando, não existe fórmula. Não existe programação factível. Onde quer que nos encontremos, precisamos expressar em pensamento, palavras e ações, as habilidades espirituais que nos foram concedidas pelo nosso Pai celestial. Nisso se inclui também amar ao nosso próximo como a nós mesmos. Estaremos então seguindo a injunção de Cristo Jesus: “Brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus.” Mateus 5:16; Essa luz pode ser percebida por aqueles que a buscam. E é uma luz que emana do Cristo. Ela brilha enquanto o Cristo mora em nosso pensamento. E aqueles que buscam o Cristo sentem-se atraídos por essa luz. Não precisamos pôr em ação nenhuma persuasão pessoal.

Para comunicarmos — como o indica essa palavra que deriva do termo latino Communis — é preciso termos algo em comum com a outra pessoa. Humanamente falando, um idioma em comum se faz necessário a fim de que a mensagem seja eficazmente transmitida. Experiência comum — na escola, no estudo, nos esportes, no serviço militar, ou na profissão — pode também contribuir para acender o interesse de outra pessoa.

Mas para ser eficaz, a comunicação precisa enfatizar o valor das coisas genuinamente em comum. A expressão “um semelhante” sugere aquilo que é comum a todos — o fato de ser homem. Quando consideramos esse relacionamento à luz de nossa religião, isto é, quando não perdemos de vista a paternidade e a maternidade de Deus, que nos une todos como semelhantes, vemos que todos nós temos a mesma fonte, a mesma origem — Deus, a Mente, o Espírito, o Amor infinito, — e que todos nós somos idéias, manifestações individuais, dessa Mente única, criadas à Sua imagem e semelhança.

Esse reconhecimento é um ponto de partida sadio para a comunicação eficaz. Indica o rumo que a comunicação deve seguir: primeiro para Deus, o Pai de todos — quem, por assim dizer, nos põe em sintonia com nosso próximo — e a seguir com todos os nossos semelhantes. Não é um conceito material de fraternidade, ou comunhão com nossos semelhantes, mas a compreensão espiritual que nos habilita a perceber as necessidades mais prementes de outros e nos leva a atendê-las. A Sr.a Eddy escreve: “Não é a intercomunhão pessoal, e sim a lei divina, que é a comunicadora da verdade, da saúde e da harmonia à terra e à humanidade.” Ciência e Saúde, p. 72.

É sempre o Cristo quem une os corações. Saber isso nos coloca na mesma faixa de ondas daquele que recebe nossa comunicação e permite-nos dizer as palavras de Verdade e de Vida que nosso ouvinte está disposto a aceitar e compreender em seu nível atual de experiência. Indo assim ao encontro de nosso próximo, poderemos chegar até o coração das pessoas.

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