Na última ceia, de sua alegria falou,
Aos amigos falou de sua alegria.
Quando o Mestre ao espaço se alçou
Por sobre a cruz, além do túmulo, deixou
Esta mensagem de eterna alegria —
Que ninguém tirar jamais poderia —
E que aos confins do mundo levariam.
A alegria não é coisa que nos venham dar,
Ou com astúcia ou por capricho consigam roubar.
Ela do leste ou do oeste não vem,
Nem por palavra ou ato de alguém.
Não está guardada em distante armazém,
Nem protegida por tranca ou ferrolho.
Nunca à espera que se vire a folha
Do calendário, ou mova-se, do relógio,
O ponteiro. Nunca ligada ao dia de ontem,
Nem no amanhã escondida se encontra.
A alegria não se pode ganhar,
Nem perder, entre o nascer e o pôr do sol.
Não a governa a roda da fortuna,
Nem o lance de dados ou a virada
De cartas. Não é ganha com o mourejar,
Nem é comprada por preço.
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