Certa manhã uma praticista da Ciência Cristã recebeu recado de um homem que aparentemente fora gravemente ferido por uma pesada máquina que caíra em cima dele. O vizinho que transmitiu o recado disse que o homem conseguira arrastar-se livrando-se da pesada máquina, mas que estava deitado no chão, semiconsciente.
Instantaneamente a praticista compreendeu que a vida, a liberdade e a força do homem verdadeiro e espiritual nunca estão na matéria e portanto não podem estar ameaçadas pela matéria ou ser por ela destruídas. A praticista enviou uma mensagem tranqüilizadora ao paciente e a seguir abriu Ciência e Saúde, onde leu as seguintes palavras da Sr.a Eddy: “Que a Vida é Deus, Jesus o provou por seu reaparecimento depois da crucificação, em estrita conformidade com sua declaração científica: « Destruí este santuário [corpo], e em três dias Eu, [o Espírito,] o reconstruirei.» É como se tivesse dito: O Eu — a Vida, a substância e a inteligência do universo — não está na matéria, e não pode ser destruído.” Ciência e Saúde, p. 27; Quando leu a última frase, exclamou com alegria em voz alta: “É isso mesmo!”
Poucos minutos depois, a pessoa que se acidentara telefonou para dizer que no momento exato em que o primeiro chamado fora feito, havia recuperado totalmente a consciência e instantaneamente se sentira grandemente fortalecido. Logo depois foi capaz de caminhar até seu carro e de dirigir até em casa onde repousou por algum tempo. No meio da tarde voltou ao trabalho, onde esteve ativo e alerta como sempre.
Essa experiência mostra como a oração na Ciência Cristã pode curar os efeitos de acidentes.
Na Ciência Cristã aprendemos que Deus é a Mente que tudo sabe; portanto, o homem — Sua imagem e semelhança — não pode estar consciente de nada que esteja fora do alcance do conhecimento de Deus. A Sr.a Eddy escreve em Ciência e Saúde: “Os acidentes são desconhecidos a Deus, a Mente imortal, e precisamos abandonar a base mortal da crença e unir-nos à Mente única, a fim de substituir a noção de acaso pelo conceito apropriado acerca da direção infalível de Deus, e assim trazer à luz a harmonia.” ibid., p. 424;
Portanto, os acidentes e seus aparentes efeitos são meras ilusões apoiadas na “base mortal da crença”. As ilusões, no entanto, podem parecer reais e precisamos estar espiritualmente alerta para não sermos enganados pelas ruidosas e muitas vezes estridentes reivindicações dos sentidos materiais. Assim, se porventura ouvirmos o relato de um acidente ou o presenciarmos, não seremos levados a reagir em virtude de temor, choque ou ressentimento. Ao contrário, instantaneamente e em oração nos volveremos da discórdia para Deus, a fonte de toda a harmonia.
Isso não significa que iremos ignorar a situação humana. Longe disso. Pois o volver-se a Deus em oração não apenas abre o pensamento ao poder curativo do Amor divino, mas também guia-nos a tomar os passos práticos que são mais úteis na ocasião. Buscando sua evidência em Deus, o bem, o Espírito imortal, ao invés de na matéria, a Ciência Cristã mostra que na infinidade do Espírito não pode haver nada que seja prejudicial.
Ao defrontarmo-nos com um acidente, precisamos reconhecer com firmeza os fatos do verdadeiro ser, ou seja, que o Espírito, Deus, sendo Tudo, a matéria não é uma realidade, mas uma crença errada de que a substância seja algo diferente do Espírito. Assim como não há mal no bem nem trevas na luz, também não pode haver matéria no Espírito. O Espírito, a Vida, ê a substância de todo o ser. Cristo Jesus afirmou: “O espírito é o que vivifica; a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos tenho dito, são espírito e são vida.” João 6:63;
Raciocinando a partir da premissa da totalidade do Espírito, o bem infinito, reconhecemos que a evidência contrária pode ser corrigida. A totalidade de Deus não deixa lugar para nada mais. O reconhecimento desse fato liberta-nos do temor. Ninguém teme o bem. Um acidente em que ocorrem lesões, certamente não é bom; logo, por mais real que pareça ser, é uma crença falsa e mesmérica.
Exatamente onde os sentidos materiais registram lesões, choques e outras fases da desarmonia, lá mesmo a verdade do ser está presente para destruir essas crenças desoladoras. Tal certeza também levar-nos-á a tratar de maneira eficaz da possível destruição de objetos materiais e conseguir a recuperação ou a compensação total deles por meio da orientação da Mente infinita, o Amor divino.
O reconhecimento instantâneo dos fatos espirituais muitas vezes evita os efeitos adversos de acidentes, mas se há indícios de lesões, os mesmos podem ser rapidamente curados por meio de oração eficaz. Para tanto, é necessário que refutemos o erro quanto à mortalidade e afirmemos o verdadeiro ser do homem como o reflexo indestrutível do Espírito.
É essencial reconhecer-se que o medo não tem causa, pois Deus, a Vida e o Amor divinos, está eternamente presente e Seu poder proteje-nos, envolve-nos e livra-nos de todas as pretensões do mal. Deus é a Vida do homem. Deus, o Espírito, não pode ser atingido pela matéria; nem o pode o homem, o reflexo de Deus.
Como idéia espiritual da Mente divina, o homem é intato, completo e não pode ser privado de nenhum bem. Ele não se apóia na matéria para ter vida, nem sua atividade depende de órgãos, músculos ou ossos. O homem é espiritual, não material, e é governado por Deus, a Mente única. Por isso nenhuma condição da matéria pode tirar-lhe a vida ou o bemestar, ou interferir em sua atividade. Nada o separou de sua fonte de harmonia na Alma e nada o pode fazer.
A lei do bem sempre presente anula e aniquila toda e qualquer sugestão de infecção ou de outras crenças eivadas de medo e criadas pelo homem. Não pode haver nenhuma condição sob a qual o homem não expresse Deus, o Princípio divino imutável. A Mente onisciente, onipotente e onipresente é a Mente do homem, sua consciência; portanto, o homem não pode ficar inconsciente; nem pode ele ser enganado por sugestões mentais agressivas de dor ou invalidez. Em um de seus sermões a Sr.a Eddy diz: “Um sonho chama-se a si mesmo de sonhador, mas quando o sonho se desfaz, vê-se o homem totalmente separado do sonho.”Christian Healing, p. 11;
O homem não está no sonho do acidente, nem pode tal sonho estar nele. O sonho do acidente pode chamar-se um mortal ferido, mas exatamente lá está presente o Cristo, a Verdade, revelando a eterna perfeição do homem. Essa compreensão proteje o indivíduo contra os pensamentos ansiosos daqueles que o cercam. A Verdade é mais forte do que o erro. O homem, o reflexo, ou a idéia, da Mente infinita, é sempre completo e livre. Podemos compreender isso, regozijarmo-nos em nossa liberdade e glorificarmos a Deus.
O Salmista declara: “O que habita no esconderijo do Altíssimo, e descansa à sombra do Onipotente, diz ao Senhor: Meu refúgio e meu baluarte, Deus meu, em quem confio.” Salmos 91:1, 2.
À medida que reconhecermos a presença eterna e o poder de Deus, o Amor infinito, habitaremos na consciência de Seu amor e cuidado incessantes.
Tu és o meu esconderijo;
tu me preservas da tribulação
e me cercas de alegres
cantos de livramento.
Salmos 32:7