Disse o poeta: o mundo está conosco em demasia.
Ele imprime sobre mim a carga desta hora.
Continentes em tumulto, gente em fuga —
Gente real, ferida e com dores, esperança e temores —
Levando consigo animais e criancinhas; famílias a correr
Para a segurança incerta, fugindo do mal com seu ignoto poder.
Nesta hora, estará o mundo conosco em demasia?
Gostaria eu que estivesse menos? Afastar-me-ia?
Minha vidinha até aqui não fora perturbada,
O trabalho e o lar oferecem esplêndido retiro.
As coisas estão diferentes, talvez mais difíceis,
Mas não sublevadas ao ponto de estarem incontroláveis.
“Isso não pode acontecer aqui” — dizemos.
“Desligue o rádio. Apague a televisão.
Viva no agora do trabalho e do lazer amenos.”
Não, prefiro que o mundo venha sufocar-me;
Melhor sentir sua fome de enjeitado do que nada sentir.
Mas há outro curso:
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