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Crime e violência — que é que podemos fazer?

Da edição de junho de 1978 dO Arauto da Ciência Cristã


As coisas más, que acontecem às pessoas em muitas partes do mundo, ocupam em grande proporção, nos dias de hoje, o pensamento. “O temor de ser ferido: problema ‘oculto’ da América”, foi o que pesquisa de um jornal noticiou. O problema, cuja solução prática e convincente muitas pessoas desejam, é o seguinte: o que podemos fazer quanto à violência?

As pessoas que compreendem a Ciência Cristã e que por isso aceitaram ser Deus, o Espírito, a causa única do homem e da criação, reconhecem que o efeito oriundo daquela causa é espiritual. Este ponto de vista científico da existência leva à conclusão de que a violência, o fratricídio, a fragmentação, não fazem parte da criação de Deus. Nem podem pretender ser fascinantes para aquela consciência que sabe que a causa primária da vida é o Espírito e reconhece que toda atração verdadeira é espiritual.

Esta atração única, a atração da Mente divina que a tudo controla, governa e protege, se expressa no homem espiritual individual e no universo. Nisto está nossa autoridade para recusar qualquer descrição, histórica, jornalística ou qualquer outra, que dê a entender que a identidade real do homem possa ser atraída pelo mal — possa ser depravada, astuta, marginalizada ou perigosa.

É muito fácil aceitar para si mesmo a conclusão científica de que o homem é o produto da Mente criadora, o Espírito, e ao mesmo tempo acreditar que alguma outra pessoa tenha o seu ser num registro material da criação, com suas possibilidades de decepção, insatisfação e assim por diante. Este raciocínio não é coerente. Ou o homem não é decaído e cada qual representa este estado de hombridade, ou então ninguém tem essa liberdade. A Sra. Eddy escreve: “Referindo-se aos filhos de Deus, não aos filhos dos homens, Jesus disse: ‘O reino de Deus está dentro em vós’; isto é, a Verdade e o Amor reinam no homem real, mostrando que o homem segundo a imagem de Deus nunca decaiu e é eterno.” Ciência e Saúde, p. 476;

A história humana quer que acreditemos que os descendentes de Caim precisam continuar a matar Abel e que o ciclo do mal deve prosseguir a partir daquele assassinato inicial. Mas a única época ou lugar em que Caim se levantou para matar Abel foi num mito — numa hipotética criação material, e é somente nessa criação material hipotética que os crimes ocorrem hoje em dia.

Escrevendo no Harvard Business Review, H. Justin Davidson fez a seguinte observação: “... o aumento do crime entre nós se concentra em dois setores: as minorias e a população juvenil. Ambos são indícios de que há falência em nossas famílias, e ambos descrevem uma alienação que abala a rama e a trama de nossa estrutura social.” Harvard Business Review, Março-Abril 1977, p. 98; Adentrandonos mais nesta análise, vemos claramente a necessidade de enfrentar a mentira de que existe a possibilidade de o homem estar separado de seu Pai-Mãe Deus. Não obstante a evidência humana que dá testemunho contrário, o fato espiritual é que Deus bondosamente inclui e abençoa cada idéia individual. Se aqueles que parecem cometer a maioria dos crimes forem os que menos tiverem sido alimentados e tiverem recebido menos cuidados, o remédio está claro. Os que realmente amam a Deus podem transmitir o espírito de amar e de zelar em todo pensamento e em toda ação. Podemos afirmar com insistência a presença da lei do Amor para ajustar, confortar e corrigir toda pretensão de desespero. A Sra. Eddy diz: “A Verdade, a Vida e o Amor são as únicas exigências legítimas e eternas impostas ao homem, e são legisladores espirituais, que compelem à obediência por intermédio de estatutos divinos.” Ciência e Saúde, p. 184;

O conceito mais aprimorado de nutrir e de amar implica em nos identificarmos espiritualmente. Para verdadeiramente amar os outros como a nós mesmos, como Cristo Jesus ordenou, precisamos reivindicar o Espírito como a fonte de todo o ser, e não admitir realidade em qualquer atividade ou intenção (quer nossa quer de outrem) que não reflita o bem, Deus.

Mas muitas pessoas sentem-se muito preocupadas pessoalmente com o crime e a violência. Acham difícil lidar com o medo que sentem por seu próprio bem-estar. Talvez essas pessoas perguntem: “Como podem nossas afirmações sobre o estado espiritual do homem ter efeito sobre nosso ambiente humano?”

Quando formos capazes de aceitar o fato de que aquilo que parece ser um ambiente humano nem por isso deixa de estar sob o controle do Amor divino, podemos sentir-nos libertados do medo. Essa sensação livre de medo traz a cura e a habilidade de nos movimentarmos em segurança nas nossas andanças diárias. Não há leis que autorizem ou permitam a destruição do homem. Deus e Sua lei dizem: “Haja luz” Gênesis 1:3;, e essa luz dissipa toda pretensão encoberta de que a vida está na dependência de uma visão material, limitada, do homem.

Quando olhamos além de tudo o que aparentemente justifica que tenhamos medo, além de todos os etceteras e dos “o que acontecerá se” com que o receio nos quer apoquentar, reconhecemos que o crime e a violência são sugestões hipnóticas de que existe alguma coisa além de Deus. Quer nos sintamos aterrorizados pelo medo de uma guerra bem distante ou nervosos no crepúsculo frio de um bairro inquietante, a origem de nosso medo está na crença errada de que uma idéia espiritual de Deus possa ficar impedida de buscar refúgio no Amor.

João conta que certa vez quando Jesus estava ensinando o povo, este ficou furioso com o que ele dizia. “Então pegaram em pedras para atirarem nele; mas Jesus se ocultou e saiu do templo.” João 8:59;

Em certo sentido o metafísico cristão, baseando sua definição da realidade naquilo que é espiritual e não no que é material, está constantemente apartando-se do antagonismo material. Em cada hora do dia ele aprende a insistir calmamente na presença de Deus, na perfeição do ser, e na verdadeira identidade do homem como imagem e semelhança do Espírito. Tudo o que sugere circunferências materiais a envolver a existência — quer sejam horários estabelecendo limites ou objetivos de conseguir mera satisfação física — é um empecilho à consecução da liberdade e da harmonia. Somente na proporção em que coerentemente nos apartamos de toda crença em existência material é que podemos reivindicar nosso domínio espiritual.

Quando compreendemos a completa satisfação e segurança que pertencem ao homem como idéia espiritual e expressamos bom senso e prudência nas nossas atividades, já não precisamos conceder no pensamento um lugar para possível desarmonia. Nada daquilo que se apresenta — nenhum ego mortal que se chama eu mesmo ou um outro — pode se levantar no caminho que leva ao reconhecimento de que o Amor divino é Tudo. Neste reino do Amor não só não está presente nenhuma mente que possa ter medo, como em verdade não há coisa alguma da qual possamos ter medo. Ao orar desta maneira, adquirimos a capacidade de demonstrar imunidade contra qualquer dano. Uma vez que tenhamos dissipado o receio de que uma mentira talvez fosse verdadeira, teremos eliminado todo poder que a mentira parecia ter tido.

A Sra. Eddy escreve: “Há um só Eu, ou Nós, um só Princípio divino ou Mente, que governa toda a existência; o homem e a mulher, para sempre imutáveis em seus caracteres individuais, tal como os números, que nunca se misturam uns com os outros, embora sejam governados por um só Princípio.” Ciência e Saúde, p. 588; Sobre esta base resistimos a toda ilusão de haver vida material, quer essa pretenda assustar-nos ou engodar-nos para que nos afastemos do bem. Não devemos nenhum crédito a este assim chamado ego que acredita ser a existência constituída de personalidades materiais. Esse eu espúrio é desalojado pela compreensão de que a Mente divina é o único Ego e o homem é espiritual, e não material.

Assim, o infalível modo de sustar e solucionar o crime e a violência acha-se no reconhecimento de que o poder que é Deus está presente com o homem. O homem está a salvo de qualquer aspecto do crime — não pode ser nem agressor nem vítima, nem ter medo nem ser temido — porque sua origem infalível, o Amor divino, está sempre presente, identificando-se. Lembremo-nos da bem conhecida promessa do salmo que diz: “O Senhor é o meu refúgio. Fizeste do Altíssimo a tua morada. Nenhum mal te sucederá.” Salmos 91:9, 10.

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