Será que acho-me em forma?
Esta é uma pergunta que muitas pessoas se fazem. Os tele-espectadores comodamente sentados, bem como os que comparecem às competições esportivas, divertem-se ao observar como os atletas mundiais derrubam um após outro os recordes anteriores — conseguindo uma performance que parecia impossível alcançar. Atribui-se muita importância ao preparo físico, e faz-se-nos crer que se nossos próprios corpos fossem tão flexíveis quanto os dos superastros que admiramos, nosso futuro talvez fosse mais brilhante e a vida mais compensadora.
Mas será que o preparo físico é o bastante? Para a maioria de nós o bom senso manda que façamos exercícios naturais e que sigamos uma dieta normal. No entanto, mesmo que os corpos estejam bem preparados, reajam como se espera, isso pouco adiantará se as mentes ainda permanecem apáticas e preguiçosas. Na sociedade exigente de nossos dias há necessidade de se estar mentalmente preparado — de se ser pensadores que, nesse estado mental de alerta, possam lidar com o medo e as tensões dos dias modernos. Se concedêssemos tanto tempo a manter nossas mentes bem exercitadas por um sistema bem ordenado de pensar, baseado no Princípio divino, como o tempo que gastamos em treinos físicos para nos sentirmos bem, o mundo experimentaria uma mudança para melhor.
A Ciência Cristã mostra-nos como demonstrar o poder curativo de Deus. Uma compreensão desta Ciência habilita o indivíduo a mostrar aptidão mental e a provar que não há barreiras tais como a idade, que possam impedi-lo de estar ativo. Seu método de manter-se apto é oração, e esta atividade promove saúde e harmonia.
O que pensamos influencia os nossos corpos e a situação ao nosso redor. Aquele que abriga pensamentos deprimidos é muito mais suscetível de achar-se numa condição corpórea desarmoniosa do que aquele cujos pensamentos se elevam na expectativa do bem. Nossa atitude mental afeta tudo quanto fazemos. Quão importante é, pois, ocupar os nossos pensamentos com a verdadeira compreensão da totalidade de Deus, o bem, em vez de manter uma atitude negativa de incerteza e temor!
Logo ao começar o dia, será prudente praticar rigoroso exercício mental de flexibilidade. Isso nos coloca em boa forma para os desafios diários que estejam mais adiante. Podemos começar ocupando o pensamento com a verdade referente a Deus e ao homem. A Sra. Eddy, no livro Ciência e Saúde, apresentou ao mundo um conceito revolucionário sobre Deus, e é a partir da base dessa nova compreensão que a Ciência Cristã nos enisna a orar. Uma das definições é a seguinte: “Deus. O grande Eu Sou; Aquele que tudo sabe, que tudo vê, que é todo-atuante, todo-sábio, a tudo ama, e que é eterno; Princípio; Mente; Alma; Espírito; Vida; Verdade; Amor; toda a substância; inteligência.” Ciência e Saúde, p. 587;
O homem é a expressão, ou idéia, do Pai-Mãe Deus. No primeiro relato da criação no Gênesis consta: “Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou.” E continua: “Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom.” Gênesis 1:27, 31;
Quando estes fatos espirituais são compreendidos, estabelecemos no pensamento uma base firme, e podemos sentir-nos confiantes ao enfrentar mentalmente — mediante oração científica e cristã — os problemas que afligem a humanidade.
Uma frase de Cristo Jesus freqüentemente citada diz: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.” João 8:32; A Ciência Cristã ensina que a verdade a que Jesus se referia era a de Deus perfeito e homem perfeito, e que a aplicação prática dessa idéia resolve problemas. Algumas pessoas talvez sintam-se inclinadas a pensar que os Cientistas Cristãos estão vivendo no país da utopia por sustentarem esse ponto de vista acerca de Deus e do homem, quando tudo ao redor parece caos e miséria humana. Mas, acaso esse aspecto de miséria não é prova suficiente de haver necessidade dum pensamento iluminado? O caos e a miséria da existência humana persistirão até que ponhamos individualmente ordem e harmonia em nossas vidas, ao mudarmos a base na qual vivemos, ou seja, mudarmos o nosso pensamento. Pois o que é que conseguimos, mantendo um sentido imperfeito acerca de Deus e do homem? A Sra. Eddy escreve: “Não ouves todo o mundo falar do modelo imperfeito? O mundo põe-no continuamente diante de teus olhos. O resultado é que ficas propenso a seguir esses padrões inferiores, a limitar a obra de tua vida e a adotar na tua experiência o contorno anguloso e a deformidade dos modelos da matéria.” E continua: “Para remediar isso, temos primeiro de volver nosso olhar para a direção certa, e então seguir esse caminho.” Ciência e Saúde, p. 248.
O trabalhador mental científico não está, portanto, empenhando-se por conseguir um corpo melhorado, mas uma atitude mais feliz, mais sadia, baseada na verdade espiritual e que resulta na verdade espiritual — uma atitude que abençoará a ele e aos que estiverem ao seu redor. Os resultados desse “exercício” diário são múltiplos: a Ciência Cristã dá-lhe a capacidade de ficar calmo em tempos de crise; repudiar o mau temperamento; não permitir que a crítica e a inveja influenciem seu julgamento. Um amor profundo e cada vez maior para com o próximo torna-o um trabalhador mais consciencioso, um patrão mais escrupuloso, um pai mais compreensivo, um parceiro mais amoroso. Tudo quanto ele fizer terá o bem como fator subjacente, se seus pensamentos estiverem baseados em Deus.
A Ciência Cristã nos ensina a aplicar a lei de Deus na nossa vida diária, assim como Jesus o fazia. Esta lei entra em ação mediante nossas orações. Na escola o estudante é ensinado a aplicar as leis da matemática. Se o resultado estiver incorreto, não é a lei da matemática que tem a culpa, mas apenas a aplicação que o estudante lhe deu. O mesmo acontece na Ciência Cristã: a lei de Deus nunca tem a culpa, mas a aplicação que dela fazemos talvez tenha. Jesus teve a capacidade de demonstrar a presteza da lei de Deus para vencer toda a espécie de doença, de pecado, de carência e até a morte. A Sra. Eddy descobriu nesta época a lei de Deus sempre utilizável, e agora os estudantes de Ciência Cristã em todo o mundo podem apoiar-se exclusivamente na lei de Deus para resolver suas dificuldades.
Certa manhã, depois de ter exercitado, mediante oração, meus conhecimentos de Ciência Cristã, senti o apoio do preparo mental que disso resultou quando me vi desafiado pelo que parecia ser uma situação alarmante.
Quando, acompanhado de uma amiga, dirigia meu carro através de um povoado, dois cachorros grandes saltaram a cerca do lado da estrada, justamente em frente do carro. Um dos cachorros escapou; o outro ficou deitado, preso debaixo do veículo, ganindo. Não tive nenhuma sensação de pânico e rapidamente fui capaz de afirmar que Deus, sendo todo o bem, não podia criar acidentes e que, sem tomar em consideração o que a cena estava mostrando, somente o bem estava acontecendo.
Minha passageira disse que era preciso encontrar ajuda para que o animal pudesse ser libertado, e que eu devia ir procurar auxílio imediato. Perguntei a algumas crianças que estavam brincando do outro lado da estrada se sabiam quem era o dono do animal. Disseram que sabiam, mas recusaram-se a ir buscá-lo. Para minha surpresa, não era possível encontrar qualquer pessoa que viesse ajudar-me.
Foi pois com maior convicção do que nunca que me volvi a Deus, sabendo que Ele era a única ajuda de que eu necessitava. Com confiança renovada e fé no Deus todo-amoroso ajoelhei-me e disse palavras de conforto ao cachorro, dando voz a algumas verdades que me vieram acerca da presença e da ação da lei da harmonia de Deus. O animal ainda ficou deitado imóvel por um momento e então, com um tremendo arranco, se libertou e correu estrada fora. Com grande alegria prossegui meu caminho com o carro. Minha passageira, que não era Cientista Cristã, ficou particularmente impressionada pelo efeito da verdade no que parecia ser uma situação angustiosa e comentou a sensação de calma que se havia apossado dela.
Da próxima vez, quando estivermos observando os que derrubam recordes lá fora na pista, examinemo-nos para verificar até que ponto estamos espiritualmente alerta e mentalmente em forma. O mal e a desarmonia se dissipam quando desafiados pelo poder de Deus. Tomemos, pois, a resolução de nos mantermos um pouco mais preparados e estarmos sempre suficientemente alerta para aplicar a lei de Deus.
Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm,
mas um só leva o prêmio?
Correi de tal maneira que o alcanceis.
Assim corro também eu, não sem meta;
assim luto, não como desferindo golpes no ar.
Mas esmurro o meu corpo,
e o reduzo à escravidão.
1 Coríntios 9:24, 26, 27
