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Como é possível alimentar o mundo?

Da edição de setembro de 1978 dO Arauto da Ciência Cristã


Jornalistas, comentaristas de TV e viajantes que andam pelo mundo fora nos dizem que há no globo insuficiência de alimentos e que sua distribuição é injusta. As dificuldades encontradas para prover o alimento necessário mostram-se insuperáveis. Muitas pessoas parecem condenadas a passar o resto de suas vidas em desespero e em estado de inanição. Como ajudaremos a evitar uma crise mundial de alimentos?

Parece que os dedicados trabalhadores das muitas organizações assistenciais hajam falhado em conter a maré de fome, apesar de seus esplêndidos esforços. As providências nacionais e internacionais para enfrentar essa necessidade, mal e mal começaram. A resposta final tem de estar na esfera espiritual, onde já foram encontradas muitas soluções eficazes.

A Sra. Eddy nos assegura: “Um milagre cumpre a lei de Deus, mas não viola essa lei.” Mais adiante, no mesmo parágrafo, continua: “O milagre não introduz desordem alguma, mas revela a ordem primitiva, estabelecendo a Ciência da lei imutável de Deus.” Ciência e Saúde, pp. 134–135;

Os milagres, tão bem conhecidos, que Moisés, os profetas e Jesus fizeram, foram o resultado da ação da lei espiritual — lei que ainda pode ser aplicada com confiança. A ordem trazida à luz por essa lei é uma ordem espiritual, existente no universo espiritual. A Ciência Cristã declara que a matéria, com todas as suas discórdias e imperfeições, é irreal — a ilusão de uma consciência que engana e é enganada. Sempre é possível detectar o erro, a materialidade, pelas suas imperfeições, pela sua discrepância da Verdade. Mas quando discernimos o que é espiritualmente verdadeiro, aproximamo-nos do que é bom e eterno, de Deus, o Amor, e de Sua inerente perfeição.

Alguém talvez pergunte: Que é que isso tem a ver com a necessidade de alimentar milhões de famintos? O raciocínio espiritual oferece a base para soluções práticas ao reconhecer que a realidade retrata a perfeição absoluta apoiada e estabelecida por uma lei espiritual que pode ser levada a incidir sobre as imperfeições da sociedade humana.

Deus e Sua manifestação, eis tudo quanto há. Não existe coisa alguma senão a perfeição, nem há nada além dela. Por ser Deus o Amor, toda a realidade é o produto do Amor infinito. Poderá haver maior perfeição do que o Amor infinito? Nada existe, exceto aquilo que Deus é e aquilo que O manifesta. Deus é expresso em idéias perfeitas e espirituais. Será que reconhecemos essas idéias? Será que notamos o quanto somos agraciados por esse reconhecimento?

A presença ativa de idéias espirituais se evidencia em honestidade, diligência, utilidade, perseverança, confiança, sabedoria, intuição, economia, paz, amor e assim por diante. Essas qualidades construtivas são vitais para uma mais acertada produção e distribuição de alimentos, combustíveis e outras necessidades humanas. Focalizar com atenção cada vez maior as idéias espirituais nos nossos afazeres diários, há de melhorar a situação humana. A Sra. Eddy diz: “Deus vos dá Suas idéias espirituais e estas, por sua vez, vos dão suprimento diário.” Miscellaneous Writings, p. 307; Ora, essas idéias espirituais indicam a perfeição de Deus, e nisso reside o bem que nelas é tangível.

Certamente há bem mais idéias espirituais à nossa disposição para as expressarmos do que comumente percebemos. As graças mais elevadas do Espírito — compreensão espiritual, pureza mental, receptividade á inspiração e confiança inabalável — desenvolvem nossa capacidade dando-nos a oportunidade de chegar mais perto de demonstrar, na terra, a perfeição que existe sempre na realidade. Os patriarcas, Moisés, os profetas e Cristo Jesus, todos eles demonstraram o grande poder para o bem que é inerente à verdadeira espiritualidade.

A perfeição é absoluta; ela não pode ser melhorada, nem pode ser diminuída até se tornar algo menos que perfeito; mas ela pode ser demonstrada. A perfeição não é o sonho diurno de uma mente utópica; é a realidade tangível, a meta atingível, que conta ao mesmo tempo com o precedente bíblico e a autoridade divina. Jesus exigia perfeição, dizendo: “Sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste.” Mateus 5:48; A perfeição que Jesus exigia inclui um estado de consciência espiritual que modela a manifestação exterior nos assuntos humanos para estarem de acordo com a vontade de Deus.

De que maneira respondemos à pergunta, velha como o tempo: “Acaso sou eu tutor de meu irmão?” Gênesis 4:9; A Ciência Cristã ensina que todos somos tutores de nosso irmão, mas essa incumbência é espiritual; temos a responsabilidade de enaltecer no pensamento a dignidade nunca diminuída do homem individual como a própria expressão de Deus, sustentado pelo poder da Mente.

A qualquer pessoa é possivel receber as grandiosas idéias da Mente, as quais podem mostrar quando, onde e como desenvolver novas e desconhecidas fontes e recursos. A perfeição infinita por certo não está limitada pelos conceitos finitos da economia, da ecologia e da tecnologia convencionais. Os grandes líderes espirituais proveram este ponto. Jesus multiplicou os peixes. Moisés fez brotar água da rocha. Elias fez o azeite fluir até que a necessidade da viúva estivesse suprida. A Sra. Eddy escreve: “Existe hoje em dia o perigo de se repetir a ofensa dos judeus, limitando o Santo de Israel e perguntando: ‘Pode, acaso, Deus preparar-nos mesa no deserto?’ Que é que Deus não pode fazer?” Ciência e Saúde, p. 135;

Se não fosse pelo convencionalismo de pendor terreno, que se acha nos conceitos baseados na matéria, todas as pessoas teriam o que de direito lhes pertence. São muitas as cadeias que foram postas sobre os ombros da humanidade. Os erros do dogma religioso, o planejamento deficiente, a instabilidade política, a confusão econômica, os desatinos sociológicos, todos eles são em certa medida acusados de ter culpa na atual escassez de alimentos. Se parecemos aprisionados por problemas, temos de admitir com toda a honestidade que — como parte da raça humana — ajudamos a construir essa prisão.

Quando se viu diante de milhares de pessoas no deserto, Jesus pediu a seus discípulos que atendessem à necessidade do povo, dizendo: “Dailhes vós mesmos de comer.” Eles, porém, sentindo-se desamparados, responderam: “Não temos aqui senão cinco pães e dois peixes.” Mateus 14:16, 17; Será que nós, tal qual os discípulos do Mestre, estamos acabrunhados pela evidência monumental do erro, ou será que aprendemos a olhar além do erro e ver o homem real, desacorrentado, livre, inteligente, sustentado sempre por uma vasta coleção de idéias espirituais?

Compreendendo que o homem é o representante de Deus, desenvolvemos o potencial que nos é inerente. O progresso mundial tem de aparecer primeiramente na consciência dos que compreendem a Verdade, antes que um desenvolvimento econômico mais generalizado possa tornar-se evidente. É nossa obrigação moral inverter o erro de que há nações subdesenvolvidas assoladas pelas limitações materialistas e convencionais daquilo que constitui o viver verdadeiro. Nenhuma idéia de Deus jamais é subdesenvolvida na Verdade. Todas as idéias refletem a plenitude de Deus que lhes é inerente. Se parece haver subdesenvolvimento, esse pode ser vencido no pensamento. Em vez de permitir ao materialismo que venha anuviar as verdadeiras questões da vida e sugerir conceitos errôneos sobre um homem limitado, temos de destruir esses erros no nosso próprio pensamento.

Com este último desiderato gravado na mente, ou seja, visando a reconhecer e demonstrar a semelhança de Deus, que eternamente existe em perfeição, não é preciso sentirmo-nos aflitos a respeito de como a manifestação desse fato espiritual se há de produzir. Confiando em Deus, pomos de lado conceitos falsos limitadores, deixando que Ele domine a evidência na esfera humana. Jesus disse: “Observai as aves do céu: não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros; contudo vosso Pai celeste as sustenta. Porventura, não valeis vós muito mais do que as aves?” 6:26. O controle infalível do Amor é incapaz de permitir escassez, esvaziamento ou inanição, mas outorga ao homem riquezas e honras infinitas. Ao homem foi dado domínio sobre todas as coisas, e, quando o compreendemos, nenhuma circunstância ou condição pode impedir-nos de expressar esse domínio dado por Deus.

A Ciência Cristã nos habilita a responder de modo prático e eficaz à ordem do Mestre: “Dai-lhes vós mesmos de comer.” Não reconhecemos a pobreza para depois tentar aliviá-la. Reconhecemos a igualdade do homem diante de Deus. Em verdadeira fraternidade espiritual podemos tirar mentalmente o nosso próximo da sombra da matéria e reintegrá-lo na dignidade e soberania de sua verdadeira identidade como idéia espiritual de Deus, sujeita unicamente ao Amor. Sabemos que o mesmo Amor que nos está alimentando, sustenta também a toda a humanidade, e quando começamos a reconhecer com gratidão essa fonte do bem, a verdade que aceitamos nos libertará e abençoará a todos aqueles a quem o nosso pensamento abarca. A ordem do Mestre: “Dai-lhes vós mesmos de comer” não teria sido proferida se fosse impossível cumpri-la.

Todos podem valer-se da lei de Deus, libertar a si mesmos, e começar a libertar coletivamente a humanidade das ameaças da escassez, da limitação e da privação. A lei de Deus é liberdade, perfeição e paz. O universo de Deus está marcado pela suprema excelência de Sua perfeição infinita. A humanidade tem riquezas infinitas em Deus, a Verdade. Podemos valer-nos delas e torná-las conhecidas ao mundo.

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