Apesar de haver, na população mundial, aumento tanto de homens como de mulheres, algumas instituições nas quais a humanidade se apóia para fazer progresso moral e espiritual estão com freqüência constatando que a participação ativa de homens nas suas fileiras está em declínio.
Como conseqüência, somos levados a questionar se o mundo estará perdendo de vista o verdadeiro sentido de masculinidade. Tal possibilidade deve ser encarada com seriedade. A Sra. Eddy escreve: “O elemento masculino é um braço forte em apoio à religião bem como à política, e necessitamos em nossas fileiras providas de energia divina, o armamento espiritual forte, leal e incansável.” The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, p. 355;
Como em todo setor em que parece haver falta de algo correto, a verdadeira necessidade é totalmente mental e sempre requer uma solução mental. Parece que, ou há falta de visão espiritual entre os homens, ou é insuficiente o número dos que possuem essa visão e aceitam a responsabilidade de elevar e espiritualizar a vida humana. Em ambos os casos a verdadeira necessidade é a de compreender melhor a perfeição e inteireza já presentes na criação de Deus.
O capítulo inicial da Bíblia revela que Deus criou o homem à sua própria imagem, “homem e mulher”, com domínio “sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra”. E que “viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom” Ver Gênesis 1:26–31;. Somente depois que a neblina da mortalidade entra em cena no segundo capítulo é que a criação está considerada dividida e incompleta. Somente nessa falsa representação da criação, nesse sonho nebuloso, pode parecer haver falta de alguma qualidade ou coisa desejável.
Cristo Jesus viveu o homem ideal, o homem de Deus, que expressa uma combinação singular e individual de todos os tipos de qualidades. Jesus exemplificou bom senso, força espiritual, coragem moral, fidelidade, determinação, e também compaixão, ternura, pureza, intuição, paciência. Essas qualidades auxiliaram-no a exercer domínio sobre uma extensa variedade de condições humanas — todas as que se lhe apresentaram. Tal como Jesus, precisamos rejeitar o sonho do materialismo, inclusive a sugestão de que não estamos completos, e insistir em nossa inteireza.
O que dizer, porém, se parece haver escassez das fortes e sábias qualidades masculinas onde estas se fazem mais necessárias? É-nos possível insistir que não há poder capaz de arrebatar a perfeita e completa criação de Deus ou de pô-la a dormir. Não existe e jamais existiu poder que possa esconder a infinita natureza de Deus, destruí-la, ou perverter qualquer parte dela. A criação não necessita ser melhorada ou incrementada. A pretensão de que o necessita é uma mentira, uma negação da inteireza do homem e da capacidade e disposição de Deus para inteligentemente manter e governar Sua criação.
Aprendi o quanto é benéfico esse raciocínio durante os planos de construção de uma igreja, que exigiam considerável corte nos custos, além de aumento de eficiência. Os problemas pareciam aumentar consideravelmente e tornar-se cada vez mais complexos. No meio da confusão, telefonei a uma praticista da Ciência Cristã em busca de ajuda por meio da oração. Ouvi-me a dizer: “Se pelo menos eu fosse homem, poderia enfrentar melhor essa situação.” Nunca esquecerei sua rápida admoestação de que a varonilidade genérica, e não a masculinidade humana, era o que se fazia necessário aí, e isso eu realmente possuía. O homem de Deus inclui todas as Suas qualidades. À medida que a crença de que eu estava incompleta desaparecia, também desapareciam os obstáculos ao projeto, o qual continuou com notória harmonia até chegar a uma conclusão satisfatória.
Quer sejamos homem ou mulher, podemos fazer um esforço mais consagrado para expressar todas as qualidades divinas, e perceber e apreciar essas qualidades nos outros. Essa atitude estabelecerá um padrão mais elevado para toda a humanidade. Nossas atividades não só atrairão aqueles indivíduos que admiram qualidades crísticas, mas também mostrarão homens e mulheres numa melhor proporção.
Todas as qualidades divinas permanecem não diminuídas, imaculadas, e não depauperadas; na realidade, nunca estamos separados delas. Sugestões do oposto são irreais, destituídas de poder, e, à medida que a elas resistimos, dão lugar àquilo que é real e bom. Como nos assegura a Sra. Eddy: “... o desenvolvimento científico não manifesta debilidade, nem emasculação, nem visão ilusória, nem distração sonhadora, nem insubordinação às leis que existem, nem perda ou falta daquilo que constitui o homem verdadeiro.” Miscellaneous Writings, p. 206.
Não nos deixemos dominar pela sugestão agressiva de haver uma criação parcial. A expressão da inteireza do homem, da verdadeira masculinidade e feminilidade, está intacta, e a cada dia temos oportunidades de prová-lo.
