“Paro o rato,” diz o escritor Wendell Johnson, “queijo é queijo. É por isso que as ratoeiras funcionam.” Naturalmente, o queijo é queijo, mas se o rato o reconhecesse como isca, não estaria tão ansioso por mordê-la. A isca, não importa quão apetitosa, é o caminho rápido e fácil para cair na armadilha.
Qual é a isca que leva à armadilha da doença e da enfermidade? É tudo quanto atrái nosso pensamento desatento a mordiscar um bocado de orgulho, a aceitar um pouco de vingança, a acolher um pouco de malevolência. Alimentar o pensamento com petiscos doentios de inveja, ingratidão, crítica, egoísmo e autojustificação leva a incômodas armadilhas de solidão, futilidade, doença e enfermidade. Todavia, a doença que nos apanha na armadilha não é mais real do que os pensamentos que a produziram. Aprendemo-lo na Ciência Cristã, a qual nos mostra que em verdade Deus é a única Mente. Partindo dessa premissa, podemos curar doenças físicas juntamente com os pensamentos doentios que são sua fonte aparente.
Para aqueles que estão cansados de cair nas armadilhas só porque a isca parecia tão atraente, a Ciência Cristã dá uma resposta positiva. Ela nos ensina a reconhecer a diferença existente entre a falsa atração e a substância duradoura. Habilita-nos a distinguir entre o irreal e o real. Ela o faz pela revelação do que Deus é. Quando começamos a compreender o que Deus é, e a discernir a relação que o homem tem com Ele, torna-se mais fácil disciplinarmo-nos e rejeitar as falsas atrações.
Deus e o homem coexistem e são unos no ser. Deus sempre é fonte, ou causa, e o homem é para sempre efeito. A Sra. Eddy usa vários termos, tais como “Princípio e idéia” e “Deus e Seu reflexo”, para descrever essa relação divina.
Ao percebermos o nosso verdadeiro ser, aprendemos a reconhecer o “queijo” gostoso que nos faz cair na armadilha. Quando nos agrada ficar ruminando em autojustificação porque alguém agiu errado ou nos insultou, estamos sendo atraídos pelo queijo. Quando nos consideramos mártires, mortais sofredores a remoer erros passados, é preciso virar as costas para essa armadilha. “Os mortais são egotistas”, escreve a Sra. Eddy. “Julgam-se trabalhadores independentes, autores pessoais e até criadores privilegiados de algo que a Divindade não queria ou não podia criar.” Ciência e Saúde, p. 263;
Cristo Jesus não aceitou a individualidade mortal fictícia. Não foi levado a crer que ele mesmo ou qualquer outro fosse um mortal independente, preso num labirinto interminável de problemas e tentações mortais. Sua resposta enérgica ao tentador foi esta: “Retira-te, Satanás.” Mateus 4:10; Curando o homem paralítico, mostrou que ele curava a doença e o pecado partindo da mesma base. Ver 9:2–7; A Sra. Eddy escreve sobre a capacidade de cura de Jesus: “Ele curava os doentes como curava o pecado; mas tratava a ambos, não como sendo da matéria ou dentro dela, porém como crenças mortais a serem exterminadas. A cura física e a mental eram uma e a mesma coisa para este Mestre metafísico.” Não e Sim, p. 31;
Saulo de Tarso, que perseguiu os cristãos, ficou cego. Ananias, um cristão, foi impelido pelo Cristo a iluminá-lo e a curá-lo. Ananias poderia ter pensado em ajustar contas com Saulo, que mais tarde chamou-se Paulo. Ele poderia ter mordido a isca da autojustificação. Mas em vez disso, foi obediente. Perdoou-o e curou-o, desempenhando assim um papel vital no lançamento da nova carreira de Paulo. Ver Atos 9:1–18.
Pense outra vez no rato e no queijo. O rato é muito atento e alerta ao perigo, mesmo assim, por que pega o queijo? Não será porque o queijo é atraente aos sentidos? É como se o rato dissesse: “Algo com cheiro tão bom como esse queijo não pode ser tão ruim.” Embora muitas vezes não seja difícil evitar o perigo óbvio, pode ser que nos engane a promessa da matéria de dar satisfação através dos sentidos físicos.
Mediante a Ciência Cristã, encontramos a maneira de resistir à promessa vazia de que algo mau pode ser bom ou que a mistura de bem e de mal pode trazer felicidade. Tal crença é fraqueza espiritual, e fraqueza espiritual nunca traz boas recompensas ou satisfação. O pesquisador honesto da verdade logo descobre que é Deus, o Princípio, o Amor, o que enriquece sua vida; que o bem divino é o único bem que existe; que traz saúde e satisfação abundante.
A única atração real é a própria Mente divina, e o homem está seguro e satisfeito nesta Mente. O amor de Deus, que engloba Sua criação, alimenta, sustenta e satisfaz. Deus e o homem são inseparáveis; sua relação está intacta, inabalável. Na totalidade do ser espiritual não há nada que possa desviar ou tirar o homem da presença do bem e levá-lo para uma suposta armadilha do mal e da doença. Nenhum elemento de falsa atração pode existir dentro do Amor ilimitado.
