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Nosso trabalho diário de identificação

Da edição de agosto de 1979 dO Arauto da Ciência Cristã


Todos nós admitimos que nada de meritório acontece na sociedade que não seja inspirado por algum indivíduo. Todo passo progressivo, todo esforço construtivo, toda idéia original, seu plano e sua execução dependem do pensar e das ações dos indivíduos. Não obstante, esse fato se perde muitas vezes de vista por causa do número cada vez maior de indivíduos e por causa da muita “gente sem importância” que parece não ter voz, nem identidade, nem propósito grandioso.

A Ciência Cristã
Christian Science (kris’tiann sai’ennss) chama-nos a atenção para que rejeitemos essa falácia e nos ponhamos enfaticamente a favor da expressão individual, do lugar que compete a cada um e do quanto cada um é necessário. E o ponto de partida está no nosso trabalho diário de identificação.

Quando paramos para considerar como Deus fala à humanidade, como Ele o faz através de indivíduos, podemos começar a captar alguma noção da natureza infinita da individualidade e da importância de uma identificação correta. Foi necessário que houvesse um Abraão, um Moisés, um Isaías, um Cristo Jesus, para contar à humanidade o que Deus lhes estava dizendo. A sociedade vem sendo grandemente abençoada por esses comunicados. Mas todos eles se originavam de Deus. Não teríamos hoje em dia a Ciência do Cristo, se Mary Baker Eddy não tivesse dado ouvidos àquilo que Deus lhe estava dizendo. Ela, por sua vez, partilhou com a humanidade aquilo que ouviu de Deus, mediante sua maneira singular de expressar sua individualidade espiritual — sua própria expressão individual da natureza infinita de Deus.

As idéias que vieram a nós através da revelação que adveio a outros, não são limitadas. As idéias de Deus não se contam por centenas, ou milhares, ou mesmo milhões. Elas são incontáveis. São infinitas. Quando essas idéias se tornaram operantes na vivência humana, adquiriram sentido prático para a humanidade. Essas idéias, concebidas na Mente divina, muitas vezes revolucionárias no seu efeito, não diminuíram o indivíduo que lhes deu voz. Ao contrário, sublinharam seu valor.

Portanto é possível para todos nós — para cada um de nós — elevar nosso propósito, ampliar nossa contribuição, melhorar nossas habilidades e aperfeiçoar nossos talentos. Como? Ao nos identificarmos a nós mesmos para nós mesmos como imagem e semelhança de Deus, ao utilizarmos coerentemente, dia a dia, os recursos da oração a fim de afirmarmos nossa coexistência com o Divino. Desse modo cada um de nós pode melhorar sua sorte.

Os membros de A Igreja Mãe concordaram em comungar diariamente com o criador. A filiação implica a promessa de obedecer à cláusula incluída pela Sra. Eddy no Manual de A Igreja Mãe, intitulada “Vigilância quanto ao Dever”, e que inicia dizendo: “Será dever de todo membro desta Igreja defender-se diariamente contra sugestão mental agressiva, e não se deixar induzir ao esquecimento ou à negligência quanto ao seu dever para com Deus, para com sua Líder e para com a humanidade.”Manual, § 6° do artigo 8°;

Nosso dever para com Deus se cumpre em parte, durante o lapso de tempo que diariamente passamos com Ele em oração. Seu propósito pode ser considerado como tendo duas facetas. Por um lado, afirmar nossa identidade, reivindicar nossa individualidade como reflexo, expressão, emanação e manifestação do infinito, coexistente com o eterno e inteiramente dependente do eterno. Por outro lado, a de defendermo-nos contra sugestões mentais agressivas que querem insistir em que somos mortais, que somos personalidades humanas, limitadas, frustradas, sem valor, incompetentes; que somos jovens e inexperientes ou velhos e incapacitados; que somos desqualificados pela raça, inabilitados pelo sexo, impossibilitados pela falta de instrução, ou impedidos por um casamento desafortunado ou um ambiente desprovido de oportunidades.

As sugestões negativas podem parecer infindáveis, mas nunca estão fora da possibilidade de serem eliminadas. Nosso êxito depende da sinceridade de nossas orações, e de quanto pautamos nossa vida segundo essas orações.

Que importância você dá à oração? Quanto tempo você toma para orar? Será que orar é tarefa enfadonha de que você quer desincumbirse o mais depressa possível? Ou será que a oração é um momento de saber calmo, de tremenda inspiração, de novas introspecções na dignidade do homem, no seu valor e merecimento?

O escritor dos Salmos conhecia a importância de tal oração: “Atende, Senhor, à minha oração, dá ouvidos às minhas súplicas. Responde-me, segundo a tua fidelidade, segundo a tua justiça. ... Faze-me ouvir pela manhã da tua graça, pois em ti confio; mostra-me o caminho por onde devo andar, porque a ti elevo a minha alma. ... Ensina-me a fazer a tua vontade, pois tu és o meu Deus: guie-me o teu bom Espírito por terreno plano.”  Salmos 143:1, 8, 10;

Identificar o seu eu para si mesmo como expressão do ser de Deus, é o trabalho mais importante de cada dia. Claro, o trabalho não termina nisso. É preciso viver as verdades que afirmamos. Mas como vivê-las se não forem reivindicadas? Como vivê-las se não forem afirmadas? Como vivê-las se não forem compreendidas?

A percepção do que é a nossa individualidade depende da meticulosidade desse trabalho. O tempo que dispendemos em oração deveria ser um tempo de novas descobertas. Deveríamos estar aprendendo mais acerca de nós mesmos, pelo fato de estarmos aprendendo as verdades acerca de Deus. Devemos reservar ciumentamente esse tempo, não permitindo que coisa alguma interfira nele, e aguardar com alegria e expectativa que nossa oração dê frutos. Nossa própria vida depende disso, porque nesse espaço de tempo de comunhão estamos nos conscientizando de que Deus é nossa Vida. Nossa segurança e nossa saúde dependem disso, pois quando oramos e ficamos na escuta, podemos perceber a proteção completa que a armadura do Amor proporciona. Podemos aprender como nossa inocência está protegida. Podemos adquirir força e coragem ao saber que Deus é o único poder, que realmente nada existe que não dependa de Deus. Durante esse tempo de quietude dedicado à oração descobrimos que nossa saúde não é uma exceção, mas sim um fato estabelecido, relacionado com a harmonia do universo de Deus, mantido pelo governo da Mente divina.

O trabalho de nos identificarmos é trabalho sagrado. Não nos devemos surpreender se o sentido pessoal e o pendor da carne tentarem resistir-lhe. Apresentarão todas as espécies de desculpas para provar que outras coisas são mais importantes: não temos tempo; isso não traz proveito nenhum; nada temos a mostrar daquilo em que dispendemos nossos esforços; nossa situação é tão desesperadora que nada pode melhorá-la; não somos suficientemente bons; Deus não nos ouvirá; todas as coisas estão se desenvolvendo com tanta suavidade — por que devemos nos molestar?

Já ouvimos essas desculpas anteriormente. Às vezes lhes demos atenção. Mas a descoberta de nossa verdadeira identidade depende de sermos mais diligentes em reconhecer que esses argumentos velhos como o tempo não passam de crenças mortais sem causa, de tradição sem propósito, de superstição sem autoridade.

Temos de olhar para Deus a fim de descobrir o que constitui nossa verdadeira individualidade, e deveríamos desenvolver coerentemente algo mais do que um conhecimento ligeiro de Deus. De fato, aproximarmo-nos com sonolência dessa hora sagrada é perder tempo. Deveríamos manter diálogos com Deus, e deveríamos escutá-Lo. Deveríamos valorizar o tempo dispendido com o Pai como os momentos mais preciosos de cada dia. Quando expandimos nossa compreensão de Deus, ampliamos a percepção de nossa verdadeira identidade, e daí compreendemos nossa individualidade espiritual.

Ao aprendermos que a individualidade se encontra somente em Deus e se expressa na Sua criação, evidencia-se para nós a revelação daquilo que somos e de quem somos, por que somos e onde estamos. Então podemos responder às seguintes perguntas de acordo com as verdades encontradas na Bíblia e no livro-texto da Ciência Cristã.

Quem sou eu? Sou uma consciência espiritual individual.

O que sou eu? Sou a imagem e semelhança de Deus, uma idéia espiritual, uma expressão do infinito, o reflexo do ser de Deus.

Onde estou? Estou justamente aqui no universo de Deus, nunca fora de Sua presença, de Seu controle, ou de Sua influência. Como estou centralizado em Deus, estou sempre no meu lugar certo.

Por que é que eu sou? Existo para cumprir a vontade de Deus, para dar testemunho daquilo que Ele é, para glorificá-Lo, para manifestar Suas qualidades.

Quando é que sou? Existo neste momento, justamente agora, sempre, na eternidade, não no passado nem no futuro, mas no eterno agora.

Uma confirmação disso se encontra nos escritos da Sra. Eddy, a Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã. Ela nos diz no livro-texto: “O Espírito diversifica, classifica e individualiza todos os pensamentos, os quais são tão eternos como a Mente que os concebe; mas a inteligência, a existência e a continuidade de toda individualidade permanecem em Deus, que é seu Princípio divinamente criador.” Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 513.

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