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O melhor auxílio que pode ser prestado aos deficientes físicos ou mentais

Da edição de agosto de 1979 dO Arauto da Ciência Cristã


Recentemente foram construídas rampas nas calçadas do centro de nossa cidade para que indivíduos que usam cadeiras de rodas possam locomover-se com facilidade e segurança. Muitas comunidades, bem como repartições governamentais, organizações públicas e particulares estão tomando providências para auxiliar os portadores de deficiências físicas ou mentais a minorarem suas limitações, dando-lhes a possibilidade de participar mais amplamente nas atividades normais do dia a dia. Leis que proíbem a discriminação contra os defeituosos, programas que objetivam integrar crianças com problemas mentais e físicos em classes normais, programas de televisão com legendas destinadas aos surdos, invenções que dão aos cegos a possibilidade de “ver” eletronicamente — são exemplos de medidas adotadas com o objetivo de auxiliar os deficientes físicos ou mentais a levarem uma vida normal. Todas essas medidas se constituem em progresso muito bem-vindo para milhões de pessoas no mundo que são consideradas física, mental ou emocionalmente deficientes.

Esforços como esses movem corações dotados de espírito compassivo a se interrogarem sobre um aspecto mais profundo da questão — o de não apenas auxiliar, mas o de curar os deficientes físicos ou mentais. No entanto, por onde começamos? Muitíssimas vezes a deficiência parece definitiva, irreparável o dano, irreversível a limitação. Por outro lado, provado está que sérias e renitentes deficiências podem ser curadas.

Cristo Jesus comprovou-o há séculos. Curou indivíduos com deficiências oriundas de defeitos congênitos, instabilidade mental ou emocional, doença ou lesão. Disse ele: “O Pai que permanece em mim, faz as suas obras. ... Aquele que crê em mim, fará também as obras que eu faço. ... O Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as cousas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito.”  João 14:10, 12, 26;

A cura começa com Deus, o Pai, cuja bondade e amor estão sendo outra vez demonstrados hoje em trabalho de cura efetuado graças aos ensinamentos do Consolador. Sim, o Consolador prometido veio a nossa era! Está hoje cumprindo sua missão, está ensinando à humanidade toda a verdade do ser, trazendo à lembrança todos os ensinamentos e obras do Mestre. O Consolador é a Ciência divina descoberta por Mary Baker Eddy que nos forneceu sua exposição completa no livro Ciência e Saúde. Nesse livro, a Sra. Eddy escreve acerca de sua descoberta: “A Ciência é uma emanação da Mente divina e só ela é capaz de corretamente interpretar Deus. Sua origem é espiritual, não material. É um enunciado divino — o Consolador que guia a toda a verdade.” Ciência e Saúde, p. 127;

Quanto conforto para aquele que diariamente se defronta com uma deficiência limitadora é saber que o Consolador está presente para animá-lo, guiá-lo, fortalecê-lo, iluminá-lo, e curá-lo! O Consolador é um precioso amigo, a quem nunca poderemos conhecer intimamente demais. O termo “Consolador” tem sua origem na palavra latina que significa “fortalecer”. No Novo Testamento a palavra grega para “Consolador” significa literalmente “aquele chamado para ajudar” e é muitas vezes traduzida como “Ajudador” ou “Defensor”.

Chegaremos a conhecer nosso ajudador divino mediante honesta investigação da Ciência Cristã, mediante estudo constante e consagrado da Bíblia e das obras da Sra. Eddy. Ao abrirmos nossos corações a esse amigo, vê-lo-emos envolver nossa vida na verdade do ser. Somos curados à medida que bem reagimos à verdade, que a compreendemos e vivemos.

Alguém que almeje libertar-se de uma deficiência física ou mental poderá perguntar: “Afinal, o que é essa verdade do ser que a Ciência Cristã revela? E como é que poderei romper as cadeias que me prendem e assim me libertar?”

A Ciência Cristã interpreta Deus como a própria Verdade, como o Princípio infinito e incorpóreo, ou a Mente, que de contínuo se manifesta por intermédio de sua criação espiritual. Deus é totalmente bom. Ele está, portanto, completamente separado do mal. O homem é o descendente espiritual de Deus, e O reflete; daí o homem estar, também, totalmente separado do mal. E o que é mais importante: Deus é Tudo. Desse modo, na realidade, não há mal. O que parece ser o mal é uma falsa concepção da realidade, é ilusão.

O tratamento da Ciência Cristã que cura os doentes baseia-se sempre no fato fundamental de que Deus, o bem, é Tudo, e que não há poder, presença, substância, nem lei alguma que se Lhe oponham. O propósito do tratamento científico, ou oração, é o de demonstrar esse fato, dar testemunho da Verdade e, em conseqüência, anular a ilusão do mal, ou erro. Portanto, ao curarmos uma deficiência começamos com Deus, deixando que o Consolador interprete a Verdade a cada indivíduo da forma exata que seu caso em particular requer.

As necessidades do deficiente físico ou mental geralmente vão além da cura da limitação exterior que o prejudica. Na Ciência Cristã compreende-se que a evidência exterior de discórdia é o produto da falsa crença latente que se levanta contra a verdade do ser. A necessidade básica do sofredor é a de libertar-se de tais crenças.

Por exemplo, uma deficiência física ou mental pode ser o resultado da crença de que alguém é inocente vítima mortal de circunstâncias que estão fora do seu controle. Talvez alguém creia que a dificuldade lhe veio de nascença. A verdade do ser repudia tal falsidade. O Consolador ensina-nos que o homem é nascido do Espírito, Deus, não da carne. O que é nascido do Espírito é espiritual e usufrui da natureza do Espírito. “O ser de Deus é infinidade, liberdade, harmonia e felicidade ilimitada” ibid., p. 481;, é o que declara Ciência e Saúde. O homem representa o ser de Deus em sua inteireza. Sob a luz desse fato percebemos que qualquer evidência da matéria e suas limitações tem de ser falsa.

O descendente de Deus está sempre inocente, mas nunca é uma vítima. Ao curar um homem que nascera cego, Cristo Jesus destacou que tanto o homem como seus pais eram inocentes. Disse: “Nem ele pecou, nem seus pais; mas foi para que se manifestem nele as obras de Deus.”  João 9:3; Logo a seguir, curando ao homem, Cristo Jesus demonstrou a presente perfeição das obras de Deus.

Outra falsidade que às vezes está por trás de uma deficiência física ou mental é a crença de que o indivíduo seja um mortal desamparado e dependente dos outros. A verdade é que o homem é a idéia de Deus, portanto, dependente apenas dEle. Deus é onipotente, e o homem reflete a onipotência de Deus. O homem não possui poder de si mesmo, mas manifesta o domínio de seu criador. Nada pode privar o homem de suas faculdades e capacidades espirituais que lhe foram outorgadas por seu Criador — nem lesão, doença, medo, dor, apatia, comiseração própria, nem amargura, pois tais estados não existem na totalidade da Mente.

Ao aceitarmos a crença de que dependemos dos outros, estamos retardando a cura; ao passo que ao rejeitarmos tal crença, estamos abrindo caminho para o progresso. Muitas vezes essa rejeição deve ser feita diante de forte evidência material em contrário — mas, ainda assim, essa refeição precisa ser feita. Cada um de nós é responsável pela sua própria maneira de pensar.

Muitas vezes o Mestre exigiu que aqueles que buscavam ajuda repelissem a evidência de invalidez e dependência e fizessem um esforço conjugado para demonstrar a eterna inteireza de sua identidade espiritual. A um indivíduo que estava enfermo havia trinta e oito anos e que estava convencido de depender dos outros, Jesus disse: “Levanta-te, toma o teu leito e anda.”  5:8. Elevado de sua crença no desamparo, o homem foi imediatamente curado.

Se o deficiente físico ou mental em questão é uma criança, torna-se de particular importância que os pais neguem a mesmérica evidência material de dependência. Na verdade, o pequeno que está a seus cuidados é filho espiritual de Deus, assim como eles também são filhos espirituais de Deus. Cada membro da família, em seu verdadeiro ser, não depende da matéria e do sentido físico, mas só do divino Pai-Mãe para usufruir todo o bem. O reconhecimento inabalável desse fato derrota o mesmerismo do temor e da falsa responsabilidade.

Ainda outra crença que amarra o deficiente físico ou mental é a de que já passou a hora de sua cura. Ao começar com Deus, podemos reconhecer que o Princípio divino, eterno, está a cada instante expressando saúde por intermédio de sua idéia, o homem, e que podemos despertar, agora mesmo, para esse fato.

O requisito mais importante para a cura é o preparo do coração. Quando aquele que necessita de cura ora diariamente, ouve e acolhe a Verdade, está preparando o coração, e a cura logo virá. Não é o tempo, mas o nosso preparo, o que realmente importa na cura.

Qualquer que seja a crença específica que dê origem a uma deficiência, a Verdade é o remédio. Ao revelar sua própria totalidade, a Verdade expõe a nulidade do mal e anula sua falsa evidência.

Por onde devemos começar para curar o deficiente? Já vimos que o tratamento eficaz começa com Deus, a Verdade, conforme se manifesta a cada indivíduo mediante o Consolador. Há, porém, outra resposta à pergunta: por onde começamos? Se sinceramente desejamos auxiliar na cura dos deficientes do mundo, temos de começar conosco. Nós mesmos temos de nos identificar intimamente com o Consolador.

Todos os seres humanos, consciente ou inconscientemente, aceitaram crenças materiais limitadas. Pensam serem mortais residentes na matéria, e talvez tenham aceito a sugestão de que um mau traço de caráter faça parte de sua natureza — acreditando serem irascíveis, talvez, ou tímidos. Por outro lado, é provável que tenham aceito a sugestão de dependência material, e creiam que a felicidade dependa da presença de amigos ou que a segurança dependa de uma conta bancária. À proporção que aceitarmos tais crenças errôneas, nós mesmos estaremos sendo limitados por elas e auxiliando a perpetuar as mentiras da limitação que aprisionam os fisicamente deficientes.

O auxílio mais importante que podemos dar consiste em libertar os nossos próprios pensamentos e a nossa vida, livrando-os de toda e qualquer crença em mortalidade e limitação. Assim, quando nos depararmos com alguém que seja considerado deficiente, nós o veremos como ele verdadeiramente é — uma idéia espiritual a refletir a “infinidade, liberdade, harmonia e felicidade ilimitada” de seu Pai-Mãe Deus. Sentiremos o Consolador a nos envolver a ambos — não apenas auxiliando, mas curando o deficiente físico e mental.

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