A imagem de Deus! A Bíblia diz ser isto o que o homem é. Devido a este fato, não existe coisa tal como uma concessão fraca ou fortuita de inteligência, talento, aptidão e oportunidade de expressão.
Consoante opinião generalizada, parece haver ignorância da verdadeira fonte, substância e magnitude de nossas aptidões, e talvez soframos de tal ignorância, tanto individual como coletivamente. Ora, nunca sofremos de verdadeira falta de talento nem de má distribuição da inteligência, porque Deus não deu origem a tal falta de eqüidade.
Uma das crenças mais cruéis é a de retardamento mental. Se essa aflição constituísse elemento da verdade divina ou se fosse uma possibilidade na presença de Deus, indicaria ela, com toda a certeza, um criador incapaz ou, o que é inda pior, uma divindade cruel. Mas Deus é o bem. Deus é o Amor infinito. E Ele é um criador inteiramente capaz. Não inflige limitação nem injustiça aos Seus queridos filhos.
A Ciência Cristã aceita essa definição de que Deus é o bem infinito, e afirma que na Sua infinidade não resta lugar para nada dessemelhante do bem. Por isso, qualquer evidência de injustiça, retardamento, não brota da presença nem do consentimento de Deus, mas da ignorância a respeito de Deus. Daí ser uma tal evidência completa ilusão.
A Mente infinita e divina é o terno Pai de todos nós e é imparcial em outorgar o bem, como o sol é imparcial no refulgir de sua luz. Toda a bondade de Deus está à disposição, aqui e agora. O amor aqui está, pronto para ser sentido e vivido; o bom pensamento está pronto para ser pensado; a alegria está presente, pronta para ser gozada a todo e qualquer momento.
Até entenderem esse ponto, as pessoas se dispõem a aceitar a injustiça e o desequilíbrio como fatos da vida. Compreender a natureza de Deus e do homem, entender o relacionamento entre o homem e Deus, é destroçar as ilusões ignorantes e ajudar a libertar a raça humana para que desfrute do bem onipresente. Como imagem da Mente divina, o homem não é um corpo físico, uma personalidade limitada e separada de Deus; o homem é uma identidade inteiramente espiritual, uma idéia que expressa a Mente divina por ser sua manifestação, individualmente consciente e refletindo ativamente todo o bem.
O que é físico é mera crença, resultante das dimensões da ignorância. Começar a entender que o Espírito e suas formas são tangíveis é começar a desfazer-se da crença de que a matéria seja tangível. Cristo Jesus provou na sua prática de cura que a assim chamada substância da matéria não era nenhuma substância, e que suas leis não eram leis. Jesus dominava as circunstâncias materiais com o poder do Espírito, com compreender cientificamente Deus e o homem. Sua vida não foi um milagre. De fato, sua vida humana estabeleceu o mais alto padrão de normalidade, não inibida por crença humana e lei mortal. Jesus indicou que a raça humana haveria de ecoar o seu modo de viver quando viesse a entender os seus ensinamentos. “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida” João 14:6;, disse ele.
O Mestre compreendeu a verdade e mostrou-nos a maneira de viver. Mas, em grau variado, as pessoas deixam de atingir o padrão vivido por Jesus, porque não se conseguiu ainda entender completamente a Ciência da obra de sua vida. Até certo ponto todos estamos hipnotizados pela crença material errônea. Somos impedidos pela nossa ignorância do que é a Ciência do Cristo. Somos impedidos por nosso desconhecimento do Princípio divino e das leis espirituais vividas por Jesus. Mas a Ciência do Cristo está revelada, e podemos despertar para a nossa capacidade plena em Cristo. Demonstramos essa aptidão na medida em que praticamos o nosso sentido espiritual.
É através do entendimento dessas verdades que a Ciência Cristã aborda a cura do que se chama retardamento. Esta Ciência prova regularmente que temos acesso a uma influência superior à das circunstâncias hereditárias, econômicas, sociais, culturais e ambientais. Como nosso relacionamento com a Mente divina, por sermos Seus descendentes espirituais, é um recurso atual e vivo, é ele superior às pretensões da existência física. Recorrer a Deus mediante a oração, mediante a compreensão espiritual desses fatos e pela terna confiança no Pai-Mãe, o Espírito, é lançar mão do poder divino que há no fundo de nossa consciência, deixando que ele tome posse de nossos pensamentos, os permeie, e transforme nossa vida e as nossas relações. Esse poder divino anula o impacto das privações culturais, sociais e físicas que se acredita serem às vezes a causa do retardamento.
Contudo, a principal culpada nos casos de retardamento é a crença de que o cérebro seja a mente do homem. Que conceito destrutivo — supor que a mente seja física, composta de processos eletroquímicos. Porque o povo em geral acredita que o cérebro aloje de fato a mente e a constitua, acredita ele que um acidente, um choque, um composto químico, possa reduzir sua capacidade de pensar, raciocinar e sentir.
Ora, a Mente não é composta de matéria. A Sra. Eddy diz: “Lembra-te de que o cérebro não é mente.” Ciência e Saúde, p. 372. É superstição primitiva acreditar que a matéria possa produzir inteligência, pensamento, raciocínio, memória. Essas são faculdades que só pertencem à Mente — capacidades de consciência que possuímos porque de fato habitamos na Mente divina. Não há tal coisa como lesão na Mente.
Nem é o homem um produto da genética, passando a existir de acordo com a vontade da matéria não-inteligente. A genética é uma teoria puramente física que parte da hipótese de que as características e aptidões se transferem dos pais para os filhos. Desde o começo, as limitações dos pais estariam geneticamente impostas à criança!
Na realidade, não surgimos, mais ou menos por acaso, de um criador físico e sem inteligência. Não somos seres materiais, vulneráveis ao choque pré-natal ou natal, nem fomos deixados impiedosamente à mercê de expectativas lúgubres. A matéria inerte, a eletricidade irracional, os processos químicos, não constituem uma força formadora.
Um criador sensível e conhecedor, a consciência divina, e não uma inteligência fortuita, é o Pai e Mãe de todos nós. Na onipresença de Deus não há elemento algum de sorte, privação, choque, nem súbita labareda de discórdia. O ritmo do relacionamento existente entre o homem e a inteligência divina é perpetuamente inquebrantável.
No tratamento pela Ciência Cristã afirmam-se vigorosamente os fatos espirituais até extinguirem-se as convicções contrárias e limitadoras. A oração científica incorpora o rico amor e a compaixão que Jesus manifestava. A oração deixa impressa na vítima da crença errônea a dinâmica reanimação que lhe vem de Deus, a sabedoria de Sua solicitude e a provisão liberadora de Sua volição, de Seu impulso e de Seu controle.
A influência divina, compreendida e manifestada, rompe o fascínio da cegueira mental, e, portanto, do retardamento mental, mediante o poder irresistível do amor de Deus.
