O desejo veemente de pensar por nós mesmos vem cedo à maioria de nós. Significa que queremos estar livres da dominação pessoal ao tomar decisões, grandes ou pequenas. O modo como pensamos determina o curso de nossa vida. As Escrituras deixam claro que o homem “como imagina em sua alma, assim ele é” Prov. 23:7;.
Por demasiadas vezes as pessoas vão avançando aos trancos e barrancos através de sua experiência humana, com pouca ou nenhuma prova de realização, ou então tentam ditar a Deus um plano de vida. Um dos mais liberadores aspectos da Ciência Cristã, para essas pessoas, talvez seja a revelação de que por reconhecermos Deus como nossa Mente única e exclusiva podemos exercer nosso próprio modo correto de pensar. Podemos estabelecer metas para nós mesmos e atingi-las. Podemos modificar aquilo de que não gostamos acerca de nós mesmos. E hoje podemos trabalhar melhor do que ontem.
“Eu sou o Senhor, o teu Deus, que te ensina o que é útil, e te guia pelo caminho em que deves andar.” Isaías 48:17; Aqui temos uma inigualável garantia de que Deus, a Mente divina, pode sempre ser utilizada e é a fonte infalível de inteligência para cada um de nós e está proporcionando a cada um de nós uma orientação digna de confiança, tanto prática como benéfica. Deus revela a cada um de nós a vereda que temos de percorrer e ilumina-a com Sua sabedoria imaculada e Seu perfeito amor. Sempre se pode confiar na direção inspirada por Deus. Ela contorna alçapões e elimina a apoquentação e o sofrimento que uma estrada escolhida apenas pela vontade humana haveria de impor.
A afirmação da Sra. Eddy: “O Espírito, Deus, é ouvido quando os sentidos estão calados” Ciência e Saúde, p. 89;, é a chave para se provar a capacidade de pensar por si mesmo. Essa afirmação diz-nos o que devemos fazer e o que não devemos fazer. Devemos negar audiência ao medo, ao ressentimento, à dúvida, à dominação e a todos os miseráveis concomitantes dos sentidos materiais, para podermos ouvir as claras diretrizes de Deus. Temos de estar dispostos a depender dos cuidados e do controle de Deus. Essa dependência correta melhora o pensamento humano a ponto de transformar a vida humana. A aceitação do bem e a rejeição do mal ligam-nos de tal maneira ao bem que aquilo que é o acertado para nós aparece — ou seja, oportunidades legítimas, responsabilidades justas, companheirismo apropriado, idéias corretas acerca do que constitui liberdade e felicidade. Os pensamentos inspirados por Deus habilitam-nos a nos deleitarmos na vida dirigida por Deus, a demonstrarmos que a consciência que Cristo Jesus expressava corrige erros de cálculo e deslinda enganos.
Isso foi exemplificado na experiência de um empresário que conheci. Era ele supervisor de pesquisa e desenvolvimento numa empresa pertencente a uma só família, mas não era membro dessa família. No seu trabalho tinha de treinar rapazes pertencentes à família e começou a pensar neles como competidores de seu emprego e como obstáculos à sua promoção futura.
Essa espécie de pensamento negativo desenvolveu-se até ele se sentir receoso, ressentido e frustrado. Certo dia sentiu a necessidade de investir, por conta própria, num projeto, o que significava atraiçoar os conhecimentos que ele tinha da companhia e a confiança que esta depositava nele. Reconheceu o impulso como imoral; de maneira que pediu ajuda a um praticista da Ciência Cristã. Este levou-o a compreender que o ressentimento, o medo, a falta de integridade, a traição e assim por diante, não ofereciam a base para decisões sadias, muito menos o requisito para arriscar-se em montar uma nova empresa. Mostrou-lhe a premência de parar de considerar-se um mortal a competir com outros mortais para obter posição favorável numa empresa de capital fechado, e em vez disso ver-se como filho de Deus entre outros filhos de Deus, tendo tudo o de que necessitasse, tanto em oportunidade como em recompensa.
O praticista deixou claro que esse administrador de empresa devia substituir os receios e ressentimentos por pensamentos que o relacionassem com Deus e lhe dessem motivos mais puros e ambições mais sábias. O administrador concordou em prosseguir aliando-se a esses pensamentos. Mais tarde, porém desta vez sem a intenção de trair a companhia, ele continuou a ter a impressão de que era preciso mudar de emprego, e por isso apresentou sua demissão. Mas seus superiores não quiseram ouvir falar nisso. Reconheciam seu valor para a companhia por causa de seus muitos anos de serviço leal e por causa da maneira com que tinha orientado os rapazes na condução dos negócios.
E então veio a verdadeira surpresa. Ofereceram-lhe, mediante substancial aumento de ordenado, a presidência de uma subsidiária recentemente adquirida, a qual se destinava a ser o centro da pesquisa e do desenvolvimento de todas as operações da empresa. Ao aceitar agradecido as novas incumbências, esse homem viu como os pensamentos inspirados por Deus o haviam protegido e ajudado. O fato de exigir de si mesmo somente pensamentos e ações baseados no Princípio, o livrara de deitar a perder suas oportunidades de progresso.
Cada qual tem de assumir a responsabilidade de seus próprios pensamentos. Não somos responsáveis por aquilo que outro possa pensar ou fazer, mas somos responsáveis por nossa própria maneira de encarar aquilo que ele pensa ou faz. Não somos responsáveis por todos os males do mundo, mas somos responsáveis por recusar aceitar o mal no mundo como se fosse real. Se permitirmos que o egoísmo e a cobiça, por exemplo, pareçam reais e poderosos, é bem possível que nos achemos afetados por eles em alguma medida. Se acreditarmos na possibilidade de haver transmissão de pensamento ou controle do pensamento, podemos talvez ver o resultado na nossa vida sob algum aspecto desagradável. E se aceitarmos a crença de que algum homem possa ser apanhado numa condição sobre a qual não tenha controle, essa aceitação poderia ter a aparência de paralisar nosso próprio progresso.
Pensar por nós mesmos é, pois, obedecer a injunção da Sra. Eddy: “Cientistas Cristãos, sede uma lei para vós mesmos, para que a má prática mental não vos possa prejudicar, quer estejais adormecidos, quer estejais despertos.” ibid., p. 442. Pensar por nós mesmos significa estar livres da impressão de dependermos de pessoas ou de coisas, e sentir nossa unidade com Deus — expressar Deus no nosso próprio modo inimitável, nunca perdendo nossa preciosa individualidade no eu de outra pessoa. Pensar por nós mesmos é controle próprio inspirado, que concebe a consciência como o ser verdadeiro, ou a vida eterna, a refletir a Vida divina.
