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Cuidado com esses adjetivos!

Da edição de dezembro de 1980 dO Arauto da Ciência Cristã


Certa vez, quando me sentia oprimida, falei de diversos problemas com alguma intensidade a uma amiga. Ela calmamente disse: “Sabe, você deveria ter mais cuidado com os adjetivos que emprega. Você acaba de descrever vivamente algumas discórdias. Uma discórdia, porém, é um erro, e o erro é inverídico; e esse é o único adjetivo que realmente se aplica ao erro.”

Como a Ciência Cristã define o erro? Como o sentido ignorante das coisas que acredita haver vida, inteligência e substância na matéria. A gentil reprimenda de minha amiga deu-me um novo vislumbre da ação mesmérica do erro ou magnetismo animal. O erro primeiro nos induz a aceitar a matéria sensória como real, supostamente localizada onde Deus, o Espírito infinito, não está; e então, a partir dessa falsa premissa constrói imagens de escultura, quadros mentais de mal, freqüentemente por meio de palavras definitivas e vívidas. Isso é má prática mental — contra nós mesmos!

A Sra. Eddy escreve: “Qual é o ponto cardeal que diferencia de outros o meu sistema metafísico? Este: que ao reconhecer a irrealidade da doença, do pecado e da morte, demonstrais a totalidade de Deus.” E ela continua no mesmo parágrafo: “Nego a realidade dessas assim chamadas existências, porque elas não são encontradas em Deus, e este sistema é construído tendo a Ele como a única causa.” Unity of Good, pp. 9–10;

Então, de que modo falamos no irreal? O que dizemos a nós mesmos e aos outros a respeito do mal ou da discórdia — produto imaginário do sentido material ignorante? Acaso o chamamos de perigoso, terrível, duradouro, agudo, desesperador, teimoso, misterioso? Acaso dizemos a nós mesmos que estamos cansados dele, com medo dele, desamparados diante dele, desanimados por causa dele?

Construir dessa maneira em nosso pensamento o erro ignorante é intensificar nossa crença no erro. É continuar a violar o primeiro e o segundo mandamentos, o que impele o pensamento ainda mais para dentro da escuridão e da idolatria. É promover o medo. Há o caso do menino a quem foi dado um brinquedo de montar com a figura de um monstro. Tendo terminado de montar o brinquedo, o menino olhou o monstro e correu para a mãe, chorando e exclamando: “Tenho medo do monstro que construí!”

Acreditar na matéria é a base dos monstros que o erro tão zelosamente constrói: doença, violência, carência. A matéria, porém, é únicamente pensamento mortal ilusório — pensamento totalmente ignorante do Princípio divino, ou Vida. Para derrotar os monstros da matéria é preciso adquirir uma compreensão científica de que o Espírito divino é a única Mente; compreender que os pensamentos do Espírito são a única substância e que o homem é o reflexo do Espírito. Os conceitos mortais de substância e mente precisam ser corrigidos com a verdade viva. O espírito mortal, ou vontade mortal, precisa ser desfeito por se conhecer, amar e viver o único Espírito verdadeiro, o Amor. Nesse processo de educação espiritual é falta de inteligência enfatizar o mortal e o material, atribuir-lhe qualidade, quantidade e forma, pois isto o dota de realidade no pensamento do indivíduo, realidade que o erro não tem mesmo.

Os adjetivos aplicados aos inumeráveis deuses que a humanidade projetou no decorrer dos séculos — a bela Vênus, o poderoso Júpiter, o veloz Mercúrio, o amedrontador Fobos — não os tornaram reais, mas os fizeram parecer mais reais à consciência humana.

Como o pensamento move-se célere e freqüentemente não em palavras claramente definidas, nem sempre estamos conscientes de estar construindo uma escultura verbal que nega Deus e deifica o mal. Uma consciência perturbada, porém, a revela. Sob a camada superior da depressão ou da agitação podem ser encontrados os termos construtores de imagens de escultura. Algo é ameaçador, fatal, injusto, desanimador. Estou doente, com medo, cansado, frustrado, magoado, solitário, triste, com inveja.

A Sra. Eddy escreve: “O magnetismo animal, em seus passos ascendentes do mal, induz sua vítima por meio de argumentos silenciosos e imperceptíveis. Invertendo as maneiras de ser do bem na atração silenciosa que exercem sobre a saúde e a santidade, o magnetismo animal impele a mente mortal a cometer erro de pensamento e a incita à perpetração de atos estranhos a sua inclinação natural.”The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, p. 211; Mais adiante, no mesmo artigo, adverte: “Estai sempre vigilantes contra esse inimigo. Vigiai vossos pensamentos e vede se eles vos conduzem a Deus e à harmonia com Seus verdadeiros seguidores. Vigiai e fortalecei mais fortemente a vossa própria cidadela.”ibid., p. 213;

Protegemos nossa consciência ao compreender que, em realidade, somos o reflexo da consciência divina infinita, e ao perceber que essa grande casa do Senhor, esse Espírito infinito que inclui e expressa tudo, tem estas grandes dimensões: onipotência, onipresença, oniação, onisciência. Então vemos que não há coisa alguma a respeito do que falar. Palavras que não descrevem a Mente infinita são conceitos falsos.

Uma das maneiras de expulsar a construção de pensamentos negativos, ou seja, o magnetismo animal, e de fazer com que nosso pensamento continue a refletir a natureza de Deus — o Cristo — é repassar as qualidades de Deus e compreender que são elas a substância de nosso própria natureza verdadeira. Bondade, alegria, serenidade, espontaneidade, coragem, amabilidade e vigor acorrem facilmente ao pensamento quando ponderamos sobre nossa Mente divina. Todas as manhãs podemos escolher alguma dessas características e conscientemente pô-la em prática no decorrer do dia, procurando deixá-la permear cada pensamento e brilhar em cada ato. Assim estaremos tão ocupados em viver nossa unidade com Deus, que não restará ocasião de erigir imagens de escultura.

Magnetismo animal é atividade hipnótica ignorante que haveria de inverter o bem e descrever vividamente o mal. Mediante a Ciência Cristã, porém, é possível romper esse mesmerismo, inverter suas mentiras e despertar para a Verdade.

Quando o sentido ignorante argumenta que um estado é desesperador, podemos saber que só o próprio mal é desesperador — uma crença cega sem mente que a conceba. Quando algo parece terrível, podemos lembrar que o amor de Deus por Sua criação é algo surpreendentemente inspirador e que terrível é imaginar haver algo que se disponha a ir contra esse amor. Quando a enfermidade se declara crônica e diz ter ido longe demais para ser curada, o estar consciente de que a oniação de Deus é tudo o que jamais ocorre, revela ser a doença uma impossibilidade. Se nos sentimos frustrados, podemos saber que Deus realiza-Se a Si Próprio por intermédio de nós como Sua própria manifestação e que essa ação eterna impede a frustração. Só aquilo que não tem Deus por fonte e substância é que pode estar triste, amedrontado ou desesperado. E o que não tem Deus carece de poder, vida ou qualquer realidade.

“Abomináveis são para o Senhor os desígnios do mau, mas as palavras bondosas lhe são aprazíveis” Prov. 15:26., diz a Bíblia. Os adjetivos que usamos transmitem atitudes, estados de pensamento. Na medida em que purificarmos a consciência, rejeitando o sentido material da existência e habitando na luz da Verdade, daremos voz a essa nova pureza de pensamento em “palavras bondosas”.

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