Descer velozmente o morro montado num tobogã era uma das alegrias que nossa família compartilhava quando eu era criança. Certo dia, quando o nosso grupo aconchegado ía descendo, um jovem atravessou bem em frente ao nosso tobogã carregando um trenó. Não houve tempo para desviar e ele foi jogado para o alto, caindo de tal maneira que atingiu pesadamente a cabeça de um de meus irmãos com o trenó. O jovem apenas levou um susto, mas meu irmão foi levado para casa em estado de inconsciência. Minha mãe limpou a ferida e pôs meu irmão na cama, enquanto meu pai ligava para um praticista da Ciência Cristã, pedindo tratamento mediante oração.
Nunca duvidamos de que meu irmão voltasse ao seu estado normal, embora ele ficasse inconsciente por mais de vinte e quatro horas. As atividades em casa foram restringidas; minha mãe e meu pai ficavam de vigília alternadamente junto à cama de meu irmão. A expectativa de cura era constante. Meu irmão recobrou a consciência e dentro de três dias estava completamente livre dos efeitos do ferimento, participando das atividades de sempre.
Entre os membros da família não havia ansiedade ou receio, nem compaixão debilitadora. Meu irmão não precisou de muito tempo para se recuperar, nem sofreu de efeitos posteriores. A propósito, não houve nenhuma restrição quanto ao uso do tobogã.
Havia sete pessoas em nossa família e era comum patinarmos no gelo, andarmos de tobogã e esquiarmos no inverno, enquanto que nas outras estações dávamos grandes caminhadas, andávamos de bicicleta, nadávamos e passávamos grande parte do nosso tempo de lazer em atividades saudáveis ao ar livre.
As provas diárias do desvelo de Deus para com Seus filhos são aceitas com naturalidade numa família onde a Ciência Cristã é estudada e praticada, pois sente-se a harmonia, e o medo ao infortúnio desaparece. A Bíblia nos assegura (Salmos 91:11) “Aos seus anjos dará ordens a teu respeito, para que te guardem em todos os teus caminhos.”
Quando mantemos os nossos pensamentos conscientemente unidos a Deus, o bem, deixa de ser difícil negar a existência de qualquer circunstância evocada pelo mal. Realmente, o erro passa a ser conhecido como mera crença na ausência do bem.
Não é difícil conceber que Deus é todo-poderoso, está sempre presente, e é onisciente. Os cristãos geralmente concordam com esse conceito de Deus. As dúvidas parecem existir no que se refere à compreensão de nossa relação para com esse Ser que é todo amável. A Ciência Cristã explica que não somos apenas filhos de Deus, mas Sua expressão. Deus é o doador de todo o bem, e o homem, como o favorecido, realmente depende de seu Criador.
S. Paulo ensina que precisamos ser judiciosos em nosso modo de pensar, quando diz (Filipenses 4:8): “Tudo o que é verdadeiro ... tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento.” Quando seguimos o convite de S. Paulo, estamos preparados para ficar firmes contra os ataques do erro.
Certa tarde de inverno, quando eu vinha com o carro cheio de crianças alegres da idade de dez anos, que estavam indo a uma festa na cidade vizinha, repentinamente fomos confrontados com um quadro aterrador. Um carro tinha acabado de derrapar, parando lateralmente, no lado oposto às duas pistas. Vimos os ocupantes saindo do carro, enquanto íamo-nos aproximando.
Ao mesmo instante em que os componentes de um desastre se me apresentavam, senti o carinho e a presença de Deus. Não havia medo em meu pensamento. Como resultado, o meu carro parou suavemente, sem derrapar, a uns três centímetros do carro cujos passageiros já haviam desembarcado. Na velocidade em que vínhamos, pareceria impossível parar o carro no gelo, a uma distância tão curta. (Aquela era a única parte da estrada que estava congelada.)
É prerrogativa nossa aceitar ou rejeitar uma situação como parte de nossa vida. O conhecimento de Deus como Amor sempre presente combate o mal que procura nos amedrontar a ponto de aceitarmos a desgraça. O mal pode tentar penetrar em nossa consciência, vagarosa ou repentinamente, mas, quando não há medo, não pode haver efeitos desastrosos, pois “o perfeito amor lança fora o medo” (1 João 4:18).
Bolingbrook, Illinois, E.U.A.
