“Tudo é tão real quanto o fizeres, e não mais. O que vês, ouves e sentes é um estado de consciência, e não pode ter outra realidade senão a do conceito que entreténs a seu respeito.” Unity of Good, p. 8; Assim escreve Mary Baker Eddy. Não é de surpreender que nos aconselhe: “Monta guarda à porta do pensamento. Admitindo somente aquelas conclusões cujos resultados desejas ver concretizados no corpo, tu te governas harmoniosamente.” Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 392;
Na Ciência da cura mental, esses são temas primordiais. A nossa maneira de pensar tem muito a ver com nossas experiências, nossa saúde e nosso bem-estar em geral.
Como aprimorar nosso sentido das coisas? Como defender melhor nossa integridade mental? Como examinar, o mais conscienciosamente possível, nosso próprio pensamento? Trabalhando numa base espiritualmente científica. Pela Ciência da Mente é-nos facultado compreender que todo pensamento verdadeiro pertence ao Amor infinito. O pensamento não é uma propriedade pessoal suscetível de ser invadida. Como o Amor divino é Tudo, ele vela pelo único estado de consciência que realmente existe, o estado do conhecimento divino infinito. O pensamento finito, mesmerizado, materialista e errôneo pertence à mente mortal. Mas, metafisicamente falando, tal mente não passa de uma suposição, de um estado ilusório. Perceber tal coisa e viver de acordo com essa percepção é (em linguagem teológica) destronar o maligno.
Contudo, nem por um só momento deveríamos acreditar que, embora estas verdades a respeito da consciência divina sejam absolutas, se nos torne desnecessário tomar na devida consideração o estado mental. Ainda que os fatos sejam esses, não nos dão eles licença de negligenciar a vigilância de nossa mentalidade atual. Ao contrário, tais fatos nos oferecem a elevação espiritual de onde nos é possivel montar guarda a todo o campo de nosso pensamento, descobrindo e expulsando os infiltradores em potencial. Desse modo reduzimos as crenças em doenças e descontentamento que se apresentam como má saúde e sensação de estar preso numa armadilha ou de viver aos sobressaltos.
Embora a medicina aceite, de modo cada vez mais generalizado, o ponto de vista de que nosso modo de pensar determina-nos em certo grau a saúde, a Ciência Cristã oferece um método incomparável pelo qual melhorar tanto o pensamento como a saúde. Suas premissas a capacitam a ir muito além — infinitamente além — do que o poderiam as terapias baseadas no pensamento mortal e na crença em corpos físicos. O ponto de partida da Ciência Cristã é Deus — Deus, a causa infinita, a origem de toda realidade, Espírito, Vida, Verdade. Seu ponto de partida não é o testemunho dos sentidos pessoais. Tais elementos fraudulentos tentariam sugerir que a vida seja orgânica e que o homem tenha somente existência passageira e fragmentária a escoar-se num globo material em giro pela imensidão do espaço. O raciocínio que começa com Deus inicia com a Mente, a inteligência divina, e conclui com o homem e o universo, como idéias infinitas da Mente.
A aplicação da Ciência Cristã e seu método de cura não envolve, portanto, pensamento humano positivo, mero pensamento humano seletivo nem pensamento humano automanipulado. Apóia-se somente nas realidades divinas: um só e único Deus, um só poder, uma única Vida, um único bem, uma única presença. Nossa Líder, a Sra. Eddy, indica: “O charlatanismo mental assenta sobre a mesma plataforma que qualquer outro charlatanismo. O ponto principal dessa plataforma é a doutrina de que a Ciência tem dois princípios associados, um bom e outro mau — um espiritual e o outro material — e que esses dois podem agir simultaneamente sobre os doentes.” ibid., p. 458;
Na Ciência Cristã, demonstração é Verdade revelada, que age no pensamento, não na matéria. É a Verdade que age, diluindo e exterminando a crença de que na realidade exista matéria — originária do pensamento mortal — e a crença de que realmente exista pensamento mortal. A cura é o resultado do Cristo a purgar o pensamento dos mortais de suas noções impuras de que a identidade seja pessoal, em lugar de ser espiritual. Quando nosso falso sentido de identidade se ilumina gradativamente e nosso conceito acerca do corpo se torna menos corpóreo, exercemos maior controle sobre as crenças no que é físico — isto é, ocorrem curas e nossa saúde é colocada em terreno firme.
É nosso senso das coisas o que devemos vigiar. Aprimorar tal sentido das coisas requer disciplina, espiritualização e inteligência ao estudarse e ponderar-se Ciência Cristã. Exige tanto profundidade como amplitude de pensamento. Melhoramos nossa visão das coisas quando nos envolvemos menos com nós mesmos e mais com o que ocorre ao nosso redor, quando mostramos menos egoísmo e mais consideração para com as necessidades espirituais e as necessidades humanas de outras pessoas. Esses resultados evidenciam-se quando oramos com premissas científicas.
Pode-se dizer que a Bíblia contém o registro fundamental do aprimoramento gradativo dos conceitos da humanidade. A Bíblia é o registro da verdadeira natureza de Deus num enfoque, cada vez mais vívido, por parte da humanidade — o que sucede em maravilhosos pináculos de iluminação, como quando Moisés se deu conta de que Deus é o Eu Sou. ver Êxodo 3:14. O sentido espiritual, ideal, das coisas está evidente nos ensinamentos, na vida e nas curas de Cristo Jesus. Esse registro bíblico do advento da Verdade à humanidade, que alcança seu ápice nos ensinamentos de Jesus, será sempre o tema central da Ciência Cristã.
Se encontrarmos dificuldade em aplicar Ciência Cristã a algum estado ou situação, façamos um exame de nosso senso das coisas. Talvez seja preciso usar, em nosso modo de abordar a cura, uma lâmina metafísica mais aguda com cujo auxílio traspassemos a aparente solidez da crença mortal. A única cura ou correção jamais necessária é mental. E essa é feita de modo mais direto, quando se parte da base de que o Amor é incomensurável e de que o homem é a manifestação do Amor.
