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Objetos voadores não identificados e outros

Da edição de abril de 1980 dO Arauto da Ciência Cristã


Os mortais sempre tiveram um método relativamente sistemático de identificar aquilo que os cerca. Os objetos materiais são observados e definidos de acordo com a informação que os sentidos materiais nos fornecem. Metodicamente rotulamos a maioria dos objetos — uma pedra, uma cadeira, uma nuvem, uma pessoa — e comodamente armazenamos a descrição em nosso catálogo mental de artigos materiais. Presumimos entender a maioria destes objetos aparentemente substanciais. No entanto, se de vez em quando não temos certeza, esperamos que exista alguma explicação razoável, talvez dada por algum químico ou físico, ou mesmo por algum psicólogo.

Não é lá muito freqüente nos sentirmos intrigados com a identidade de um objeto. Contudo, de vez em quando, aparece algum objeto que perturba nossas pequenas e tranqüilas classificações — algo que não se enquadra na definição preconcebida do que um objeto deveria ser; de como deveria agir; de como deveríamos reagir a ele. Freqüentemente esses objetos importunos (ou pelo menos perturbadores à nossa maneira de entender as coisas) são objetios voadores, em vez de serem estacionários. Quando não conseguimos precisá-los, explicá-la de uma maneira racional tradicional, podem ser rotulados como não identificados — objetos voadores não identificados.

Conquanto alguns deles venham a ser finalmente considerados fenômenos compreensíveis aos nossos sentidos materiais, outros ainda permanecem sem serem identificados. Continuam a ser desconcertantes, misteriosos. Se procuramos entendê-los segundo os sentidos materiais limitados, jamais nos livraremos de todas as incertezas. Haveremos de estar perseguindo sempre algo novo e ambíguo. A cada coisa desconhecida que esclarecermos, corresponderão outros fenômenos que desafiam as explicações — outros que são simplesmente incompreensíveis aos sentidos materiais.

A Ciência Cristã tem uma maneira inteiramente nova de entender objetos que muitíssimas vezes são um mistério para a consciência humana. Para isso faz-se necessária uma base de pensamento inteiramente diversa. A questão dos OVNIs subordina-se a algo de muito maior amplitude — a questão de identificar todos os objetos, quer estacionários, quer voadores. Volvemo-nos do fascínio pelos OVNIs para a necessidade de uma compreensão mais profunda de cada objeto da criação de Deus. Por mais que os mortais se orgulhem de identificar acuradamente a maioria dos artigos que se acham à sua volta, mal e mal perceberam a natureza real das coisas. Os sentidos materiais não podem definir adequadamente os objetos, porque esses sentidos são por natureza indignos de confiança. Os objetos da criação — quaisquer objetos, quer os consideremos identificados ou não — só podem ser compreendidos acuradamente quando compreendemos a natureza espiritual da criação.

A criação não é um amontoado de objetos materiais — alguns conhecidos, outros desconhecidos. É a emanação, a manifestação plena, de Deus. E Deus é a Mente que tudo sabe. Cada objeto da criação de Deus é uma idéia mantida no reino da Mente divina e expressa perfeitamente essa Mente infinita. Então, os objetos materiais, mesmo as belezas do universo, são irreais? Respondendo a uma pergunta semelhante, a Sra. Eddy conclui sua dissertação com este ponto: “Em nosso sentido imaturo das coisas espirituais, diríamos o seguinte a respeito das belezas do universo sensório: ‘Amo tua promessa; e algum dia conhecerei a realidade e a substância espirituais da forma, da luz e da cor do que agora, por meio de ti, só consigo discernir fracamente; e, sabendo disto, estarei satisfeita. A matéria é uma tênue concepção da mente mortal; e a mente mortal é o mais pobre representante da beleza, da grandiosidade e da glória da Mente imortal'.” Miscellaneous Writings, p. 87;

Os mortais presumem ter uma mente sua própria — uma mente pessoal. Mas Deus é imortal e é a Mente única. Na medida em que cedermos a esta Mente, começaremos a reconhecer a criação como ela realmente é. Se nos ativermos à crença em mais de um Deus, pretendendo ter uma mente separada dEle, veremos as coisas do ponto de vista dos sentidos materiais. E as facetas da existência, de fato a própria criação, vão permanecer como enigmas. Seremos sempre confrontados com algum tipo de objetos não identificados e aqueles que de fato identificamos — a pedra ou a cadeira ou a nuvem — serão vistos sob as perspectivas estreitas de uma mente pessoal, uma suposta mente que realmente jamais conhece a realidade.

Deus é Espírito infinito, e a criação da Mente é infinitamente espiritual. O homem é a idéia pura da Mente. Compreender a realidade a partir deste ponto de vista, o único ponto de vista genuíno, é entender os objetos na sua verdadeira luz. A Sra. Eddy escreve em Ciência e Saúde: “Os mortais precisam olhar para além das formas finitas e desvanecentes, se quiserem conseguir o verdadeiro sentido das coisas. Onde é que o olhar se fixará, senão no reino insondável da Mente?” E ela continua mais adiante: “À medida que os mortais conseguirem conceitos mais corretos acerca de Deus e do homem, inumeráveis objetos da criação, que antes eram invisíveis, tornar-se-ão visíveis.” Ciência e Saúde, p. 264;

Como encararemos a criação de Deus? Como poderemos ver os objetos de Sua criação? Trata-se sempre de uma questão de substituir o sentido material pelo sentido espiritual, de abrir mão do conhecimento humano e adquirir compreensão espiritual. A resposta final às nossas incertezas a respeito de objetos inexplicados não virá de uma análise material daqueles objetos. E a verdadeira explicação dos objetos voadores não identificados (ou mesmo a dos estacionários que acreditamos haver classificado corretamente) jamais será encontrada por se os encarar materialmente e depois tentar analisá-los e defini-los através das lentes do sentido espiritual.

Ambos os métodos têm suas limitações. Mas poderemos perceber os fatos quando nos conscientizarmos de que a Mente é a única causa e de que a criação é o efeito espiritual. Quando começarmos a partir da Mente e compreendermos que ela é Tudo, livrar-nos-emos das percepções incertas dos sentidos materiais, e as verdadeiras idéias da criação serão avistadas com nitidez — idéias que são criações da Mente, idéias substanciais e permanentes.

O que vemos materialmente é o testemunho dos sentidos materiais que pode ou não indicar algo da realidade. Será que os OVNIs representam conceitos importantes que devem ser seguidos? Suponhamos que o mistério deles venha a ser desvendado. Suponhamos ter sido descoberto que existem outros seres inteligentes. Pensemos no que isso implica! Que profundo acontecimento para a humanidade. E, contudo, isso não causaria tanto espanto como o reconhecimento, que todos teremos de obter algum dia, de que a criação já é realmente espiritual e perfeita. E, de fato, só na medida em que começarmos a descobrir a perfeição sempre presente do Espírito estaremos equipados a entender plenamente o que existe além do nosso conhecimento relativamente limitado a respeito dos objetos da criação — inclusive dos OVNIs .

Se de fato desejarmos conhecer qual o significado dos OVNIs, daremos início a um cultivo mais sincero do sentido espiritual e dos seus horizontes irrestritos. Desenvolveremos nossa compreensão espiritual em vez de tentarmos estender os nossos pontos de vistas materiais. Isso não significa ignorar as maravilhas do desconhecido. Significa dar-nos a capacidade de ver todas as coisas como elas realmente são — vendoas como mentais em vez de como materiais. A Sra. Eddy explica: “À medida que o conhecimento material diminuir e a compreensão espiritual aumentar, os objetos reais serão percebidos mentalmente, em vez de materialmente.” ibid., p. 96;

Os homens de inclinação espiritual citados na Bíblia — Eliseu, Ezequiel, João e, em particular, Cristo Jesus — percebiam objetos que eram invisíveis aos sentidos materiais, mas que eram discernidos vividamente pelo sentido espiritual. A capacidade de vê-los assentava num tipo de fé pura que se funde na compreensão espiritual. Embora descritos simbolicamente, estes eram objetos da criação de Deus, idéias modeladas com a substância do Espírito. Como explicou um cristão primitivo: “Pela fé entendemos que foi o universo formado pela palavra de Deus, de maneira que o visível veio a existir das cousas que não aparecem.”  Hebreus 11:3; Ou, nas palavras de The New English Bible: “... de modo que o visível surgiu do invisível.”

À medida que a consciência humana evolui e progride num sentido menos materialista, os nossos artigos de substância levianamente definidos precisarão de uma definição bem mais ponderada. Velhas teorias concernentes à natureza dos objetos tornar-se-ão cada vez mais obsoletas. Não seremos capazes de captar, na maneira tradicional de compreender as coisas, o significado dos verdadeiros objetos que percebemos. Simplesmente será impossível enquadrar as idéias reais no único tipo de molde que os sentidos materiais são capazes de forjar.

A menos que passemos a encarar com mais clareza a criação, como ela é apresentada pela Mente, constataremos que será cada vez mais um enigma indecifrável, confuso, incerto, obscuro. Mas quando a Mente, que é Espírito infinito, identificar a sua criação, não existirão peças espalhadas de um quebra-cabeças universal. Cada parte estará no seu devido lugar, será compreendida, e o todo estará enquadrado, formando uma unidade. Lemos no livro Ciência e Saúde: “O Espírito dá nome a tido e a tudo abençoa. Sem naturezas particularmente definidas, as coisas e os seres seriam indistintos, e a criação estaria cheia de rebentos sem nome, desgarrados da Mente paterna, como forasteiros numa floresta emaranhada.” Ciência e Saúde, p. 507.

O mais agitador e excitante acontecimento sobre a terra será o de começar a discernir os objetos da criação divina, o próprio céu, os quais surgem aos nossos olhos. Essa cena não produz incertezas ou temores, mas inspira e abençoa o observador, fornecendo majestosas vistas da realidade.

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