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Quando a medicina é um fator

Da edição de abril de 1980 dO Arauto da Ciência Cristã


A Ciência Cristã nunca combina a cura espiritual com os modos e práticas materiais. Nem sua teologia pode ser diluída com qualquer doutrina que atribua a Deus algo menos do que todo o poder. Os Cientistas Cristãos, porém, não entram em discussões com pessoas que endossam outros sistemas de cura e de adoração. A Sra. Eddy torna claro esse ponto: “A autora aconselha os estudiosos de Ciência Cristã a serem caridosos e bondosos, não só para com as formas diferentes de religião e de medicina, mas também para com aqueles que mantêm tais opiniões divergentes.” E continua: “Sejamos fiéis em apontar o caminho por meio do Cristo, tal como o compreendemos, mas tenhamos também sempre o cuidado de julgar ‘pela reta justiça’ e jamais condenar precipitadamente.” Ciência e Saúde, p. 444;

A maioria dos Cientistas Cristãos, vez ou outra, tiveram contato com vários sistemas de religião e medicina. Obedientes à injunção de serem sempre caridosos e bondosos, podem contribuir para provar que o respeito e a cooperação mútuos bem como o reconhecimento da sinceridade manifestada por todos no que diz respeito a questões de religião, promove harmonia em vez de fricção, quando sistemas diferentes se encontram. Integridade, compaixão e um desejo de abençoar — embora os métodos possam ser diferentes — atuam como unificadores.

Há ocasiões em que os Cientistas Cristãos estão associados com pessoas de outras crenças para dar assistência a alguém que precisa ser curado. Talvez um amigo chegado ou parente esteja internado num hospital ou numa casa de repouso. Manter uma atmosfera harmoniosa para o paciente, sem se deixar influenciar pelo meio ambiente, requer uma apurada linha de discriminação de parte do Cientista Cristão. Apreciar o bem manifestado por todos os envolvidos, sem ser mesmerizado pelos acompanhamentos materiais, deve ser sua meta.

Não há outro lugar em que seja mais necessário defendermo-nos das sugestões errôneas do que nos ambientes em que são aceitas como inevitáveis as evidências de doença ou de deterioração e em que os remédios materiais são considerados normais. A prática médica comum trata a matéria por meio da matéria. A Ciência Cristã afasta o olhar da matéria. Sua oração para cura reconhece apenas a identidade espiritual do homem e age partindo da base de Deus perfeito e homem perfeito.

A fim de defender o próprio pensamento, o Cientista Cristão pode e precisa reconhecer que Deus, a Mente divina, não conhece doença, senilidade, ferimento ou morte. Tudo isto não faz parte de Sua perfeição, que a tudo envolve. O Cientista Cristão precisa proteger o seu próprio pensamento de qualquer sugestão insidiosa de que os remédios materiais sejam desejáveis. Ao mesmo tempo, pode permanecer grato por toda demonstração de compaixão, de terna solicitude e de terno cuidado que os médicos, enfermeiros e outros auxiliares de medicina propiciam. A dedicação a uma humanidade mais elevada não se acha confinada à prática da Ciência Cristã. Embora essa dedicação não consiga ter o ímpeto da cura espiritual, pode ajudar a unir todos os que expressam qualidades divinais.

Por motivos alheios a sua vontade, às vezes o Cientista Cristão é levado a travar contato com práticas médicas: por exemplo, um caso de exame físico exigido por lei ou como requisito prévio para emprego; um teste de visão necessário à renovação da carteira de motorista; vacinas para fins de viagem. Quando não lhe é concedida dispensa, como pode o Cientista Cristão conciliar tais exigências com a sua convicção de que o homem não pode ser atingido por sugestões materiais e de que ele manifesta esta liberdade na proporção em que se recusa a aceitar o corpo físico como parte de sua identidade espiritual e verdadeira? Os dois pontos de vista opostos não podem ser conciliados — e na verdade não precisamos nem devemos tentar reconciliá-los.

Os Cientistas Cristãos são ensinados a viver dentro da lei. Não procuram voluntariamente meios materiais para obterem diagnóstico e cura, quer sob a forma de testes, de exames físicos, ou de tratamento médico de qualquer espécie. Não precisam recear, contudo, o resultado de um exame físico que lhes seja imposto. Receá-lo seria admitir de modo implícito a dúvida quanto ao seu próprio status, ou ao de outrem, como filho perfeito de Deus. “Não se preocupe. Não poderão encontrar nada de errado em você”, talvez digamos. Quanto melhor seria reconhecer: “Ninguém pode achar nada de errado em você, pois em sua identidade real como idéia de Deus não se pode encontrar erro de nenhuma espécie!” — nenhum estado doentio da mente ou do corpo, nenhuma função ou órgão anormais. Os estados errôneos aplicam-se apenas ao conceito errôneo acerca do homem, chamado homem mortal.

O tratamento pela Ciência Cristã não é um acobertamento. Não ignora qualquer pretensão de mau funcionamento nem tenta encobrir esse erro. Em vez disso, corrige tal pretensão errônea pela conscientização de que o corpo físico é simplesmente a objetivação do pensamento mortal, que precisa ceder à Verdade. O corpo manifesta harmonia quando a crença errônea é substituída pelo reconhecimento da identidade do homem como filho de Deus.

Suponhamos que um estado anormal viesse a aparecer num exame físico obrigatório. Não é preciso aceitar tal estado como real por um momento sequer. Ele pode ser curado, independentemente de qualquer crença de que ele seja real, tenha presença, e que talvez seja perigoso, apesar de quaisquer opiniões que a teoria médica pretenda fazer valer.

Às vezes Jesus se retirava da multidão, ficando a sós ou na companhia de seus discípulos. Ele também realizou curas memoráveis na presença de críticos hostis. “Não é mais difícil te fazeres ouvir mentalmente, enquanto outros estejam pensando nos teus pacientes ou conversando com eles,” escreve a Sra. Eddy, “se compreendes a Ciência Cristã — o fato de o Amor divino ser uno e tudo; mas é bom estar a sós com Deus e o doente quando tratas uma moléstia.” ibid., p. 424. Quando o Mestre se misturava com as multidões, ele incluía a todos em seu amplexo de cura.

Na época de Jesus, o povo de Samaria representava uma mistura de raças e de práticas religiosas e, em geral, era desdenhado pelos judeus. No entanto, quando Jesus curou os dez leprosos, um deles era samaritano. Quando Jesus deteve-se para beber água na fonte de Jacó, foi a uma mulher samaritana que ele se revelou como o Messias e ela o aceitou como o Salvador prometido. E numa das mais queridas parábolas do Mestre, foi um samaritano o escolhido para ilustrar o significado do amor ao próximo. Não resta, por certo, nenhuma dúvida quanto ao amor todo inclusivo demonstrado por Jesus.

A caridade e a bondade ensinadas e demonstradas por Jesus abençoaram o mundo de então e continuam a abençoar ainda agora. Praticadas hoje por aqueles que conhecem Deus como Espírito, Amor divino, podem ainda ajudar a elevar o pensamento humano ao reconhecimento da perfeição espiritual que cura.

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