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Mantenha-se acima das águas do dilúvio

Da edição de junho de 1981 dO Arauto da Ciência Cristã


Noé viu o dilúvio antes que este acontecesse.

Podemos dizer que ele percebeu a rápida e crescente adesão aos prazeres materiais e a expansão de diversas formas de iniqüidade, que ameaçavam envolver a humanidade em completa escuridão mental. Ele discerniu a acelerada diminuição da influência dos valores espirituais e o iminente desaparecimento da fidelidade a Deus, a própria Vida. Ao nos volvermos à sua época, a partir de uma perspectiva moderna, podemos dizer que ele construiu a arca porque sabia que é impossível à humanidade afastar-se totalmente de Deus, e porque com certeza ocorreria um cataclísmico despertar para a Sua presença. Noé não foi salvo porque recebesse uma mensagem especial de um deus que auxilia alguns e abandona outros; a sabedoria e a inteligência de Deus estão imparcialmente disponíveis a todos, a todo momento. Noé foi salvo por manter-se atento às exigências do sentido espiritual. O sentido espiritual que susteve sua obediência à lei de Deus em meio à indiscriminada confiança nos falsos deuses do materialismo, elevaram-no acima das águas do dilúvio — antes que estas subissem.

A história do dilúvio ensina-nos duas lições pelo menos. Uma delas é que não importa quão profundamente a humanidade pareça afundar na escuridão mental do materialismo, e isto parece acontecer de tempos em tempos, ela não pode evadir-se à luz da Verdade para sempre. A fantasia de se pretender que a luz não esteja presente só pode durar por certo tempo, e a intensidade do cataclisma, quando este despertar para a luz ocorrer, dependerá de quão profunda é a ilusão das trevas. Pragas, tempestades, guerras, inflação, depressão e fome em larga escala, que perturbam o sono da humanidade, quando ela se sacia no materialismo, não são mensagens de Deus, mas dos falsos deuses que conduzem a humanidade a tais dilúvios. A percepção de sua mensagem é simples e direta: a Verdade é, para o erro, um fogo consumidor; e, apesar de debaterem-se os falsos deuses em sua agonia mortal, não possuem o poder de extinguir esse fogo.

Outra lição ensinada pelo relato do dilúvio é que o sentido espiritual, ou seja, nossa capacidade de ouvir Deus, está sempre disponível, como esteve disponível a Noé. Mediante o sentido espiritual, Deus está sempre transmitindo-nos a compreensão que nos mantém a salvo. Se compreendemos que pertencemos a Deus, o Espírito, e que “importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade” João 4:24., conforme as instruções de Cristo Jesus, estaremos sempre conscientes de nossa verdadeira identidade como idéias espirituais de Deus. Negaremos a afirmação errônea de que nos originamos na matéria e que somos controlados pelos sentidos materiais. Se combatermos o bom combate a partir dessa premissa, nós, como Noé, estaremos sempre acima das águas, nunca dentro delas.

Em resposta à pergunta retórica: “Queríeis que eu saísse para fora de uma casa em chamas, ou que permanecesse dentro dela?” a Sra. Eddy diz: “Eu já vos teria fora dela, e ciente de estar fora; também, lembrado das Escrituras no que se referem aos que praticam o mal para que venha o bem — ‘a condenação destes é justa’; e quem quer que dessa forma se afasta da Ciência divina, buscando o poder ou o bem à parte de Deus, praticou o mal contra si mesmo.” Miscellaneous Writings, p. 335.

Quando aumenta o clamor difundido de que podemos adquirir harmonia, domínio e segurança por meio da matéria, o sentido material nos convida a mergulhar nas águas. Por exemplo, poderemos ficar tentados a especular insensatamente em ouro ou imóveis ao passo que os deuses que controlam seus preços estão forçando ainda mais sua ascensão; a comprar o que não necessitamos agora, antes que os deuses da inflação tornem totalmente impossível a compra desses bens; a armazenar o que tememos necessitar no futuro, antes que os deuses que motivam os cartéis internacionais removam de nós nosso suprimento. Se formos firmes no Espírito a ponto de não sucumbir a essas provocações específicas, talvez sejamos tentados a praticar “o mal, para que venha o bem”; a nos dedicar a construir uma arca particular para que nós e nossos entes queridos sobrevivamos. O sentido material poderá nos sugerir que abandonemos o bem comum e “nos preparemos para o desastre vindouro”, ou sugerir que deveríamos “tirar proveito da depressão que está por vir”. Se cedemos a tais tentações, colocamo-nos diretamente dentro das águas, dentro da crescente escuridão da ganância e do medo, enquanto acreditamos estar dando passos “acertados” para evitar uma catástrofe individual.

Não nos é necessário construir uma arca: tal plano de sobrevivência ocorreu a Noé naquela ocasião e foi a coisa certa para ele. E, em determinado sentido, ele levou consigo para dentro da arca todas as criaturas da terra. Nossa verdadeira arca, porém, nossa verdadeira segurança, é espiritual. Um trecho da interpretação metafísica de “arca”, dada pela Sra. Eddy, diz: “a compreensão do Espírito, que destrói a crença na matéria.” Continua ela no parágrafo seguinte: “A arca significa tentação vencida e seguida de enaltecimento.” Ciência e Saúde, p. 581.

Não, não nos é necessário construir uma arca. Necessitamos, porém, resistir aos chamamentos dos falsos deuses materiais elevando nosso pensamento e nossa fidelidade acima de seus sedutores argumentos. Nossa Líder, a Sra. Eddy, escreve: “Jesus ensinou-nos a andar sobre as correntes da matéria, ou mente mortal, não dentro delas ou com elas.” Unity of Good, p. 11.

A vida vivida espiritualmente nos manterá sempre a salvo, acima das águas do dilúvio.

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