O homem é completo. É dotado de tudo o que é fundamental para a vida. Sua identidade inclui propósito, sentido, inteligência. O homem — a idéia composta que expressa Deus — não precisa de cultivo. O homem imortal não é uma idéia que se encaminha para a perfeição. Ele é, para sempre, a expressão completa da natureza de Deus.
Tal como a substância, o poder e a atividade de um raio de luz são gerados pelo sol, assim a substância, o poder e a atividade do homem são gerados pela energia criativa do Espírito. O Espírito divino é Tudo. Não tem nada que se lhe oponha ou resista. Não está sujeito à inércia, assim como o homem, a semelhança do Espírito, também não o está.
A alegação de falta de objetivo ou de propósito é curada por meio do reconhecimento da identidade genuína do homem. Precisamos reconhecer que o homem, bem como a própria vida, é inteiramente espiritual. Só desta maneira sentiremos a motivação e a orientação do Espírito, Deus. O homem, visto através das lentes da mortalidade, não tem futuro. Ele precisa ser encarado através das lentes do Espírito. Então, seu propósito e sua perfeição são discernidos claramente. O homem é dirigido e empregado por seu Princípio criador.
O Cientista Cristão não pode ver um homem constituído de duas partes, uma mortal e outra espiritual, e esperar curar. O conhecimento da verdadeira identidade do homem e da sua inteireza na Ciência deve permear a consciência do sanador. Não estamos tentando melhorar um mortal de maneira que ele possa passar à imortalidade. Antes, com visão espiritual, o sanador científico percebe a perfeição sempre existente do Espírito e da concepção do Espírito.
Quando se percebe a perfeição do Espírito, a impossibilidade de o homem ser imperfeito ou incompleto torna-se evidente. A totalidade do Espírito elimina a possibilidade de qualquer outra criação e, conseqüentemente, de qualquer outra forma de homem. O homem tem apenas uma só condição e esta é espiritual, integral, completa, ativa.
O Espírito é Mente. A inteligência divina e perfeita jamais poderia criar qualquer coisa inútil, desnecessária ou deteriorada. É errada a sugestão de que o homem possa ser inútil, desnecessário, ou ficar deteriorado. O mortal pode ser tudo isso, mas o homem não é, nunca foi e nunca será um mortal, pois ele é imortal. Os elementos da mortalidade desaparecem na consciência da imortalidade. A crença de que podemos habitar em qualquer outra consciência é posta de lado quando reivindicamos nossa verdadeira identidade e reconhecemos o governo soberano da Mente sobre cada uma de suas preciosas idéias.
A Bíblia apresenta-nos um exemplo comovente. Um endemoninhado levava uma vida aparentemente inútil e aterradora. Despedaçando todos os grilhões, perambulava pelas montanhas e sepulcros na região de Gadara. Quando Cristo Jesus e seus discípulos ali desembarcaram, o endemoninhado correu ao encontro de Jesus e prostrou-se a seus pés. Que imensa atração não exercia Jesus, com sua visão clara e firme da perfeição do homem, sobre esse indivíduo tão cruelmente atormentado! A espiritualidade de Jesus o curou. A compreensão da perfeição de Deus e da perfeição de tudo que Ele fez constitui a percepção crística que cura. Nessa visão perfeita do ser, a imperfeição não pode existir e não existe. Quando os gerasenos chegaram ao local “acharam o homem ... vestido, em perfeito juízo, assentado aos pés de Jesus”.
Não conseguindo entender o que se passara, o povo ficou aterrorizado e pediu a Jesus que partisse. O homem — recém-restituído à saúde e à liberdade — quis seguir o Mestre. Mas Jesus recusou, dizendo: “Volta para casa e conta aos teus tudo o que Deus fez por ti.”
Para o sentido mortal, o homem começara esse dia como carga inútil, sem propósito e indesejável à sociedade. O Mestre, porém, demonstrando o Cristo, dispersou a névoa mortal da insanidade e da falta de serventia. Tornou-se mais evidente a identidade real do homem como sendo a expressão ativa do Espírito. O Mestre mostrou, então, que esse homem tinha uma missão, um propósito essencial a cumprir. Tal como João Batista, esse geraseno tinha de preparar o pensamento de seu povo para que também pudessem aceitar e reconhecer o Cristo, a Verdade. Ele andou por toda a cidade contando “todas as cousas que Jesus lhe tinha feito” Ver Lucas 8:26–40..
O homem nunca é inútil. O Cristo, a mensagem sanadora de Deus, revela o propósito de nossa vida e dá-nos a capacidade, a inspiração e a força para cumpri-lo. As crenças da mente mortal pretenderiam ligar o homem à confusão, dispersividade e indecisão. Mas a radiância do Espírito penetra essa escuridão mental e dá propósito e sentido à vida. Mary Baker Eddy, Descobridora e Fundadora da Ciência CristãChristian Science (kris’tiann saï’ennss), insta conosco: “Sintamos a energia divina do Espírito, que nos leva à renovação da vida e que não reconhece poder algum, mortal ou material, como capaz de praticar alguma destruição. Regozijemo-nos por estarmos sujeitos às divinas ‘autoridades que existem’. Tal é a verdadeira Ciência do ser.” Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 249.
Como o geraseno, podemos despertar. Abandonando a visão mortal e aceitando a visão espiritual do homem, descobrimos que a Mente ilumina nosso caminho e nele nos guia. Todas as idéias criadas pela Mente são iguais em qualidade, embora individuais, e igualmente essenciais para a expressão completa da infinidade da Mente. O Amor dota o homem de capacidade ilimitada e lhe dá a oportunidade de expressá-la.
Não aceitemos a alegação mortal que se lamuria: “Não sei o que quero fazer; não consigo sair-me bem; ninguém quer contratar-me”, e todas as suas tristes variantes. Isso não é — nem pode ser — o resultado da Verdade imortal. Afirmar nossa identidade espiritual e imortal permite que nos elevemos acima de debilidade, propósito instável e falta de esperança e que nos adentremos na atmosfera revigorante da Alma, do Espírito.
“Como uma porção ativa de um estupendo todo,” escreve a Sra. Eddy em mensagem a uma das igrejas, “a bondade identifica o homem com o bem universal. Assim, possa cada membro desta igreja elevar-se acima da tão repetida pergunta: Que sou eu? para a resposta científica: Sou capaz de comunicar verdade, saúde e felicidade e essa é minha rocha de salvação e minha razão de existir.” The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, p. 165.
O propósito do homem e sua capacidade de cumpri-lo são revelados na Ciência Cristã. A unidade de Deus e o homem como Princípio e idéia é o alicerce desta Ciência. Não há força debilitante no universo da Mente. A Mente é o único poder e torna o homem ativo por meio de sua incessante exigência de expressão.
