Skip to main content Skip to search Skip to header Skip to footer

Não tema o que é diferente

Da edição de junho de 1981 dO Arauto da Ciência Cristã


Um dos obstáculos que nos impede amarmos uns aos outros é o fato de que parecemos ser diferentes. Diferentes quanto à raça, nacionalidade, religião, costumes, língua, talentos, interesses. No entanto, a Bíblia nos tranqüiliza: “Não temos nós todos o mesmo Pai? Não nos criou o mesmo Deus?” Malaq. 2:10.

Cristo Jesus provava continuamente que todos temos o mesmo Pai. Deus é o Pai-Mãe. O homem é a idéia espiritual de Deus, ou Sua criação. Nosso relacionamento com os outros depende diretamente da base de nosso relacionamento com Deus.

Diferenças que atribuímos à geografia, língua, cultura, estão subordinadas ao fato de que, como diz a Sra. Eddy no livro-texto da Ciência Cristã: “Deus cria e governa o universo, inclusive o homem.” Ciência e Saúde, p. 295. As diferenças entre pessoas deixam de ser obstáculos à medida que discernimos a verdadeira natureza do homem e sua relação para com Deus. Notamos as diferenças, sim; as encaramos, porém, como a evidência da inofensiva variedade da criação divina. O apóstolo Paulo fez a seguinte observação: “Os dons são diversos, mas o Espírito é o mesmo.” 1 Cor. 12:4.

A diversidade que encontramos no cenário humano nos dá um indício do alcance infinito e da diversidade do ser de Deus. As idéias de Deus são individuais, distintas e eternas. Não há temor nem ameaça na criação de Deus. O reconhecimento desse fato auxilia-nos a desfazer a crença de que os outros precisam ficar mais parecidos conosco para que o nosso temor deles ou a nossa antipatia por eles desapareçam; auxilia-nos, também a nos desfazermos da preocupação de que necessitamos nos assemelhar a outrem para que possamos ser aceitos.

Se nos defrontamos com alguém que tememos ou de quem não gostamos, alguém que parece diferente, podemos tomar a iniciativa de compreender que Deus nos conhece a ambos. Deus nos conhece como expressões individuais, reflexos úteis, de Seu ser. É necessário que estejamos dispostos a sujeitarmos o orgulho de posição, raça e situação econômica e de tudo isto nos desfazermos. Podemos fazer com que o nosso amor a Deus e Seu amor por nós afaste a cortina do preconceito. Podemos confiar que o Amor divino tão certa e ternamente cuidará de nós e nos guiará, como cuidará dos outros e guiará a eles. Diz a Bíblia: “No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo.” 1 João 4:18.

Minha própria capacidade de superar o medo das diferenças e a habilidade de amar meu próximo foram testadas inúmeras vezes durante os vários anos em que trabalhei em relações comunitárias numa grande cidade. A mudança definitiva de rumo teve lugar alguns meses após eu haver começado o meu novo trabalho.

De volta de uma reunião de caráter comunitário, andei algumas quadras num bairro pobre a caminho de meu escritório. Adiante de mim vi um grupo de homens, alguns de pé e outros sentados na calçada. Vestiam turbantes e túnicas e carregavam bengalas longas e esculpidas. Os homens eram pretos, e eu nunca me senti tão branco.

Minha primeira reação foi a de que seria prudente atravessar a rua e caminhar do outro lado. Foi então que perguntei a mim mesmo como esperava eu “relacionar-me com a comunidade” se atravessasse a rua toda vez que sentisse medo? Por isso, continuei indo adiante e orei. A oração constituiu-se num imediato reconhecimento de que Deus é o Pai de todos nós, e do reconhecimento de que Ele governa toda a Sua família, e que a fraternidade dos homens, sob os cuidados de Deus, não se constitui num conceito restrito, dividido segundo linhas raciais, étnicas ou religiosas, mas a todos engloba. Examinei as razões de me encontrar naquela rua. Sabia que não me encontrava lá como um “samaritano” noviço. Noviço, talvez. Havia, porém, proteção e orientação no propósito honesto e cristão que me levara até lá.

Quando aproximava-me do grupo e já estava passando entre eles, o homem mais alto virou-se, olhou-me, e estendeu-me a mão: “John,” disse ele, “que prazer em vê-lo. Quero que conheça meus amigos.”

O que eu teria perdido se tivesse me deixado levar por uma prudência superficial e houvesse atravessado a rua! O poder do amor espiritual levou-me a sentir interiormente um grande sentimento de fraternidade naquele dia. Eu havia conhecido esse homem em meu escritório quando ele viera falar num projeto comunitário. Parte de minha ignorância e do temor de diferenças dissipou-se após esse incidente. Eu fora atingido por esta simples lição na qual Deus me ensinara a amar mais.

Para conhecer mais conteúdo como este, convidamos você a se inscrever para receber as notificações semanais do Arauto. Você receberá artigos, gravações em áudio e anúncios diretamente via WhatsApp ou e-mail.

Inscreva-se

Mais nesta edição / junho de 1981

A missão dO Arauto da Ciência Cristã 

“...anunciar a atividade e disponibilidade universal da Verdade...”

                                                                                        Mary Baker Eddy

Conheça melhor o Arauto e sua missão.