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O velho e o novo

Da edição de setembro de 1981 dO Arauto da Ciência Cristã


Quantas vezes muitos de nós encontramos conforto, quando precisados de cura, encorajamento ou inspiração, ao nos voltarmos a velhos amigos: a verdades espirituais bem conhecidas, encontradas na Bíblia e nos escritos da Sra. Eddy. Todos temos os nossos prediletos que resistiram ao tempo. Fomos regenerados ao amá-los e atermo-nos a eles.

Cristo Jesus utilizava prontamente os tesouros familiares das Escrituras. De fato, houve situações em que seu conhecimento de trechos bíblicos específicos trouxe solução marcante. Jesus, porém, não limitava sua percepção cada vez mais profunda de Deus a trechos conhecidos. Seu discernimento espiritual levava-o, com freqüência, a novas analogias e exemplos inspirados. De fato, ele aprofundou-se na realidade, discernindo a perfeição do homem, e, por fim, se adentrou inteiramente na presença consciente de que Deus é Tudo.

Ao ensinar seus seguidores a respeito do reino de Deus, Jesus explicou: “Todo escriba versado no reino dos céus é semelhante a um pai de família que tira do seu depósito cousas novas e cousas velhas.” Mateus 13:52. Ao desejarmos aceitar ambas as exigências contidas nessa declaração também nós começamos a compreender a realidade. Começamos a trabalhar para ver, com maior nitidez, a totalidade de Deus. Coisas novas e velhas. Trazemos ambas à luz.

Cada um de nós é semelhante a um “pai de família” metafísico. Muitas vezes, voltamo-nos àquelas preciosas verdades metafísicas, tão conhecidas, alimentando com elas a nós e ao mundo. São valiosas, ricas em força. Temo-nos apoiado inteiramente nelas e provado completamente o seu valor. Mas o “pai de família” deve tirar de seu tesouro também coisas novas, ou seja, cavar mais fundo: encontrar novos vislumbres e percepções originais em nossos livros de texto.

O que pretenderia fazer com que nos contentássemos com a procura superficial — extraindo apenas as pepitas à flor da terra? Magnetismo animal é o nome que a Sra. Eddy deu ao pensamento mau e obstrutor. Essa mente mortal procuraria embalar-nos numa satisfação própria com o que já aprendemos; pretenderia fazer-nos usar nossa compreensão a fim de nos sentirmos bem numa identidade mortal ou até mesmo tornar-nos passivos como movimento religioso.

“A Verdade é uma revelação” Ciência e Saúde, p. 117., escreve a Sra. Eddy. A Verdade está continuamente irrompendo na consciência. Temos de destruir constantemente a resistência da mente mortal a esse despontar de idéias novas e resplandecentes da Verdade. O Cristo habilita-nos a responder com vitalidade e alegria a pensamentos estimulantes e poderosos. O Cristo, a Verdade, não é estático, ultrapassado. Ele promove alegria, clareza, força.

A realidade definitiva é o constante desdobramento de idéias puras, vívidas e originais — a se revelar. O homem é abençoado pelo universo de idéias da Verdade, renovado, de forma infinita, pelo seu efervescente manancial de revigoramento. O homem é espiritual; emerge eternamente como a clara evidência do frescor de Deus.

Raramente, porém, as pessoas se vêem nessa luz verdadeira. De fato, consideram-se, em sua maioria, encerradas num estado material — estagnado, com relativamente pouco espaço para manobras mentais na presença universal da Verdade. Libertamo-nos desse conceito de existência limitado e essencialmente ignorante, quando somos o tipo certo de “pai de família”. A Causa da Ciência Cristã ajuda a humanidade a elevar-se acima do materialismo, sendo o tipo correto de “pai de família”, trazendo à luz coisas novas e velhas. Os periódicos, por exemplo, podem ser maravilhosa ferramenta para transmitir novos e profundos vislumbres da Bíblia e dos escritos da Sra. Eddy. Mas a realização de tal potencial exige de cada um dos colaboradores individuais suficiente oração, pesquisa e esforço mental para descobrir verdades que nos são novas.

Às vezes, é muito mais fácil voltarmo-nos ao velho. E há ocasiões em que é isso exatamente o que temos de fazer. Mas não podemos esquivar-nos da exigência adicional de trazer à luz coisas novas. Isso pode implicar em luta. Pode envolver provações a fim de produzir triunfos. Desejar idéias novas não é o bastante. Talvez tenhamos de trabalhar duro, sacrificar-nos, lutar por obtê-las. À mente humana não agrada o esforço requerido para pôr a descoberto nossos tesouros da verdade. O magnetismo animal talvez resista ao máximo. A luta talvez seja penosa. Porém, a Verdade está em ação. Seu Cristo está aqui, ativo e eficaz. O Cristo nos sustenta através dos tempos que exigem crescimento e instilará em nossa consciência idéias novas, frescas e imperativas.

Pode haver momentos de luta com um problema físico ou com uma dificuldade de organização da igreja filial ou com qualquer outro problema — e, no entanto, as condições materiais em si não são doloridas. A luta — e o que às vezes é chamado de dor — pode muito bem indicar o surgimento de novas idéias. Talvez o egoísmo ou a apatia estejam obstruindo o despontar de uma experiência original. A Sra. Eddy escreve: “Nosso Mestre disse a seus seguidores: ‘Tirai do vosso depósito cousas novas e cousas velhas.’ Nessa luta, lembrai-vos de que a suscetibilidade é, às vezes, egoísmo e de que a apatia ou preguiça mental é sempre egotismo e animalidade.” Message to The Mother Church for 1900, p. 8.

Mesmo que a luta seja árdua, não deveríamos ficar assustados com o que o quadro material registra. Não precisamos temer, mas temos de ser categóricos em reconhecer que o Consolador, a Ciência divina, veio a nós. Está aqui para indicar o caminho, para suscitar o nosso despertar para a presença do Cristo. O importante é criar a coragem, a energia, a persistência necessárias para ceder ao Cristo e seguir as verdades espirituais que o Cristo está compelindo-nos a admitir. Sem dúvida, em muitas ocasiões, frases e pensamentos familiares são simplesmente inestimáveis. Não deveriam, porém, tornar-se rotina, algo automático. O progresso não se baseia apenas neles.

Um coração receptivo de bom grado aguarda o emergir de novos pensamentos e a oportunidade de ponderá-los. Isso não significa abandonar aquelas verdades que já se mostraram tão valiosas e sim cumprir uma exigência do Cristo, a Verdade, de continuamente contrabalançarem-se as verdades tão amadas com outras novas. Estamos sendo impulsionados a crescer, compelidos a trabalhar arduamente para obter essas idéias. Ainda que uma luta se faça necessária para trazê-las à luz, não devemos resistir quando levados a pensar e orar com profundidade. Devemos ser gratos pelo fato de que a revelação que veio à Sra. Eddy está registrada. Podemos abraçá-la, abandonar as restrições da consciência mortal e dar as boas-vindas ao Cristo nascente.


Habite ricamente em vós
a palavra de Cristo;
instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria,
louvando a Deus, com salmos e hinos e cânticos espirituais,
com gratidão, em vossos corações.
E tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ação,
fazei-o em nome do Senhor Jesus,
dando por ele graças a Deus Pai.

Colossenses 3: 16, 17

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