Magnetismo animal. Que significa? Pode afetar-me? Como posso proteger-me dele?
Primeiro: magnetismo animal é um termo genérico que nossa Líder, a Sra. Eddy, dá a todo o mal, inclusive a tudo o que é dessemelhante de Deus. Essa expressão explica-se por si mesma. Magnetismo animal é o impulso magnético exercido sobre a consciência humana, o qual arrastaria o pensamento para o nível das reações animais.
Essa assim chamada força é capaz de afetar as pessoas? Só se desconhecerem sua maneira de agir e não compreenderem a onipotência divina. De um modo geral, os Cientistas Cristãos compreendem que o mal não passa de crença em algo oposto a Deus e que é preciso não condescender com ele de nenhuma forma. O estudante sincero desta Ciência jamais cederia conscientemente ao magnetismo animal. Mas o mal nem sempre é óbvio. Parece trabalhar de maneira sutil a fim de enganar até mesmo o estudante mais sincero, a menos que este esteja alerta. Daí a importância de trazer à tona as maneiras de agir do mal e de como proteger-se contra as ciladas do magnetismo animal.
Como é que o magnetismo animal pretende agir? Antes que alguém possa responder com êxito essa pergunta, é preciso que domine o fato mais importante que a Ciência Cristã revela a respeito do magnetismo animal, o fato de que ele não tem poder nem realidade! É isso mesmo. Não tem o mais ínfimo grau de poder nem tampouco de verdade. Poder e realidade pertencem apenas a Deus. Não pode haver duas bases de poder e existência, uma boa e outra má. Se existem duas, Deus não pode ser onipotente nem onipresente.
Deus é Mente, a força inteligente que governa a criação toda. A inteligência suprema da Mente não poderia criar ou mesmo reconhecer uma pretensa força que, se lhe fosse dado crédito, haveria de disputar o próprio reino da Mente. Nenhuma faceta do magnetismo animal tem mais realidade do que uma mentira. Nas palavras da Sra. Eddy: “Uma mentira tem apenas uma única oportunidade de enganar com êxito — a de ser considerada verdadeira.” Unity of Good, p. 17.
“Bem, se assim é, então posso desistir de ler este artigo”, alguém poderá dizer. Ou mesmo: “Se o mal não tem poder, por que perdemos tempo discutindo como me devo proteger do nada?” Essas reações ao mal, que não é poder nem tem realidade, são ingênuas, e a ingenuidade não faz parte da lógica metafísica.
O mal não tem poder nem existência, mas pretende tê-los e assim a humanidade pode vir a ser vitimada por suas falsas pretensões.
A serpente faladora no Jardim do Éden de há muito simboliza o mal. Acaso a serpente alegórica tinha poder de fazer Eva comer do fruto proibido? Não, mas sugeriu-lhe que a fruta era desejável, algo de que Eva talvez gostasse. Até mesmo sugeriu que Deus não sabia do que falava quando a proibiu de comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal.
O ponto importante a lembrar é que Eva comeu de seu próprio fruto. Ela reagiu aos argumentos da serpente, que de si mesmos não tinham poder de destruí-la. Não passavam de sugestões. Num certo sentido, Eva destruiu-se a si mesma.
Esse modo de ação da serpente é o método que o magnetismo animal vem adotando no decorrer dos séculos. O mal só pode fazer sugestões à consciência humana; não tem poder de pôr em ação a sugestão. É o indivíduo quem põe em ação a sugestão e é ele mesmo quem sofre as conseqüências.
Logo, a questão principal é: “Como me abstenho de corresponder às sugestões do magnetismo animal?” A resposta é profunda, e no entanto bem simples: Fortaleça suas fraquezas humanas! O magnetismo animal age sempre atacando o indivíduo no seu ponto fraco. Observe como na vida os problemas surgem sempre através do mesmo canal. Por exemplo: se alguém é inclinado à bisbilhotice, note quantas vezes se envolve em problemas por haver falado demais. Se alguém é sensível, os ataques parecem vir por meio do sentido pessoal de uma natureza sensitiva.
Na Ciência Cristã, a cura das fraquezas humanas inclui muito mais do que transformar um mortal fraco num mortal forte. A cura acarreta a elevação do conceito pessoal até que este chegue ao reino da realidade espiritual, despertado para o fato de que não é nem um pouco mortal. Na medida em que se reconhece sua verdadeira natureza como o próprio reflexo de Deus, o indivíduo começa a provar que não é vulnerável aos ataques do mal. Demonstra que o erro não conhece o homem real, a idéia espiritual de Deus. O erro não sabe onde a idéia do Espírito mora nem o que a idéia do Espírito faz, porque na Ciência é possível provar que o erro é irreal.
Remir os elementos não redimidos no pensamento é a nossa melhor defesa contra qualquer forma de mal. Nosso Mestre, Cristo Jesus, rechaçou os ataques mais agressivos do mal por meio de sua própria pureza. Ele sabia quem era: “Eu e o Pai somos um.” João 10:30. E também sabia para onde estava indo: “Vou para o Pai.” 16:17. Esse conhecimento do Cristo, sua verdadeira identidade espiritual, colocou-o fora do alcance do mal e o capacitou a provar que o erro não tem poder e é irreal. Ao ser tentado no alto da montanha, ele rejeitou toda sugestão que o mal lhe apresentava. O diabo não conseguiu dobrar Jesus; como a serpente, o mal só podia sugerir que Jesus o adorasse. No pensamento divinal do Salvador não havia nada que correspondesse às sugestões malignas, por isso ele resistiu a todas as tentações.
A Ciência do Cristo não só ensina como reconhecer as facetas não redimidas de nossa própria vida, como também explica a maneira de curá-las. Conhecer-se a si próprio é o primeiro passo na redenção. Fazer um inventário honesto de si próprio mostra as qualidades cristãs e fortes que temos, bem como os traços iníquos que geram problemas.
O pensamento e a ação iníquos são eliminados mediante a elevação do conceito que temos a nosso próprio respeito até que este se alce ao seu verdadeiro ser como semelhança de Deus. Porque o homem é o reflexo de Deus, ele está sempre a expressar o original, e este é puro, imaculado, são. Na medida em que percebemos nossa inocência espiritual no Cristo, a verdadeira idéia, destruímos paulatinamente as falsas crenças que dizem havermos perdido nossa pureza.
Se de fato o erro parece atacar por intermédio de alguma forma de pecado ou doença, o metafísico alerta reivindicará sua inocência e pureza em Cristo, confiante de que a Verdade desvendará onde é que houve uma “brecha” na segurança. Certa vez um amigo me disse que a água que faz pressão contra um dique não tem inteligência para saber onde existe uma brecha, mas que é da natureza da força da água irromper pelo ponto mais fraco, se existe algum.
E o mesmo acontece com o magnetismo animal. Não tem inteligência de conhecer nossas fraquezas, mas é da natureza do mal pressionar o indivíduo com sugestões mentais agressivas. Cedemos sempre através da avenida do eu humano que ainda não foi redimido, o eu que a idéia-Cristo há de por fim redimir.
A Sra. Eddy conhecia a necessidade inata de os Cientistas Cristãos se protegerem contra sugestões agressivas do magnetismo animal. No Manual de A Igreja Mãe, no artigo “Vigilância quanto ao Dever”, ela escreve: “Será dever de todo membro desta Igreja defender-se diariamente contra sugestão mental agressiva, e não se deixar induzir ao esquecimento ou à negligência quanto ao seu dever para com Deus, para com sua Líder e para com a humanidade. Segundo as suas obras será julgado — e justificado ou condenado.” Man., § 6º do art. 8º.
Às vezes, quando o magnetismo animal malévolo ataca alguém, tal como o fez ao Mestre, parece que o mal é bem mais nocivo do que apenas uma sugestão que vem ao próprio pensamento da pessoa. O mal parece agir por meio de pessoas e de coisas. Mas essa é a natureza do mal, parecer real e pessoal, nocivo e malévolo, quando realmente não tem poder. A crucificação de Jesus não foi o resultado de sugestão do magnetismo animal atuando sobre Jesus, mas do magnetismo animal sugerindo aos seus inimigos que o destruíssem. O ponto fraco encontrava-se nos pensamentos dos fariseus e saduceus, não em Jesus. Essa fraqueza os tornou alvos prediletos da sugestão do mal de que seriam abençoados com a destruição de Jesus. Aquiescendo eles passaram a acreditar que por destruir o Mestre podiam destruir o Cristo, a Verdade, que ele representava.
A ressurreição de Jesus é a prova final de que o magnetismo animal nunca é superior à capacidade que o indivíduo tem de controlá-lo por se tratar de mera sugestão. Se Jesus tivesse personalizado o ataque, visto esse ataque como procedente de uma pessoa ou de pessoas, ele não o poderia haver derrotado. Jesus sabia que o verdadeiro inimigo era o magnetismo animal e não os sacerdotes ou o povo. Assim nosso Mestre foi capaz de sobrepujar o magnetismo animal que se valera de seus perseguidores. Sua oração final foi: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem.” Lucas 23:34.
A Sra. Eddy diz: “O mal não tem realidade. Não é pessoa, nem lugar, nem coisa, mas simplesmente uma crença, uma ilusão do sentido material.” Ciência e Saúde, p. 71. Está claro pois que para sobrepujar o mal é preciso deixar de pensar em pessoas más, em lugares maus, ou coisas más. Todo mal não é nada mais que uma sugestão de que existe uma pretensa força oposta a Deus. Mas o fato espiritual é que o magnetismo animal não só carece de poder, como também não é sequer uma entidade nem uma realidade momentânea. Os Cientistas Cristãos curam o mal com êxito quando entendem os ensinamentos de sua Líder com relação ao magnetismo animal.
Cristo é o antídoto para toda forma de mal. Cristo, a Verdade, é a verdadeira força de atração no universo, que eleva a consciência humana para Deus. A contínua comunicação de Deus, o Cristo, exclui as sugestões agressivas da mente carnal que haveriam de tentar destruir quem não estivesse alerta aos seus métodos. Cristo revela a Ciência do relacionamento entre Deus e o homem e essa Ciência refuta a mentira de que o mal tenha poder e realidade, ou de que o homem possa ser separado do bem, mesmo que seja pela sugestão de um poder oposto a Deus. Praticar a Ciência do Cristo é o que mantém o homem realmente a salvo do magnetismo animal.
Apesar do que o mal parece apresentar ao pensamento humano, apesar de quão nocivo ou pessoal pretenda ser, só nos é preciso pesar suas pretensões na balança do Cristo, a Verdade, para vermos sua nulidade. Em todas as suas pretensões, o magnetismo animal nunca é mais do que uma ilusão. Uma ilusão não tem o poder de agir, só de ludibriar; e a consciência imbuída do Cristo nunca pode ser sequer ludibriada. Quando se pesa a inteligência da Mente, a substância do Espírito e as atividades da Vida na balança contra qualquer ilusão, não é difícil perceber que o poder repousa em Deus.
O amado do Senhor
habitará seguro com ele.
Deuteronômio 33:12
