Muitas pessoas, em alguma ocasião, já sentiram-se aprisionadas pela armadilha das circunstâncias: o presente cheio de desespero e um infeliz futuro que não apresenta soluções. Então, alguém poderá inadvertidamente dar consentimento à tristeza insalubre.
O desespero não era desconhecido do Salmista, que perguntou: “Por que estás abatida, ó minha alma? por que te perturbas dentro em mim?” O abatimento, porém, não abalou sua confiança em Deus. Nem tampouco adiou-lhe os esforços para resolver o problema, pois suas palavras seguintes oferecem resposta ao pensamento obscurecido: “Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele, meu auxílio e Deus meu.” Salmos 43:5. Esperar é confiar em Deus, é perseverar; orar com esperança.
Um passo essencial, portanto, para que nos recusemos a admitir a escuridão mental e a tristeza é volvermo-nos a Deus, a Mente divina, em busca de nova inspiração, de mais clara compreensão dessa Mente e de seu controle sobre o homem.
Se oramos e ainda assim parece haver altos e baixos, podemos encarar essas ocorrências como lembretes úteis, avisos de que aprofundemos nossas orações. Por meio da atividade espiritualizadora do Cristo, o sempre presente impulso da Verdade, podemos esforçar-nos para esvaziar do pensamento o que é negativo e o conseqüente consentimento ao que é dessemelhante de Deus, o bem. A consciência sanadora que advém do firme reconhecimento da onipresença e onipotência de Deus e do Seu constante cuidado para com todas as Suas idéias é muito eficaz para dar solução à depressão.
Oração é vigilância espiritual. A oração mais inspirada proporciona melhor vigilância e faz com que nos sintamos alegres apesar das aparentes circunstâncias adversas. O Mestre, Cristo Jesus, deve ter, em muitas ocasiões, reservado tempo para inspirar o pensamento e renová-lo por meio da comunhão com seu Pai celestial. Há um registro bíblico que diz: “Tendo-se levantado alta madrugada, saiu, foi para um lugar deserto, e ali orava.” Marcos 1:35. E, sobre sua oração por ocasião da Última Ceia, a Sra. Eddy escreve: “Jesus orou; retirou-se dos sentidos materiais para retemperar o coração com perspectivas mais luminosas, perspectivas espirituais.” Ciência e Saúde, p. 32.
A Ciência Cristã, eficaz em todos os aspectos da vida humana, ensina que o homem é a expressão de Deus, a Alma, que o homem está sempre em união com seu Criador, como a idéia vivaz e alegre da Alma. Uma alegre expectativa do bem faz parte de uma perspectiva mais espiritual e luminosa. Apercebemo-nos da verdadeira alegria quando a desejamos e reivindicamos por meio da oração.
Por outro lado, será que nos sentimos, por vezes, abatidos por termos muito que fazer e vencer, ou porque até agora apenas procrastinamos ao invés de nos apoiarmos de imediato na oração? Com renovada inspiração podemos orar com humildade para ser mais receptivos à Mente e permitir que o Cristo sanador desperte-nos para a luz do bem. A felicidade é mais rapidamente sentida quando nos tornamos mais receptivos às exigências do Amor divino e lhes obedecemos mais prontamente, ao invés de ficar esperando até sentir certo contentamento antes de iniciar as atividades diárias. Aquilo que alcançamos, se conseguido com amor no coração, traz satisfação e paz.
“A verdadeira oração não é pedir amor a Deus; é aprender a amar e a incluir todo o gênero humano em uma só afeição”, escreve a Sra. Eddy. “Oração é a utilização do amor com o qual Ele nos ama. A oração cria um vivo desejo de ser bom e de fazer o bem. Faz descobertas novas e científicas de Deus, de Sua bondade e poder. Ela nos mostra mais claramente do que antes víamos, o que já temos e o que somos; e, mais do que tudo, nos mostra o que Deus é.” Não e Sim, p. 39. A medida que continuamos numa crescente compreensão de Deus, passamos a encarar a verdade como uma força espiritual nas atividades humanas, trazendo equilíbrio a situações contrárias à natureza do Amor divino. O Espírito todo-poderoso é oposto às sugestões do mal. Protege-nos e cura-nos.
A compreensão desses fatos traz alegria. A falta de solução perde seu aspecto alarmante. O coração eleva-se; secam-se as lágrimas, a tristeza se desvanece. Abre-se uma nova vereda ao compreendermos com alegria que sugestões errôneas podem ser valorosamente vencidas, superado o desastre e substituída a discórdia pela harmonia. Quão maravilhoso é compreender que ao invés de sermos deixados por nossa conta, Deus toma conta de nós! O livro do Deuteronômio promete: “O Senhor é quem vai adiante de ti: ele será contigo, não te deixará, nem te desamparará; não temas, nem te atemorizes.” Deuter. 31:8.
A Sra. Eddy, graças a sua constante esperança em Deus e o amor pela humanidade, venceu dificílimas circunstâncias recusando render-se à má sáude, ao pesar, à pobreza, à perseguição. Ao contrário, depositou sua fé em Deus e consentiu só em aceitar a paz imutável que é inerente ao homem como reflexo do Amor. Seu “Hino de Comunhão” inclui este pensamento confortador sobre a mensagem do Salvador ao coração desesperado:
Ao triste chama:
“Vem ao meu peito,
Teu pranto quero secar
E a tristeza dissipar;
Lar sublime vim te dar
Entre as glórias de um dia sem fim.” Hinário da Ciência Cristã, n° 298.
Alegre-se. Ore mais profundamente. O pensamento inspirado alojase com alegria na compreensão do universo espiritual e verdadeiro, no qual Deus reina supremo. Aí, o homem, como Sua expressão pura, existe em perfeita harmonia. Nessa atmosfera do verdadeiro ser nem a melancolia pessoal nem a coletiva podem causar aflição; nenhum consentimento coletivo é dado a obscuridade e escuridão, nenhuma recessão ou depressão mundial persiste, porque não existe nenhum mal ou tristeza que devamos admitir!