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Alguém para se amar

Da edição de setembro de 1982 dO Arauto da Ciência Cristã


Todo mundo precisa sentir e expressar amor. Algumas pessoas podem fazê-lo sem esforço e com naturalidade; mas, para muitos, o amor permanece trancafiado em enregelados recantos do coração, aparentemente inatingíveis. A necessidade de espiritualizar nosso conceito de amor — quer este esforço seja fácil ou difícil — é de vital importância. Nossa decisão de encarar o amor desde um ponto de vista material ou espiritual pode fazer uma enorme diferença em nossa vida.

A Ciência Cristã nos dá uma visão radical de Deus como Amor divino, elevando o amor completamente acima da corporalidade. O Amor nunca está confinado, nem mantém ou expressa qualquer ilusão de finidade. Ao dissertar sobre o Amor, a Sra. Eddy escreve: “Que palavra! Com reverente assombro me inclino diante dela. A quantos milhares de mundos se estende e reina soberanamente! o primordial,o incomparável, o infinito Todo do bem, o Deus único, é o Amor.” Miscellaneous Writings, pp. 249—250. Esse Amor é Pai-Mãe e cuida de suas idéias com a mais profunda ternura e solicitude. Na proporção em que nosso amor se fundamenta nos verdadeiros fatos do ser, aproxima-se mais do divino, torna-se mais seguro; e nossa alegria torna-se mais permanente.

O Amor nos transmite a natureza e a essência de Deus. O que os sentidos físicos nos dizem sobre o amor é, às vezes, exatamente o seu oposto. Como o testemunho dos sentidos físicos é limitado, o amor visto através das lentes da matéria inclui começo e fim. O ódio, a inveja, a rivalidade, o ciúme são distorções de um amor baseado unicamente na perspectiva material. Por outro lado, como o Amor divino inclui tudo, ele está perpetuamente desenvolvendo em si mesmo sua expressão completa. Os sentidos físicos com suas emoções instáveis nunca podem nos falar da constância, da ausência de limitações, do sentido da Alma, do Amor. O Amor como Vida traz-nos saúde e atividade, requer que seja vivido e utilizado, e não que seja somente pensado e falado. O Amor visto como Princípio ajuda-nos a ilustrar os fatos do ser através do cuidado e da compaixão, levando deste modo a lei do bem a atuar sobre nossas vidas e a satisfazer às necessidades da humanidade.

Somente o sentido espiritual revela a inteireza do Amor divino. A Sra. Eddy insta-nos a fazer a pergunta: “Compreendo Deus como o Amor, o Princípio divino de tudo o que realmente existe, como o bem infinito, além do qual nada existe e em quem existe tudo?” Logo na mesma página, escreve: “Ah se hoje quiserdes escutar a Sua voz, ouvi a Sua palavra e não sirvais a outros deuses! Então se verificará que o Princípio divino do bem, a que chamamos Deus, é ajuda sempre presente em todas as coisas, e a Ciência Cristã será compreendida.” The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, p. 152.

O Novo Testamento está vivo com o calor e a vibração de Deus, o Amor. Cristo Jesus lembra-nos: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo.” Mateus 19:19. Nosso próximo não é alguém “lá fora” a quem precisamos amar a fim de satisfazer a nosso sentido de amor, seja um amigo de quem sentimos saudades ou um parente próximo. Considerado espiritualmente, amar de verdade o nosso próximo como a nós mesmos é aquele estado de consciência profundamente subjetivo em que o Amor e sua própria expressão são uma coisa só. O Eu Sou ou Ego é um só, nunca encontrado à parte ou em seres separados; é sempre o Amor divino em realização e inteireza, expressando-se por meio de tudo e através de tudo.

À medida que reconhecemos essa totalidade como sendo a realidade presente, começamos a ver o Amor em suas maravilhosas adaptações, e podemos encontrá-lo manifestando-se de maneiras inesperadas. Também podemos surpreender-nos ao descobrir que algo está sendo exigido de nós: desejos há muito acalentados ou a crença de que somente determinada solução satisfaria a nossa necessidade, precisam ceder a uma percepção mais pura — um sentido mais universal do que o Amor é.

A falta de flexibilidade pode ser o próprio obstáculo a bloquear o fluxo do bem que tanto desejamos. Esse desejo sutil, inaudível, pode estar lançando raízes tenazes — e limitadoras — no nosso pensamento. A vontade humana, o sentido rígido de um eu material, pode ceder a uma compreensão mais clara das coisas. Quando os sentimentos congelados são libertados, usufruímos o dar e o receber de uma experiência mais harmoniosa. A Sra. Eddy escreve: “O Amor é imparcial e universal na sua adaptação e nas suas dádivas.” Ciência e Saúde, p. 13. As adaptações do Amor às vezes trazem consigo uma exigência espiritual que precisa ser aceita juntamente com suas dádivas!

O caminho da mente mortal é sempre de limitação. O pensamento precisa ser sacudido de seus planos para deixar o influxo de espiritualidade entrar na consciência. Deus, a fonte de todo ser, já compreende tudo. Como reflexo, incluímos a totalidade de Sua expressão. Por meio do Cristo, cada indivíduo pode perceber esse grande fato. Quando colocamos essa verdade em prática, uma vida mais completa, mais rica, certamente se sucederá.

Certa manhã de domingo, quando eu tinha quatro anos, meu pai me levou no colo a uma Escola Dominical da Ciência Cristã. Eu estava doente e achava-me incapacitada de andar. A professora me disse: “Deus é amor.” 1 João 4:16. Quando a Escola Dominical terminou, fiquei sentada ao lado da professora, não querendo deixar esse novo sentimento de calor e conforto. Quando finalmente tive de ir-me, levantei e caminhei, curada. O que foi que aconteceu? Certamente essa mudança veio por meio de algo muito superior ao amor pessoal, muito além do amor de uma professora por uma criança. Era a manifestação da presença viva do Amor infinito, do poder universal do único Deus, que a tudo inclui, do único Amor. A vivacidade do Cristo sanador tão evidente naquele dia permanece comigo até agora.

Portanto, nosso desejo de ter alguém para amar ou alguém para nos amar pode ser elevado acima da sufocante arena da corporalidade. Quer nosso próximo seja alguém de quem gostamos muito quer alguém a quem francamente não apreciamos, se o vemos como um mortal, não estamos obedecendo inteiramente ao mandamento de Jesus, nem estamos vendo nosso próximo como ele realmente é.

Amar de modo divino traz liberdade para identificarmo-nos e ao nosso próximo correta e espiritualmente. “Lá fora” é algo desconhecido para a totalidade do Tudo infinito. Não pode haver qualquer exclusão nem favoritismo. Exatamente onde está cada consciência individual, aí “o Todo infinito do bem” está expressando-se alegremente neste momento. Isto é onde está e o que é o nosso verdadeiro ser. Você tem a garantia do eterno amor de Deus. E você expressa esse amor.

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