Que firmes nos sentimos quando nos é possível falar com autoridade. Conhecemos bem o assunto sobre o qual falamos e nossas palavras soam com a convicção que vem da certeza.
Todos temos ocasiões em que gostaríamos de vencer a timidez e expor as idéias curativas da Verdade e do Amor com convicção e domínio. E podemos fazê-lo, quando nos familiarizamos com a verdade do ser e percebemos a autoridade que esta verdade nos dá.
Nossa verdadeira identidade é a do homem espiritual, a manifestação de Deus, a Mente perfeita. O homem não é um mortal inadequado que procura com palavras vacilantes e cheias de medo transmitir verdades espirituais a outros. O homem é a própria expressão da Mente divina! Ele é a exata corporificação da inteligência, da sabedoria e da compreensão espiritual da Mente. Como manifestação de Deus, o homem reflete a capacidade que a Mente tem de expressar suas próprias idéias em toda a perfeição. O homem é o reflexo de Deus.
Quão vitais e reconfortantes podem ser essas verdades espirituais para todo aquele que fica tentado a hesitar em expressar o que já compreendeu de Ciência Cristã! Nossa verdadeira identidade é formada e estabelecida por Deus para expressar o que Deus é e faz — para dar testemunho da autoridade do Princípio divino, da ternura curativa do Amor divino, da clareza da inteligência da Mente. Precisamos reconhecer e reivindicar os fatos de nossa identidade espiritual, familiarizar-nos com a nossa própria identidade real e a dos outros, se é que desejamos falar com a autoridade nascida da compreensão espiritual.
A Sra. Eddy escreve em Ciência e Saúde: “Inteiramente separada da crença e sonho num viver material, está a Vida divina, que revela a compreensão espiritual e a consciência do domínio que o homem tem sobre toda a terra. Essa compreensão expulsa o erro e cura o doente, e com ela podes falar ‘como quem tem autoridade’.” Ciência e Saúde, p. 14.
Precisamos reconhecer que nossa verdadeira identidade é completamente espiritual, “inteiramente separada da crença e sonho num viver material”, porque o homem vive na totalidade do Espírito. O homem está profundamente familiarizado coma a “Vida divina” porque esta é a sua Vida. Quando começamos a entender a unidade do homem com Deus, temos um ponto de partida espiritual que nos permite falar com autoridade a respeito das verdades curativas do ser do homem.
Para o sentido material a verdade a respeito da natureza e da vida espiritual do homem não parece ser nem um pouco verdadeira. Mas Cristo Jesus disse ao povo que escutava suas palavras: “Quando levantardes o Filho do homem, então sabereis que eu sou, e que nada faço por mim mesmo; mas falo como o Pai me ensinou.” João 8:28.
Cristo Jesus era capaz de falar com autoridade e eficácia aos outros porque elevava o falso conceito humano acerca da identidade do homem até a idéia espiritual ou a progênie de Deus. Compreendia ser ele mesmo o Filho de Deus e expressava a mensagem do Cristo. Podia falar com base em sua compreensão espiritual da vida no Espírito, como ela realmente é, e de sua demonstrada união com a Vida divina. A Bíblia diz que o povo ficava impressionado com os seus ensinamentos: “Maravilhavam-se da sua doutrina, porque os ensinava como quem tem autoridade, e não como os escribas.” Marcos 1:22.
Vemo-nos como mortais incertos, incultos, possuidores de pouca compreensão de Ciência Cristã e de capacidade ainda menor de expressá-la? Então temos de abandonar esta falsa crença humana e perceber nossa verdadeira identidade como o homem espiritual, a expressão perfeita e clara da Mente onisciente e oniativa. Ao reconhecermos que a verdade por nós expressada tem sua fonte na revelação que Deus faz de Sua própria perfeição e totalidade, nossas palavras soarão com a autoridade que o Próprio Deus traz às nossas mais sinceras convicções. A Sra. Eddy escreve: “A Ciência é uma emanação da Mente divina e só ela é capaz de corretamente interpretar Deus. Sua origem é espiritual, não material. É um enunciado divino — o Consolador que guia a toda a verdade.” Ciência e Saúde, p. 127.
Se o impulso da mensagem origina-se em Deus, Ele também provê a sua recepção. Na unidade da Mente divina e sua idéia não pode existir coisa tal como mensagem sagrada sem haver quem a receba. Deus fala a Sua idéia, o homem, e o homem ouve a Sua voz.
Antes que possamos esperar que outros respeitem o que conseguimos mediante nossas orações e demonstração, é preciso aprender a valorizá-lo nós mesmos. Nossas demonstrações da presença de Deus, conquanto nos pareçam insignificantes, podem valer mais que pepitas de ouro para outros. Essas experiências espirituais permitem que a autoridade da demonstração brilhe através do que dizemos. E não será este o tesouro de que o mundo necessita — pessoas convictas, por suas próprias demonstrações, de que a Vida só pode ser encontrada no Espírito?
É o Próprio Deus, a Verdade divina, que sustenta nossa compreensão de Ciência Cristã e capacita-nos a articulá-la em palavras ternas, sábias e poderosas. Essa compreensão devia dar-nos a convicção de que o que precisamos dizer a respeito da Verdade é válido e traz consigo a presença do Cristo que cura.
A mente mortal alegará que estamos pouco seguros de nossa capacidade de expressar a Verdade de modo que outros a compreendam e aceitem. Mas, quando falamos com a convicção nascida da familiaridade com a verdadeira existência do homem na Vida divina, anulamos esses temores mortais. Quando firmamos no pensamento o que individualmente compreendemos, o que sentimos e amamos na Ciência Cristã, a mente mortal fica silenciada. A autoridade da Verdade está sendo ouvida.
