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“A palavra dita a seu tempo”

Da edição de agosto de 1984 dO Arauto da Ciência Cristã


Seria você um pouco tímido em falar na verdade com outras pessoas? Acharia que, se tentasse partilhar as boas novas do amor de Deus pelo homem, enfrentaria ceticismo e rejeição pessoal? Eu costumava achar que assim era.

Mesmo depois de tornar-me estudante da Ciência Cristã, passei anos guardando-a mais ou menos para mim. Estudava com dedicação a lição-sermão, do Livrete trimestral da Ciência Cristã, ia à igreja e usufruía das bênçãos que brotam da Verdade e do Amor divinos. Mas hesitava em falar na verdade com outros. Hesitava em deixar minha luz brilhar.

Quando me conscientizei mais de minha identidade verdadeira como idéia espiritual de Deus, passei a ver que eu era o representante da Divindade — da Vida, da Verdade e do Amor — que era, mesmo, o agente de Deus. Como tal, eu existia para evidenciar meu Princípio. O fato de que o homem é a própria expressão de Deus, da Mente única, tornou-se realidade para mim.

Essa visão esclarecida mudou de todo a minha atitude. Como era bom perceber que Deus Se manifesta por meio de Sua idéia, o homem. Isso dizia respeito a mim, ao meu ser real. Assim, deixar minha luz brilhar no dia-a-dia da vida, em palavras e em ação, era ceder a Deus, era dar prova da Vida, da Verdade e do Amor. E deixamos nossa luz brilhar quando nos ocupamos em expressar as qualidades de Deus.

Cada um de nós pode ser a clara transparência da Verdade. Cada um pode ser, de maneira singular, um mensageiro do Amor, refletindo a luz da Luz. Falar com outros, de forma prática, na bondade e na presença de Deus quando divinamente impelidos, é obedecer a nosso Princípio, o Amor, cuja ação abençoa e cura.

A cada manhã, em nossa cidadezinha, as pessoas vão ao correio para apanhar a correspondência. De tempos em tempos, encontrava me lá com certo homem de negócios e conversávamos um pouco. Certa manhã, notei que ele estava muito perturbado e com dores. Quando lhe perguntei, respondeu que teria de submeter-se a uma cirurgia para remover um tumor no cérebro.

Quando dei por mim, estava acorrendo com palavras de conforto. Contei-lhe como eu e vários membros de minha família evitáramos uma operação por volver-nos a Deus. Assegurei-lhe que Deus o amava e que era capaz de abençoá-lo e de cuidar dele.

Numa cidade pequena, as novidades sobre as pessoas circulam. Eu ouvira dizer que ele estava tendo problemas nos negócios, além do problema físico. Senti-me impelido a repetir-lhe que todas as coisas são possíveis para Deus; que ambos os problemas podiam ser resolvidos por meio da oração. Ele ouviu-me em silêncio e então, balançando a cabeça em assentimento, agradeceu-me.

Não voltei a vê-lo por vários anos. Quando tornamos a nos encontrar, perguntou-me se me recordava de nossa conversa sobre o tumor no cérebro e aí comentou: “Não me lembro do que você disse, mas lembro-me claramente de como me falou. Ajudou-me muito.... Nunca fui operado, pois o problema desvaneceu-se.” Também comentou que presentemente estava num negócio novo e bem sucedido, em outra cidade.

Não alego ter curado meu amigo. Mas quero ressaltar que a cura e o ajustamento ocorridos em sua vida, deram-se porque Deus é a Mente verdadeira de todos. Deus é o Espírito sanador. Sua é a inteligência que é suprema, até mesmo na experiência humana. Minhas palavras haviam-lhe transmitido um pouco dessas verdades. A Sra. Eddy nos diz em Ciência e Saúde: “Dize a verdade a toda forma de erro.” Ciência e Saúde, p. 418.

Cristo Jesus nunca hesitou em falar no amor do Pai por Seus filhos. Também disse: “Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas, pelo contrário terá a luz da vida.” João 8:12. Jesus é o Guia de todos os cristãos. Se desejamos segui-lo, igualar seu exemplo, também nós temos de deixar a luz da Vida, da Verdade e do Amor brilhar.

Jesus era “a luz do mundo” no sentido de que estava manifestando o Cristo, a Verdade. A Ciência Cristã mostra que o Cristo é a verdadeira idéia de Deus, trazendo a radiância da compreensão espiritual. Essa luz dirige e ilumina o caminho de cada pessoa, quando esta procura representar seu Princípio divino. Foi essa luz que guiou e sustentou Jesus enquanto ele representava, de forma tão fiel, o Pai, o Princípio criativo, para toda a humanidade. É a luz do Cristo que nos guia e sustenta a todos.

Jesus também salientou a seus seguidores: “Vós sois a luz do mundo.... Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus.” Mateus 5:14, 16.

Quando falamos na verdade com outra pessoa, comunicamos a Palavra de Deus, como ordenado pelo Próprio Pai. Deixamos nossa luz brilhar. Nisso há uma bênção. Ninguém deveria recusar uma bênção. Ninguém deveria desviar-se do bem.

Declaramos a realidade espiritual porque é a realidade. Falamos a fim de despertar em outros a consciência e o apreço pelo que já está presente com todos nós. Apelamos à natureza espiritual de outros, sua verdadeira consciência, que é o reflexo do divino. A consciência infinita e divina é a única consciência ou Mente que de fato existe. E podemos estar certos de que a resposta às nossas palavras terá sido impelida pela Mente, pelo próprio Amor.

Encontramos a seguinte jóia na Bíblia: “Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo.” Prov. 25:11. É sábio não procurar raciocinar pelo outro. É sábio também falar apenas a seu tempo, ou seja, quando é evidente que a pessoa precisa da verdade e quando somos impelidos por Deus a partilhá-la. Então não nos intrometemos. Quando falamos conforme o Amor nos move, não nos faltará tato e nossas palavras estarão carregadas de convicção.

Ao partilharmos a Palavra de Deus, só encontraremos oposição se crermos que haja muitas mentes, que o homem seja mortal e que tenha mente e vontade próprias com as quais resistir à Verdade. Se virmos os outros como possuidores de uma mente independente e obstinada, erigiremos resistência em nosso próprio pensamento e, em geral, colheremos os resultados de nosso modo de pensar errôneo. É nos possível eliminar a oposição reconhecendo a totalidade e unicidade da Mente e reivindicando que esta é a Mente do homem, a sua e a minha consciência verdadeira.

Ciência e Saúde nota: “Milhões de mentalidades sem preconceitos — que com simplicidade procuram a Verdade, viandantes fatigados, sedentos no deserto — aguardam, atentos, o repouso e o refrigério. Dá-lhes um copo de água fresca em nome de Cristo, e nunca receies as conseqüências.” Ciência e Saúde, p. 570.

Dar este “copo de água fresca” é a atividade do próprio Amor em nós, atendendo à necessidade de outrem. Refletindo o Cristo de Deus, podemos deixar a luz preciosa do Cristo brilhar para a glória de Deus. Partilhamos o ouro de uma “palavra dita a seu tempo” com aqueles que dela precisam.

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