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“O Amor te salva”

Da edição de agosto de 1984 dO Arauto da Ciência Cristã


A urgente necessidade que tem a humanidade de libertar-se de todo tipo de escravidão, nunca foi maior. Da mesma forma, é de primordial importância compreender a natureza libertadora do Amor divino. Num dos poemas da Sra. Eddy, musicados no Hinário da Ciência Cristã, lemos:

O Amor te salva, e me conduz
Do ódio ao bem.
Saber é força; Vida, luz;
E Tudo é Deus.Hinário, n° 160.

Na Ciência Cristã, a palavra “Amor” com letra maiúscula é sinônimo de Deus e significa o Ser Divino que inclui todo poder, causa, efeito e lei. O Amor é uma força libertadora; alivia, eleva e livra. A Sra. Eddy escreve, sobre o Amor: “Que palavra! Ela me impõe profundo respeito. Sobre que infinidade de mundos ela se estende e tem soberania! o primordial, o incomparável, o infinito Tudo do bem, o único Deus, é o Amor.” Miscellaneous Writings, pp. 249–250.

O homem, a manifestação do Amor divino, só dá testemunho do criador perfeito e da criação perfeita. A idéia do Amor não dá testemunho de sofrimento ou erro de qualquer espécie, não fica ansiosa nem dependente. O reflexo do Amor sabe que Deus é Tudo, que Sua criação está completa, não tem defeitos, e que a Mente mantém para sempre a perfeição de toda idéia dentro desta perfeita criação.

Grande parte do sofrimento da humanidade hoje em dia origina-se em um falso conceito de amor. A dominação, a atitude possessiva e a preocupação ansiosa têm origem na crença de que o homem é um mortal, separado de seu criador. A Ciência Cristã ensina que o homem individual é, na verdade, uma idéia espiritual, o reflexo puro da Mente infinita, sempre expressando esta Mente. E, uma vez que a natureza da Mente divina é a natureza do Amor divino, a Mente cuida perfeitamente das necessidades de sua criação.

Às vezes, quando uma pessoa está lutando, poderia parecer tão indefesa e hostilizada que haveria de nossa parte a tentação de sermos levados a concordar, de forma mesmérica, com a situação, em vez de nos elevarmos acima dela. Esta tentação, particularmente no caso de alguém muito chegado a nós, encontra acolhida no pensamento através do sentido pessoal. Nossa motivação deve ser a do mais elevado conceito de amor, que alivia e liberta-nos de todo o quadro mesmérico do mal. O amor espiritual inclui reconhecermos que Deus sempre mantém a perfeição de Sua idéia. E, à medida que enchermos a consciência com este amor espiritual, seremos elevados acima do quadro infeliz, falso, e ajudaremos a pessoa envolvida a romper o mesmerismo.

Quando nossos filhos eram pequenos, tivemos muitos exemplos do poder que há, no Amor, de libertar e curar. Nossa família mudou-se para uma região do país onde havia muitas montanhas, precipícios, caminhos estreitos e tortuosos. Certa tarde, um de nossos filhos chegou com a notícia de que seu irmão voara sobre o guidão da bicicleta. Havia indícios de estar machucado na cabeça e no ombro.

Quando o trouxemos para casa, seus irmãos e eu o deitamos na cama e volvi-me de todo o coração a Deus, em oração. Uma maravilhosa certeza quanto à totalidade do Amor começou a penetrar no meu pensamento. Reafirmei que Deus é o Ser perfeito e que Seu reflexo, o homem, manifesta eternamente esta perfeição. O homem não é um mortal, mas sim a idéia perfeita de Deus. Meu filho teve alívio imediato. Seu estômago aquietou-se, o menino parou de chorar e eu sabia que pisávamos solo firme.

Compreendi que a concordância com o erro não faz parte da Verdade, porque compartilha a noção falsa de que o homem seja um mortal imperfeito. Através de oração sincera desafiei o quadro falso que se apresentava aos sentidos materiais — a mentira de que uma amada e preciosa idéia de Deus pudesse sofrer injustiça e machucar-se. Certamente o Amor divino infinitamente terno e cuidadoso nunca o permitiria! No Glossário de Ciência e Saúde de autoria da Sra. Eddy encontramos esta interpretação espiritual de “Jafé”, filho de Noé: “Um símbolo da paz espiritual que emana da compreensão de que Deus é o Princípio divino de toda existência, e de que o homem é Sua idéia, o filho da Sua solicitude.” Ciência e Saúde, p. 589. Meu filho e eu estávamos começando a sentir esta paz espiritual.

Neste ponto, deve ser acrescentado que não há negligência ou falta de compaixão por parte do Cientista Cristão quando este se volve a Deus para a cura. Milhares de curas de males físicos, comprovadas, mostram que a oração científica, tal como ensinada na Ciência Cristã, é um método de cura eficiente e eficaz. E, com a oração, os pais também têm a responsabilidade de proporcionar todo o amor e o terno cuidado que a situação exige. Em minha própria família, muitas curas maravilhosas antecederam esta experiência com meu filho e cada cura me fortaleceu e desenvolveu em mim uma confiança inabalável no cuidado perfeito que Deus mesmo tem pelo homem. Eu estava totalmente confiante em que, ao volver-me à Verdade para iluminar e inspirar meu pensamento, Deus seria meu apoio e atenderia inteiramente à necessidade da criança. E assim foi.

Dormi no quarto de meu filho naquela noite, e é difícil expressar a alegria que sentimos quando ele me despertou, nas primeiras horas da manhã, e disse que estava livre dos efeitos do ferimento na cabeça. Também sentia-se livre do desconforto no ombro machucado. A compreensão do perfeito cuidado do Amor por sua própria criação liberta-nos do falso quadro de uma criança machucada ou desprotegida. Como o Salmista nos conforta, ao assegurar: “Para onde me ausentarei do teu Espírito? para onde fugirei da tua face? Se subo aos céus, lá estás; se faço a minha cama no mais profundo abismo, lá estás também; se tomo as asas da alvorada e me detenho nos confins dos mares: ainda lá me haverá de guiar a tua mão e a tua destra me susterá.” Salmos 139:7–10.

O reconhecimento da natureza compassiva do Amor divino é necessário para a cura. A Sra. Eddy explica em Unity of Good: “O próprio Deus é nosso auxílio agora mesmo. Ele tem compaixão de nós. Ele tem misericórdia de nós e guia cada acontecimento de nossas carreiras. Ele está próximo daqueles que O adoram.” Un., pp. 3–4. Por certo é verdade que Deus não sabe nada acerca de mal, sofrimento ou mortalidade; mas a própria natureza de Seu amor infinito e terno é tal que atende a nossas necessidades, exatamente aí onde estamos. Apenas temos de dispor-nos a buscá-Lo e a manter o pensamento confiante e receptivo. Então começamos a sentir a emanação do Amor movendo o coração humano, impelindo-o a corresponder a tudo o que é bondoso e verdadeiro e, simultaneamente, impelindo-o a rejeitar tudo aquilo que é infeliz, maldoso, degradante e irreal.

O trabalho de cura de Cristo Jesus, como está registrado na Bíblia, ilustra a natureza do Cristo como o reflexo do Amor. Jesus não se deixava enganar pelos sentidos materiais, no entanto sua resposta às pessoas em necessidade de cura sempre expressava Amor: sua compaixão cristã ia ao encontro daqueles que se deixavam escravizar por um conceito falso e sofredor a respeito do ser, e libertava-os. A Ciência Cristã explica que Jesus não encarava o problema como uma condição real a ser destruída; pelo contrário, olhava através dela e via a verdade da perfeição do homem como filho de Deus. Quando os fariseus lhe trouxeram a mulher surpreendida em adultério, Jesus com ternura libertou-a de seus acusadores e então advertiu-a a ir e não pecar mais. Ver João 8:3–11. Com compaixão, Jesus varou a tristeza e o luto da família de Lázaro e seus amigos com a compreensão espiritual de que Lázaro na realidade estava vivo e sustentado pelo Amor divino. Ver João 11:1–44.

Também nós precisamos ver, assim como Jesus via, que o Amor é a fonte e a circunferência do ser do homem. O Amor é a fonte de nossa identidade espiritual e está mantendo esta identidade a cada momento. Sentir a presença de Deus é sentir alegria, confiança, liberdade — o domínio sobre o medo e a materialidade, necessário à cura. Como metafísicos cristãos aprendemos com o exemplo de Jesus.

Em nossas orações por nós mesmos ou por outros podemos, a intervalos, deter-nos e assegurar-nos de que não estamos tentando transformar um mortal pobre, doente e infeliz em alguém próspero, saudável e feliz. Mais uma vez, isto não quer dizer que ignoramos as condições humanas. A fim de atender às necessidades humanas, entretanto, precisamos partir da posição de que o Amor é tudo e de que o homem é perfeito no presente. Quando os nossos pensamentos procedem da base de que Deus é Tudo, podemos compreender que é impossível haver uma idéia não amada ou uma condição desarmoniosa.

É da natureza do Amor governar com perfeição, controlar, apoiar, sustentar e, com ternura, nutrir sua criação. Como a Sra. Eddy escreveu a uma filial da Igreja de Cristo, Cientista: “Deus é nosso Pai e nossa Mãe, nosso Ministro e o grande Médico. Ele é o único parente verdadeiro do homem na terra e no céu.” Mis., p. 151.

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