Nos dias atuais, as tendências da economia são um grande fator na vida das pessoas, afetando suas decisões de múltiplas maneiras. Os jornais diários e os noticiosos do rádio e da TV incluem geralmente informações sobre as atividades do mercado de ações, as mudanças nas taxas de juro e as flutuações no preço de mercadorias. Artigos em revistas e livros, que abordam e analisam várias outras facetas do cenário econômico pessoal, empresarial, nacional e global, proliferam.
No entanto, apesar de todos os atuais e sofisticadíssimos meios de colher e analisar informações, parece que a humanidade ainda está bastante à mercê das tendências nacionais e mundiais, ao invés de em controle delas. Haverá maneira mais segura de cuidar do assunto? Existirá um método em que o indivíduo possa confiar e que se aplique também a um cenário econômico mais amplo, universal?
Sim, existe uma maneira científica, espiritual, de abordar esse assunto e que é imensamente prática e eficaz, exatamente agora, em todos os níveis. Envolve indicadores assaz diversos dos que os economistas esquadrinham e um tipo de progresso que é individual e espiritual. Este método foi traçado há quase dois mil anos pelo Mestre, Cristo Jesus.
A conexão existente entre obedecer a Deus e ter domínio sobre as condições humanas foi vislumbrada e demonstrada em grande intensidade por Moisés e pelos profetas, conforme consta no Antigo Testamento. Jesus, no Novo Testamento, expõe-na sem rebuços nestas palavras tão conhecidas dos cristãos: “Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que comeremos? Que beberemos? ou: Com que nos vestiremos? ... pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas; buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas cousas vos serão acrescentadas.” Mateus 6:31–33.
Está claro que Jesus dizia aos seus seguidores, inclusive a você e a mim, hoje, que nos ocupássemos primeiro em compreender Deus e obedecer-Lhe; então, inevitavelmente, a necessidade humana seria atendida. Um estudo de suas palavras e obras mostra que o reino de Deus era, para ele, a realidade presente e não alguma utopia distante. Os Evangelhos relatam um número de casos em que Jesus exerceu controle absoluto sobre a carência. Está registrado que alimentou vários milhares de pessoas com uns poucos pães e peixes. Ver Mateus 14:15–21; 15:32–38.
Jesus falava freqüentemente no amor de Deus pelo homem; falava em vida abundante, na atualidade do reino dos céus. Serão os seus ensinamentos realidade presente ainda agora e ainda capazes de serem comprovados individualmente? ou será que a complexidade e a enormidade do cenário econômico mundial afastam, hoje em dia, essa maneira tão radical de solucionar problemas?
Consideremos as palavras em Ciência e Saúde, onde a Sra. Eddy escreve: “Jesus de Nazaré foi o homem mais científico que já palmilhou a terra.” Ciência e Saúde, p. 313. Muitos dos leitores desta revista aceitam a premissa de que o reino dos céus é, de fato, a realidade presente, ainda que fracamente vislumbrada pela humanidade. Esforçam-se diariamente para aprender mais a respeito desta realidade, mediante o estudo da Bíblia, e dos escritos de autoria da Sra. Eddy, e para demonstrar a lei espiritual neles exposta. Sustentados por provas obtidas em suas próprias vidas, quanto ao aspecto prático e ao poder da lei espiritual, adquirem a confiança em que suas orações pela pátria e pela humanidade têm efeito curativo e enaltecedor sobre o pensamento do mundo.
Independente de quão bem ou mal estejamos nos saindo neste curso, no momento, todos temos a capacidade, dada por Deus, de ser inteiramente obedientes aos ensinamentos de Jesus. E eis a melhor parte disto: não necessitamos esperar que um corpo governamental ou oficial entre em ação, que um conselheiro econômico nos diga o que fazer, ou que nossa situação no emprego melhore. Agora mesmo, podemos disciplinar-nos e não nos preocupar — não nos inquietar e sim ficar menos ansiosos — com as condições materiais, não só do corpo e sua alimentação e cuidado, mas também de nossas finanças e posses (indicadores que o mundo considera tão importantes). Procuraremos aprender mais, a cada dia, mediante oração e estudo, a respeito de Deus e de Sua criação perfeita.
“Reconcilia-te, pois, com ele, e tem paz, e assim te sobrevirá o bem” Jó 22:21, lemos no livro de Jó. Ou, como o livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde, diz: “Desvia o olhar do corpo para a Verdade e o Amor, o Princípio de toda felicidade, harmonia e imortalidade.” Ciência e Saúde, p. 261. Quem estiver orando, segundo a Ciência Cristã, por uma cura física, desviará o olhar do corpo e dos sintomas de doença e o voltará para o que é verdadeiro, o Deus todo-poderoso, o bem, e o homem espiritual como Sua imagem e semelhança. De igual modo, precisamos desviar o olhar do saldo bancário, do salário, das perspectivas de emprego, etc., quer estas coisas indiquem abundância ou insuficiência. Bem faremos em nos deter no que estamos aprendendo a respeito da onipotência e da onipresença de Deus. Idéias espirituais incontáveis fluem da Mente onipresente agora mesmo, as quais, se compreendidas e utilizadas, haveriam de atender a todas as necessidades humanas. Este fato pode ser comprovado agora por você e por mim, tal como o foi no tempo de Moisés e dos profetas, no de Jesus e seus discípulos.
Receptividade ao fluxo do bem procedente do Amor divino, a Mente infinita, e gratidão por esse fluxo, abrem o caminho para que, havendo necessidades legítimas, sejam atendidas em maneiras que os indicadores materiais nunca teriam revelado. “Todas estas cousas”, a que Jesus se referia, desdobram-se bela e adequadamente em nossa vida enquanto a espiritualização do pensamento afasta de nós os fardos da indecisão, da preocupação e da falsa responsabilidade por nossos entes queridos.
O egotismo pode obstruir o progresso espiritual se não estivermos alerta. Para quem sente a pressão económica, ele pode apresentar-se na forma de inveja, comiseração própria ou autojustificação. Mas o mero repassar dos males económicos, pessoais ou nacionais, silenciosa ou audivelmente, não promove a cura. Por outro lado, inverter mental ou audivelmente os argumentos negativos, se a ocasião surge, contrapondo-lhes as verdades que aprendemos em nossa contínua educação espiritual, tem efeito de cura definitivo.
O egotismo também pode tomar a forma sutil de deixar outros saberem que vamos indo bem financeiramente. Mas não se pode registrar o crescimento espiritual simplemente em mapas ou gráficos, em termos de pobreza ou riqueza material. Temos de examinar a qualidade de nosso próprio pensamento, a fim de determinar como nos estamos saindo. Ciência e Saúde afirma: “Para nos certificarmos de nosso progresso, precisamos saber onde pomos nossos afetos, e a quem reconhecemos e obedecemos como Deus. Se o Amor divino está se tornando mais próximo, mais querido e mais real para nós, a matéria se está submetendo ao Espírito. Os objetivos que procuramos alcançar e o espírito que manifestamos, revelam nosso ponto de vista e mostram o que estamos ganhando.” Ibid., p. 239.
Estaremos amando Deus um pouco mais a cada dia que passa? Reconhecendo a supremacia do Espírito com maior constância diante da evidência material? Prestando atenção mais seguidamente às intuições vindas da Mente e nelas confiando? Este é o efeito do Cristo, a Verdade, que Jesus demonstrou — em ação. Maior calma, domínio, alegria e abnegação são algumas das manifestações exteriores do Cristo em ação na consciência humana.
O escopo do crescimento espiritual é de tal natureza que nenhum mapa ou gráfico o pode indicar. Cada um de nós precisa conduzir sua própria auto-investigação. Quanto à questão do suprimento, perguntemo-nos: Poderia eu, iria eu, humilde, alegre e confiantemente continuar a reconhecer absolutamente que Deus, o Espírito, é a fonte de todo o bem para minha família e para mim, hoje, se:
1. Meu salário, minha pensão, minha mesada ou a renda de meus investimentos fosse cortada integralmente?
2. De repente, eu me tornasse materialmente muito rico?
Talvez muitos de nós em toda a honestidade não possamos responder estas perguntas com um sim inequívoco, neste atual estágio de nosso crescimento espiritual. Mas elas podem nos recordar de nossa meta: a convicção inabalável de que o Espírito é a verdadeira substância.
Ao aprender um pouco mais, cada dia, a respeito de Deus e de Seu desvelo por todos os Seus filhos e ao colocar essa compreensão em prática, damos testemunho do reino dos céus à mão. E nossa confiança não mais se assemelha à linha de um gráfico — que sobe e desce, em conjunção com a evidência material mutante — mas que vai aumentando, pouco a pouco, sem parar.
Mediante a obediência aos ensinamentos de Cristo Jesus, seus seguidores de hoje em dia têm, de fato, a oportunidade de contribuir para a elevação do pensamento individual e o mundial, elevação que o conduz para fora do materialismo. E, cada um de nós, como reflexo do único infinito, está plenamente qualificado a fazê-lo.
