Por três anos já, eu freqüentava os cultos regularmente, escutava com toda a atenção e esforçava-me para viver de acordo com o que me fora ensinado na Escola Dominical da Ciência Cristã. Sentia grande apreço por todo o amor que essa muito querida filial da Igreja de Cristo, Cientista, vinha expressando para com nossa família. Não é de admirar que a soma disso tudo fizesse brotar em mim o desejo sincero de servir nessa igreja. Durante aquele período, havia dois anos permanecia intocado, no fundo de uma gaveta, o formulário de admissão à igreja. (Eu preenchia igualmente os seus requisitos, inclusive o de estar livre do uso de tabaco, remédios e bebidas alcoólicas. Estudava a Ciência Cristã todos os dias e apoiava-me em Deus quando necessitava ser curada de algo.) O que é que eu estava esperando?
Justamente quando começa a despontar o desejo de assumir um compromisso, começam também a invadir-nos desculpas por todos os lados, não é mesmo? Pretextos como: “O que é que eu tenho para oferecer?” ou: “Não tenho tempo”; ou: “Algum dia me tornarei membro (quando realmente precisar).” O pensamento que mais me assediava era este: “Mas, e se ... ?”
A decisão de tornarmo-nos membros de A Igreja Mãe A Primeira Igreja de Cristo, Cientista, em Boston, Massachusetts. ou de uma igreja filial é de grande importância, e por isso mesmo merece de nossa parte um exame de consciência sincero e oração ponderada. Quando, porém, o desejo de servir a Causa da Ciência Cristã é genuíno e igualmente amamos e estudamos a Ciência, e, bem assim vivemos conforme a Ciência preceitua, não indica isso que chegou o momento de afirmar que estamos também preparados?
O passo seguinte e imediato é o de reconhecer, nos pretextos de que não estamos preparados, na apatia, no medo, na procrastinação etc., algo que não pode, em absoluto, vir de Deus, quem só conhece a totalidade de Sua própria abundância e a abundância de Sua totalidade. Necessitamos, então, anular inteiramente esses argumentos. Se déssemos atenção a eles, iriam manter-nos eternamente à espera no vestíbulo, por assim dizer. Em vez disso, precisamos volver-nos a Deus e reconhecer em Sua obra aquilo que é absolutamente completo. Essa obra por certo inclui a verdade de que Deus prepara a cada um de nós para todo passo rumo a Ele, e, bem assim, a de que Ele prepara cada um desses passos no caminho.
Claro, não existe nenhuma regra que diga: “Primeiro você terá de passar pela ascensão e só depois poderá tornar-se membro.” A Bíblia diz, porém: “O Senhor teu Deus temerás, a ele servirás.” Deuter. 6:13. O critério para servir é, portanto, honrar a Deus. Se neste momento cumprimos com estes requisitos, quais sejam, os de confiar, obedecer, amar e viver Sua bondade, acaso não estamos, então, preparados para fazer parte da instituição da igreja exatamente aí onde nos encontramos?
A Bíblia não somente nos aconselha a servir a Deus, mas também nos aponta como servi-Lo. “Servi ao Senhor com alegria” Salmos 100:2., diz um Salmo bem conhecido. Quando o que nos impele a afiliar-nos à igreja é sincera alegria por todo e qualquer aspecto de Deus que tenhamos vislumbrado, então cada responsabilidade assumida na igreja torna-se um prazer e não um fardo, enquanto aumenta nossa percepção acerca de Deus.
A própria instrução de Cristo Jesus a seus seguidores foi esta: “De graça recebestes, de graça dai.” Mateus 10:8. Quando nosso coração transborda de gratidão por toda prova do amor de Deus em nossa vida, os sentimentos de hesitação ou de resistência têm de se dissipar, pois a gratidão nos torna receptivos à contínua provisão de Deus para nós, ao Seu contínuo desvelo por nós.
“A fim de compreendermos mais, precisamos pôr em prática o que já sabemos” Ciência e Saúde, p. 323., escreve nossa Líder, a Sra. Eddy. Uma experiência que tive durante a escola primária ilustra esse ponto.
Quando estava na primeira série, minha professora me mandou entregar um bilhete à professora da sexta série. Enquanto esperava que esta escrevesse outro bilhete em resposta, observei os alunos adiantados. Metade da classe estava lendo em voz alta, e a outra metade resolvia problemas de matemática no quadro-negro.
Como liam depressa os alunos da sexta série! E palavras compridas, escritas com letra pequenininha! De volta da escola, naquele dia, eu disse à minha mãe que nunca chegaria à sexta série. Era muito difícil! Minha mãe riu-se e me assegurou que, quando chegasse a minha vez, eu estaria preparada. Afinal, aquele temido dia, o primeiro dia na sexta série, chegou e passou. Claro, minha mãe tinha toda razão. Eu não havia levado em conta o progresso que ocorreria entre um episódio e outro.
Deus sempre atende às nossas necessidades exatamente aí onde estamos com a nossa compreensão, no momento, e nos prepara para o passo seguinte. Tive a certeza de que o Amor me havia preparado, da mesma maneira, para tornar-me membro de uma igreja. Portanto, prestei obediência à recomendação de nossa Líder: “Asseguraivos de que Deus dirige vosso caminho; então, apressai-vos em segui-lo, sob qualquer circunstância.” Miscellaneous Writings, p. 117. Foi isso o que fiz, e tornei-me membro de uma igreja filial.
Desde aquele dia, muitas vezes me deparei com desafios, e o refrão tentador ressoou nos meus ouvidos: “Mas, não estou preparada.” Contudo, o provérbio “Confia ao Senhor as tuas obras, e os teus desígnios serão estabelecidos” Prov. 16:3. sempre me assegurou que o Amor estabelece precisamente os pensamentos necessários para o desempenho de minhas obrigações. Cada desafio me fortaleceu, e fez-me progredir ainda mais em minha compreensão e demonstração do bem, Deus.
Quando acalentamos o desejo de unir-nos a A Igreja Mãe e/ou a uma igreja filial, convém perguntarmo-nos honesta e inquisitiva mente: “O que é que estou esperando?” E então podemos confiar no Amor divino, sabendo que o Amor removerá tudo quanto pretenda obstruir-nos o caminho.
Sinto-me na força do Senhor Deus;
e rememoro a tua justiça,
a tua somente.
Salmos 71:16
