Há talvez momentos em que gostaríamos de escapar de algum problema de saúde, negócios ou casamento, mas achamos que não há saída. Imaginamos que estaríamos em melhor situação se estivéssemos em outro lugar.
Ora, do que realmente precisamos é de uma nova percepção do que a vida é. A Ciência Cristã ensina que o homem não é mortal, mas imortal, não é material, mas espiritual. O homem é criado por Deus à Sua própria imagem, conforme lemos no primeiro capítulo do Gênesis.
O homem, refletindo Deus, não está cerceado por limitações de nenhum tipo. Por quê? Porque Deus, sendo Espírito, não tem limites, é infinito, está sempre presente, é Tudo-em-tudo. O homem expressa Deus de modo contínuo e ativo. O homem está consciente de sua liberdade e habilidade, outorgadas por Deus, de pensar e agir como reflexo divino. O ensinamento da Ciência Cristã é a verdade. E Cristo Jesus disse: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.” João 8:32.
Talvez alguém diga: “Isso soa idealístico demais para mim. Preciso de algo prático, de meios para resolver meu problema.” Nossos esforços tornam-se muito práticos quando nos volvemos a Deus, a Verdade, em busca da resposta, ao invés de confiarmos exclusivamente em nós mesmos. A solução virá, seja de imediato, seja passo a passo.
Certa vez, senti-me como que presa numa armadilha. Um relacionamento humano discordante havia piorado e eu achava que não tinha meio de livrar-me dele. Além disso, estava ficando doente. Um dia, ao orar, percebi que não estava deixando Deus governar tal relacionamento. Havia pensado que era meu dever tomar sobre mim a responsabilidade, iludindo-me de que aquela era a orientação divina. Havia até mesmo começado a culpar Deus porque o problema não se resolvia de modo harmonioso.
Então veio o despertar. De repente, percebi que podia encontrar liberdade completa se entregasse a situação toda a Deus, a Verdade divina. Declarei que todos os envolvidos eram, em realidade, a imagem de Deus, governados por Deus. E que cada ser humano tinha o mesmo direito a estar livre de uma situação discordante e infeliz; o amor de Deus incluía cada um. Obtive paz ao trabalhar com essa premissa e, daí, deixei tudo nas mãos de Deus.
Em poucas semanas a situação começou a resolver-se. Descobri que não tinha de ir embora ou escapar. Compreendendo melhor a Deus e ao homem, percebi que já estava livre — jamais tolhida por um falso sentido de responsabilidade ou um sentido material e opressivo de existência. Já não me sentia doente.
Essa experiência levou-me a compreender melhor a Vida, Deus. No Glossário do livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde, da Sra. Eddy, encontramos a seguinte definição de Deus: “O grande Eu Sou; Aquele que tudo sabe, que tudo vê, que é todo-atuante, todosábio, a tudo ama, e que é eterno; Princípio; Mente; Alma; Espírito; Vida; Verdade; Amor; toda a substância; inteligência.” Ciência e Saúde, p. 587. O reconhecimento de que a palavra “Vida” é sinônima de Deus, dá-nos uma noção melhor da vida e leva-nos a compreender que não temos de nos sentir infelizes ou sobrecarregados nem mesmo na chamada existência mortal. Compreender que a Vida é Deus, que esta Vida é nossa única vida verdadeira, traz-nos melhores experiências nos negócios, saúde em base espiritual e, portanto, livre de doenças, felicidade nas relações humanas, esperanças realizadas, liberdade.
O livro-texto declara: “Cidadãos do mundo, aceitai a 'liberdade da glória dos filhos de Deus', e sede livres! Esse é vosso direito divino.” Ibid., p. 227. Você e eu estamos livres para vislumbrar as glórias daquilo que a Vida de fato é e para seguir adiante, experimentando uma glória após a outra ao estarmos cônscios de que o homem já é espiritual e imortal, não estando à espera de tornar-se assim. Ao fazê-lo, compreendemos a verdadeira liberdade do homem, que não está cerceada pela matéria e suas discórdias ou por pontos de vista materialistas, quer nossos quer de outrem. Ciência e Saúde declara: “O homem é mais do que uma forma material com uma mente por dentro, a qual tem de escapar do seu ambiente para ser imortal. O homem reflete a infinidade, e esse reflexo é a verdadeira idéia de Deus.” Ibid., p. 258.
