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A cura-pelo-Cristo: outra vez a pedra angular

Da edição de novembro de 1986 dO Arauto da Ciência Cristã


Construindo sobre a rocha dos ensinamentos do Cristo, temos uma superestrutura eterna nos céus, onipotente na terra, a englobar o tempo e a eternidade. A pedra que os construtores rejeitam tende a ser a cruz, que eles rejeitam e por meio da qual se conquista a coroa e a pedra angular.Message to The Mother Church for 1901, p. 25.

Mary Baker Eddy

Às vezes alega-se, como objeção, que a Ciência CristãChristian Science (kris’tiann sai’ennss) dá demasiada ênfase ao aspecto curativo da missão de Cristo Jesus, quase ao ponto de excluir sua mensagem de salvação. Os Cientistas Cristãos estão, porém, eles próprios, conscientes da profundidade em que a Ciência Cristã trata a questão da salvação e do pecado. Segundo a Ciência Cristã, só na medida em que se dá a cura do pecado, existe a possibilidade de haver uma consciência suficientemente clara do Cristo para realizar a cura da enfermidade. Na Ciência Cristã, a cura do pecado continua a ser de primordial importância.

Ainda assim, dúvidas sutis e persistentes podem, às vezes, implantar-se no pensamento com essa espécie de crítica. Será que, de fato, os Cientistas Cristãos dedicam demasiada atenção às obras de cura, em detrimento, digamos, dos outros ensinamentos de Jesus?

A resposta precisa ser um Não vigoroso! Para compreender esse “não” inequívoco talvez nos seja necessário abordar o assunto com uma pergunta. Desde a era apostólica e até a descoberta da Ciência Cristã, quanta atenção foi dada pelos seguidores de Jesus ao seu ensinamento de que deveriam sair e fazer o que ele fez, ou seja, curar os enfermos, realizar as obras que ele realizava? A resposta inevitável é a de que muito pouco se fez! Até o século dezenove e a descoberta da Ciência Cristã pela Sra. Eddy, simplesmente não havia reconhecimento significativo, por parte das igrejas, de que a cura é o ponto central do cristianismo.

No seu sermão chamado Christian Healing a Sra. Eddy, falando no “privilégio inicial concedido ao cristianismo”, defende esse ponto com certa insistência: “Era uma comprovação, mais do que um credo; uma demonstração, mais do que uma doutrina. ... A pedra que os construtores rejeitaram precisa tornar-se outra vez a pedra angular.” Hea., p. 3. Não será essa “pedra”, tanto hoje como nos tempos do Novo Testamento, a idéia espiritual e pura do ser, o Cristo, e a cura do corpo e do pensamento que procede dela?

Como no-lo dizem as palavras de um hino: “Nem fronteiras, nem clima, nem credo Tu conheces, / Tão amplos como nossa necessidade Teus favores descem; / As asas brancas do Espírito Santo / Abrem-se invisíveis sobre a cabeça de todos.” Christian Science Hymnal, n° 229. Qualquer um pode, portanto, começar a saber algo da revelação de que a vida é espiritual, e não material. E vislumbrar que a Vida é Deus, o Espírito, significa conhecer o mesmo Cristo que tornou Jesus capaz de curar, o mesmo Cristo, ou Verdade, que o Apóstolo Pedro reconheceu repentinamente. Ver Mateus 16:13–18.

A Sra. Eddy, é óbvio, acreditava ser esta a pedra angular sobre a qual toda a igreja de Cristo seria outra vez seguramente construída, elevando-se até o seu significado universal sem fim. Mas é também aparente que mesmo em sua própria Igreja ela sentia a necessidade de resistir à inclinação continuada da mente mortal para o lado das teorias e recursos humanos. Uma das pessoas que trabalhavam em sua casa relatou ter ela dito: “De novo perderemos de vista a verdadeira Ciência, a Ciência divina, a menos que nós mesmos despertemos. A demonstração de acúmulo de matéria não é Ciência. Construir igrejas, escrever artigos e fazer palestras em público é o método antigo de edificar uma Causa. O modo pelo qual eu trouxe à humanidade esta Causa foi o da cura; e agora essas outras coisas procuram se introduzir e ocultar a cura, tal como aconteceu no tempo de Jesus. Agora esta Causa precisa ser salva e oro a Deus que me poupe para esse trabalho.” Citado por Robert Peel em Mary Baker Eddy: The Years of Authority (Nova lorque: Holt, Rinehart and Winston, 1977), p. 226. A Sra. Eddy procurou despertar seus seguidores da mundanalidade que pretendia obscurecer a proximidade brilhante da revelação da Ciência do ser e as obras que surgem naturalmente devido a essa luz.

Se uma pessoa se visse confrontada por alguém que aos brados insistisse que a Ciência Cristã não cura e nunca curou, sem dúvida essa pessoa lhe responderia vigorosamente! Mas o fato é que, vejamo-la ou não, essa confrontação está sendo feita pela mente mortal, a argumentar esse ponto intensa, ampla e especificamente. É preciso portanto discordar, tratar a situação metafísica e continuamente, com sincera e total convicção.

Tal convicção, obtemo-la mediante a espiritualização do pensamento. Assim como é o erro impessoal o que tenta impedir que a cura-pelo-Cristo receba seu lugar fundamental na igreja, assim também a convicção espiritual que prontamente resiste ao erro não é, igualmente, pessoal. A convicção disso não flui de um sentido pessoal fortemente desenvolvido, de uma força do caráter humano, ou da vontade humana. Nem, por outro lado, estará permanentemente ausente só porque alguém parece ter falta de experiência, de astúcia mundana, ou de bravura pessoal. A convicção espiritual brota da pureza e da honestidade com as quais damos testemunho do Cristo, a Verdade, de tudo o que o Cristo está fazendo. É Deus quem supre a certeza de Sua bondade onipresente àqueles que se voltam a Ele renunciando ao eu.

Nossa Líder, a Sra. Eddy, escreve: “Lembrai-vos dos fundamentos da Ciência Cristã: um só Deus e um só Cristo. Mantende a personalidade fora da vista, e a bênção de Cristo: ‘Bem-aventurados sois’, haverá de selar vosso apostolado.” Então quando o Cristo aflora no pensamento, explica ela: “A coragem imortal inunda o peito humano e ilumina a vereda do viver da Vida.” The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, p. 191.

É na presença do Cristo que surge a cura. Portanto, quando a cura parece difícil ou fora de alcance, talvez seja preciso reconhecer mais plenamente a presença do Cristo. Geralmente não é o caso de que o nosso pensamento carece de inspiração, mas o de que a imposição do que é mundano está ignorante e maldosamente a negar que o Cristo exerce influência na vida humana. Quando despertamos e enxergamos o caráter desse engano mental, este deixa de nos influenciar. Libertamo-nos da atmosfera mental opressiva. Passamos a ter os pensamentos inspirados que nos são naturais. Vemos o Espírito Santo e o Cristo presentes em todo o seu poder e nitidez não-diminuídos.

Então, uma vez mais, percebemos que não somos nós quem sustenta o Cristo-que-cura. Deus, a Verdade divina, sustenta o Cristo-que-cura. Deus é a fonte eterna, inexaurível, do poder do Cristo. E é próprio de nossa natureza corresponder e refletir, expressando paz que vai além do que supúnhamos ser possível, tendo compreensão espiritual e vivenciando a ação curativa científica do Cristo e do Espírito Santo. O fato é que só a Mente está suprindo a consciência do homem, e essa consciência iluminada contempla naturalmente o bem infinito que existe porque Deus é o criador.

Quando a imposição mental é anulada, não só a cura individual vem mais espontaneamente, mas a compreensão da cura-pelo-Cristo expande-se até certo ponto em toda a consciência humana. Graças ao despertar do pensamento espiritual e científico de indivíduos, os argumentos opostos do sentido material perdem seu apelo temporário e plausível perante a humanidade. Afinal, eles não são pensamentos válidos, mas proposições mesméricas. Numa atmosfera mais clara, mais espiritual, estabelece-se novamente a normalidade de uma vida cristã repassada de obras ao invés de palavras. Unicamente por esse processo espiritual se revela que a importantíssima pedra angular está colocada em sua posição devida, e a edificação da igreja de Cristo prossegue.

Na realidade espiritual, a pedra angular nunca esteve deslocada. Ninguém, nem coisa alguma, a deslocou jamais, nem poderia. E o corolário humano desta asserção foi dado por Jesus: “Aquele sobre quem ela cair ficará reduzido a pó.” Mateus 21:44.

O magnetismo animal nunca tem realmente êxito em efetuar o que traceja para o pensamento incauto. O que está realmente acontecendo? A Sra. Eddy explica: “A idéia imortal da Verdade desliza pelos séculos afora e ajunta sob suas asas os doentes e os pecadores. ... As promessas serão cumpridas.” Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 55.

O pensamento humano está cada vez mais insatisfeito com crendices e superstições. Existe claramente uma fome intensa pelo cristianismo que cura e que satisfaz aos mais íntimos e profundos anseios espirituais do pensamento. Esta não é a hora final, mas a hora inicial: é uma boa hora. É a hora de construir sobre a pedra angular.


O Senhor Deus é sol e escudo:
o Senhor dá graça e glória;
nenhum bem sonega
aos que andam retamente.
Ó Senhor dos Exércitos,
feliz o homem que em ti confia.

Salmos 84:11, 12

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