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A gratidão acolhe a criação de Deus

Da edição de novembro de 1986 dO Arauto da Ciência Cristã


Desânimo e depressão não resolviam coisa alguma. Eu queria retomar o rumo certo e sabia que Deus me mostraria como fazê-lo. Era minha esta promessa, do livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde de autoria da Sra. Eddy: “A Ciência Cristã age como um alterante, neutralizando o erro com a Verdade.” E, um pouco adiante: “O efeito dessa Ciência consiste em instigar a mente humana a uma mudança de base, sobre a qual possa ceder à harmonia da Mente divina.” Ciência e Saúde, p. 162. Eu precisava de uma mudança de base mental.

Concluí que eu não era um ser mortal infeliz, mas uma verdadeira descendente do Espírito divino. Estava bem suprida e era bem cuidada em todos os sentidos, porque Deus sempre me governava e cuidava de mim. Compreendi que Deus sempre supre a toda a Sua criação, inclusive a mim, com Suas próprias qualidades espirituais. Ao compreendê-lo, teremos a inteligência necessária, a qual nos orientará em tudo o que fizermos. Teremos amor para tratar a outros compassivamente; alegria e vitalidade para expressar a cada momento; um senso de ordem e, de fato, todas as boas qualidades de que precisamos para levar uma vida inteligente, cheia de proveito e amor.

Compreendi que, quando nos detemos num problema ou repassamos circunstâncias negativas, podemos cair na autopiedade. Mas, quando nos volvemos a Deus, a Verdade, e procuramos com gratidão a evidência de Suas qualidades em nós, a expressarem-se aqui e agora, colocamos os pensamentos e a experiência em consonância com a Verdade.

Essa foi, para mim, a maneira de sair da depressão. A fim de ficar mais consciente do cuidado de Deus, decidi sair à cata de evidências desse cuidado e ser grata por elas, procurando ver, em especial, as qualidades divinas que eu expressava, bem como as que outros expressavam.

Eu agradecia pelo meu quintal e demonstrava minha gratidão plantando legumes e verduras e repartindo-os com amigos. Quando eu ia a alguma reunião, agradecia a Deus pela presença de cada indivíduo e pela inteligência evidenciada nos debates. Demonstrava minha gratidão contribuindo para a troca de idéias e respeitando todas as demais opiniões.

Seis semanas antes de me sentir deprimida, novos vizinhos tinham vindo morar perto. Desde aquele dia, um caminhão de mudança estava estacionado na entrada da casa e viam-se carros velhos e partes de carros espalhados por todos os lados. Eu achava que aquilo era uma desgraça para a vizinhança e ficava furiosa todas as vezes que o caso me vinha à memória.

Bom, decidi, se quero estar de fato em constante atitude de gratidão por todas as coisas possíveis, melhor será que procure um meio de ser grata pelos meus vizinhos. Colhi um pouco de milho e levei-o para eles, mas ninguém abriu a porta. Enquanto esperava, olhei em volta. A primeira coisa que me ocorreu foi: isto aqui é um paraíso para quem gosta de consertar máquinas. Todo latoeiro deve sonhar com ter todas essas peças e carros velhos para trabalhar. Esse vizinho deve ser capaz de consertar qualquer coisa. Garanto que ele teria mais êxito do que nós com nossa máquina de cortar grama.

O desagrado anterior para com meus vizinhos transformara-se instantânea e permanentemente em admiração e apreço. Daquela hora em diante não me importava mais o que eles faziam com o quintal deles. O que realmente importava era a minha mudança total de atitude, levada a cabo apenas pelo desejo de ser agradecida.

Abrindo o pensamento às qualidades que Deus expressa através de nós e de outros, e apreciando-as, acolhemos o Cristo em nossa vida. Eu queria obedecer a Deus e expressar gratidão (qualidade derivada do Amor), e isso me tornou receptiva à direção do Amor.

A luz do Cristo transforma. Transforma o quê? A consciência humana individual, o que, por sua vez, transforma todos os detalhes da vida diária. Destrói os pensamentos mortais negativos, como medo, justificação própria, orgulho, ódio, inveja, desonestidade, enfim, todas as características de um mortal insatisfeito, infeliz, doente e pecador.

Nossa experiência humana inclui numerosas coisas pequenas, tais como o relacionamento com os vizinhos. Quando deixamos a luz do Cristo, a Verdade, brilhar em cada aspecto de nossa vida, passo a passo esta se transforma totalmente. A Bíblia diz-nos: “Transformaivos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” Romanos 12:2.

Eu precisava mesmo mudar. Quem gosta de se sentir deprimido? E eu sabia que era no meu pensamento que a mudança devia ocorrer. Quando vi transformar-se a maneira de eu considerar meu vizinho, fiquei tão admirada que toda a minha perspectiva veio a ser de gratidão a Deus. E tive razões a mais para ser grata, quando o vizinho colocou o quintal em ordem.

Crescemos exibindo um amálgama de características boas e más, e talvez pensemos: “Este é o meu modo de ser. Foi assim que me criaram.” Ou, talvez digamos: “Herdei estas características dos meus pais.” O quadro mortal é, porém, uma caricatura daquilo que Deus criou. Somos filhos de Deus, inteiramente espirituais e expressamos somente Suas boas qualidades.

Portanto, teríamos de aceitar uma visão material, deprimente e limitada de nós e de outros? Ou, pelo contrário, procuraríamos com gratidão o bem que cada um de nós pode expressar neste instante? Alcançar a Verdade, para que nos revele todas as qualidades divinas a serem expressas, aceitar nessas qualidades a nossa natureza real e eterna? Quando assim agimos, nossa vida se torna melhor. Nossos dias fazem-se cada vez mais alegres e prósperos. Não nos vemos mais empurrados de crise em crise, de uma inquietação a outra, agindo sob a influência de pensamentos errados. Pelo contrário, aprendemos a viver alicerçados na Mente, Deus, como Sua idéia espiritual, a expressar as qualidades divinas e não as características dos mortais.

É possível começar com a gratidão. Gratidão por toda a criação espiritual de Deus, inclusive por nós. Podemos deixar que nossa vida se torne uma transparência para a luz da Verdade.

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