Um teste de múltipla escolha bem simples, do tipo certo ou errado, era o que o professor tinha prometido. Ao chegarmos à classe, ele não estava lá e seu assistente distribuía um difícil exame com cinco perguntas. Todos os alunos entraram em pânico e ficaram irritados, inclusive eu. Por fim, olhei à volta, sacudi os ombros e comecei com o exame, murmurando: “Bem, estamos todos no mesmo barco.”
Que engano! pois, ao dizê-lo, eu capitulava diante do pensamento negativo e medroso da classe. Admitindo que todos estávamos no mesmo barco, varrido pelas ondas do pânico, afundamos todos juntos. Quase todos recebemos notas muito abaixo das que costumávamos tirar.
É claro que, desde então, dei-me conta de que não era aquela uma situação original. Ouvi falar em alunos que ficaram doentes, durante exames importantes. Um colega me disse que, ao olhar para a folha do exame, entrava em choque por um bom tempo, ficando sem saber como começar.
Tal atmosfera é promovida pela crença falsa de que haja muitas mentes. A Ciência Cristã ensina que esse conceito é inverídico; o fato espiritual é que Deus é a única Mente, e cada um de nós reflete esta Mente única e perfeita. No entanto, o acreditar que haja muitas mentes produz, às vezes, uma atmosfera turbulenta que afeta até mesmo os que estudaram seriamente a matéria do curso.
O que um estudante da Ciência Cristã pode fazer em tal situação? É óbvio que não só em época de exame, mas diariamente, é importante alinhar o pensamento com a verdade sobre Deus e o homem, a verdade de que Deus é Mente, a única Mente que há. O homem é a idéia espiritual de Deus e sempre reflete essa Mente única. Tal homem somos nós, no seu e no meu eu reais. Cada um de nós é a idéia espiritual de Deus, e não um mortal que tem a mente separada de Deus. Adestrarmo-nos nessas verdades todos os dias, nos prepara para enfrentar o pânico tendo os pés firmemente alicerçados na rocha da Verdade, ainda que não garanta nunca mais haver momentos de pânico para enfrentar.
Caso alguém esteja numa classe em que o pânico começa a correr solto, pode de imediato, e mentalmente, recusar-se a ser influenciado pela atmosfera à sua volta. A Bíblia nos assegura: “Deus é ... socorro bem presente nas tribulações.” Salmos 46:1. Deus está sempre disponível quando nos voltamos a Ele, não importa qual seja a situação. Assim, a pessoa já pode resolver prestar atenção só àquilo que Deus, a Mente, está lhe dizendo, em vez de seguir o que outros, à sua volta, estejam dizendo ou pensando.
Em seu livro Ciência e Saúde a Sra. Eddy declara: “A intercomunicação se faz sempre de Deus para Sua idéia, o homem.” Ciência e Saúde, p. 284. Essa comunicação, que está sempre ocorrendo, é calma, serena, inteligente. É o “cicio tranqüilo e suave” que pode ser ouvido em meio à balbúrdia. De imediato, apazigua o medo.
Além de dar atenção às mensagens inteligentes de Deus, o tratamento pela Ciência Cristã comumente inclui afirmar-se a verdade absoluta e negar-se o erro em questão. Essas duas facetas são importantes para se lidar com o medo. Nas afirmações, declaremos a onipresença e a onisciência de Deus. Por meio delas, cada um de nós reconhece que o homem é o reflexo de Deus e que essa é nossa verdadeira identidade, refletindo de modo ativo a Mente divina, agora e para sempre. Nas negações, refutemos o erro, a alegação de que todos sejamos mortais, ignorantes e medrosos. A pessoa sabe que, sendo reflexo de Deus, nunca foi um mortal, mas sempre uma idéia espiritual inteligente. Insistamos em que a mente mortal não pode amedrontar ninguém, e atenhamo-nos, com confiança, ao fato de que estamos unidos a Deus. Afirmemos que a Mente única, Deus, sabe tudo, e que estamos em união com Deus, refletindo Sua inteligência.
A verdade que um só conhece, aplica-se a todos na classe, pois se Deus é a Mente única, Deus não é a Mente de um só indivíduo, mas a Mente de cada um. Todos refletem Sua inteligência. Não é possível declarar a própria unidade com Deus e, ao mesmo tempo, crer que os demais estejam excluídos. A serenidade e perfeita inteligência da Mente estão sempre onde o homem está.
Alguns minutos de oração resoluta, antes de começar-se um exame, silenciam argumentos de medo e incapacidade. A verdade de que Deus deu ao homem domínio, acalma o pensamento, e a prova pode ser feita de modo inteligente e normal. Tal oração também ajuda a tranqüilizar a atmosfera geral, permitindo que outros na classe também se acalmem.
O tempo que se leva, afirmando mentalmente a verdade e negando a sugestão emocional, falsa, não é tempo perdido, é tempo ganho. Em várias ocasiões na faculdade, tive medo, ao passar os olhos pela folha do exame. Apesar de ter estudado, parecia-me encontrar muitas perguntas sobre as quais tinha dúvidas. Em cada caso, porém, em que primeiramente orei, a fim de deixar clara minha identidade como idéia espiritual que reflete a Mente, encontrei as respostas certas às perguntas difíceis. E sempre terminei a prova em tempo, com bons resultados.
A Sra. Eddy escreve: “Completamente à parte desse sonho mortal, dessa ilusão e engano dos sentidos, a Ciência Cristã vem revelar que o homem é a imagem de Deus, Sua idéia, coexistente com Ele — Deus dando tudo e o homem tendo tudo o que Deus dá.” The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, p. 5. Não há situação que esteja fora do controle de Deus. Não há pessoa a quem recuse Seu cuidado. A comunicação vinda de Deus é sempre clara e potente. Nossos esforços para abandonar a ansiedade e para alinhar o pensamento com a verdade espiritual sobre Deus e o homem têm o apoio de Seu poder total.
Em todo exame, não importa quão difícil, o homem acha a oportunidade de provar que não tem uma mentalidade conflitante, mas que é o reflexo de Deus, a Mente divina, “tendo tudo o que Deus dá”.
 
    
