Jorge era entre nós o mais velho. Alguns, usando um eufemismo, o chamavam de “atrasado”. O tamanho do Jorge, sua maturidade física e suas dificuldades com as lições de casa tornavam-no diferente das outras crianças. Essas diferenças o isolavam. Provavelmente eu passava mais tempo com o Jorge do que com outras crianças. Eu gostava dele, era bonzinho e sabia perdoar.
Durante o verão, não vi o Jorge. Ele morava muito longe. De manhã, no dia de matrícula para o novo ano escolar, vi a mãe e a irmã do Jorge. Foi quando fiquei sabendo da triste notícia de que o Jorge falecera. Não estava claro se fora um acidente ou se o ferimento fora intencional e causado por ele mesmo, mas isso não era o que me preocupava então. Permanecia simplesmente o fato: Jorge se fora. Jorge, e o que aconteceu com ele, causou indelével impressão em minha vida. Foi uma experiência que me fez considerar mais a fundo o valor da vida. Eu ansiava por apreender a proximidade de Deus e o mérito do homem, de um modo que nunca pudessem ser perdidos.
Deve haver na vida de um indivíduo inúmeros eventos que colaboram inexoravelmente para uma busca espiritual, que sustentam a receptividade à Ciência Cristã e compelem à investigação do Princípio divino que sublinha sua promessa espiritual e as obras de cura. Essa busca espiritual pode até mesmo ser acelerada por acontecimentos trágicos.
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