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Gratidão e cura

Da edição de novembro de 1987 dO Arauto da Ciência Cristã


Numa reunião de testemunhos de quarta-feira numa filial da Igreja de Cristo, Cientista, uma estudante de Ciência Cristã deu um testemunho, e nele relatava haver sido curada de uma série de dificuldades que a haviam assediado repetidas vezes, uma após a outra. No entanto, não se havia entregado ao desânimo. Mesmo quando estava lutando com o último desses problemas, o qual se apresentara mais grave do que os outros, pensou, com alegria, no quanto se beneficiaria depois que ele tivesse sido resolvido.

Essa foi sua maneira de agradecer, por adiantado, pelas lições, pelo crescimento espiritual, pelas bênçãos e pela cura que, sabia, se concretizariam graças a lançar-se novamente com confiança aos ternos cuidados de Deus. E as belas expressões de gratidão que fluíam de seus lábios, atestavam realmente a maravilhosa cura que se havia seguido.

Foi esse o mesmo tipo de gratidão como o que nosso amado Mestre, Cristo Jesus, expressou antes de ressuscitar a Lázaro do túmulo (ver João 11:1–45). A narrativa bíblica nos diz que “Jesus, levantando os olhos para o céu, disse: Pai, graças te dou porque me ouviste. Aliás, eu sabia que sempre me ouves, mas assim falei por causa da multidão presente, para que creiam que tu me enviaste”. Depois, clamou: “Lázaro, vem para fora” João 11:41–43., e este, imediatamente, saiu da tumba.

Nosso Mestre era dono de uma tal compreensão da vida eterna, como niguém jamais o foi. Compreendia que o homem, a imagem e semelhança de Deus, não podia morrer, assim como Deus, o Espírito eterno, não pode morrer. Quando elevou o pensamento, com gratidão por aquilo que sabia ser espiritualmente verdadeiro, soergueu também o pensamento de Lázaro e daqueles que estavam presentes, levantando-os acima do testemunho do sentido material de morte, para a evidência da onipresença da Vida e da imortalidade.

A gratidão que sentimos a Deus, em nossos corações, é proporcional à nossa compreensão espiritual, e promove a cura. Reconhece que a bondade de Deus já está aqui presente. O amor de Deus pode tornar-se aparente onde quer que lancemos o olhar, seja num sorriso, numa flor, ou numa expressão de cortesia. Temos de sentir gratidão por essas pequenas manifestações, as quais iluminam nossos dias, do contrário não estaremos em condições de receber provas e bênçãos ainda maiores do terno cuidado de Deus.

Em Ciência e Saúde de autoria da Sra. Eddy, lemos: “A gratidão é muito mais do que uma expressão verbal de agradecimento. Os atos exprimem mais gratidão do que as palavras.”Ciência e Saúde, p. 3. A gratidão é um poder vivo nos corações de todos os estudantes sinceros de Ciência Cristã. Estes sentem uma gratidão incessante a Deus, o qual outorga todo o bem. Agradecem pelas realizações de Cristo Jesus, e pela forma como este exemplificou a Verdade. Têm gratidão pela obra da Sra. Eddy, que trouxe à humanidade a prometida revelação da Verdade, e estabeleceu uma Igreja dedicada à demonstração prática dos ensinamentos de Cristo Jesus. Os Cientistas Cristãos também são gratos a todas as pessoas que colaboraram e colaboram neste movimento, as quais contribuíram para a promoção da Causa da Verdade, e a todos os discípulos cristãos em outras igrejas, os quais se mantiveram fiéis aos ensinamentos de nosso Mestre.

A oração da gratidão, no sentido mais elevado, não é meramente um pedido de algo bom. É um dar graças a Deus pela eterna presença do bem. É um reconhecimento feliz de que todo o bem procede de Deus e está presente aqui e agora mediante a lei divina do bem ilimitado. Esse tipo de gratidão é oração científica, e inverte as falsas crenças de que o bem seja material e limitado, de que alguns dos filhos de Deus tenham acesso ao bem, enquanto outros padecem de carência.

A gratidão que sentimos pelo bem espiritual, quando percebida, ainda que não completamente compreendida, traz bênçãos. Constitui uma forma de oração e fé. Quando se nutre esse sentimento, o resultado é a compreensão espiritual do bem pelo qual oramos e agradecemos, e que tem por resultado a cura. Como lemos na Epístola aos Hebreus: “A fé é a certeza de cousas que se esperam, a convicção de fatos que se não vêem.” Hebreus 11:1.

Na Ciência, a compreensão espiritual e a gratidão são uma e a mesma coisa. A gratidão pelas coisas boas que nos sucedem e pelo bem que advém a outrem, revela que compreendemos a lei divina e imparcial do bem, e assim a presença eterna de Deus aflui a nós em abundância. A gratidão é um canal, o qual, mantido aberto e ativo porque refletimos amor, amabilidade, altruísmo e consideração para com os demais, se amplia a nosso favor, trazendo-nos o bem em proporções cada vez maiores.

A ingratidão, por outro lado, denota oposição ao bem. Constitui a própria pobreza, companheira do mal, ou daquilo que a Ciência Cristã denomina magnetismo animal. Esse estado de pensamento, limitado e ignorante, convida a inveja, ódio, e, principalmente, desânimo. Quando não conseguimos demonstrar o bem mais amplamente em nossa vida, geralmente é por causa de uma noção limitada de gratidão, e, às vezes, por causa de desobediência. Isso não significa, contudo, que todos os que desfrutam de riquezas materiais em abundância, sejam as pessoas mais agradecidas, ou que os pobres sempre sejam pessoas ingratas. Longe disso. Muita gente com ordenados modestos expressa maior gratidão real, maior satisfação e alegria verdadeiras, do que muitos outros que amealharam grande fortuna material. O ponto em questão é que nossa noção de gratidão tem de ser espiritualizada, seja qual for nossa situação humana atual, a fim de que percebamos mais vivamente as abundantes riquezas de Deus, as quais são inteiramente espirituais.

A oração na Ciência Cristã encara o homem como o reflexo espiritual de seu Criador, Deus. Essa oração dos sentidos espirituais reflete um pensamento em união com Deus, a Mente divina. Quando reconhecemos com gratidão a totalidade e a bondade da Mente, sua onipresença, onipotência e natureza como Amor divino, podemos perceber a imagem perfeita do Amor ali mesmo onde aparece um mortal doente ou pecador. Quanto mais conhecermos nossa verdadeira identidade como imagem e semelhança de Deus, quanto mais a reivindicarmos, mais conscientes nos tornaremos de nossa herança divina do bem, da saúde e da santidade.

A gratidão pela verdade de que a saúde é a realidade espiritual do ser, abre o caminho para sabermos que Deus não reconhece a doença. Essa compreensão curou doenças incuráveis. Esse fato foi comprovado pela Sra. Eddy, a qual escreve em Unity of Good: ... “Quando compreendi com a maior clareza, e quando percebi com a maior sensibilidade, que o infinito não reconhece doença alguma, esse reconhecimento não me separou de Deus, mas me uniu a Ele de tal maneira, que me capacitou a curar instantaneamente um câncer que havia chegado até a veia jugular.” Un., p. 7.

Quando a compreensão correta acerca da saúde foi estabelecida no pensamento, o corpo tem de responder a isso, o que prova que a consciência harmoniosa e espiritual é a verdadeira saúde.

Um homem, que estava começando a estudar Ciência Cristã, pediu a ajuda de uma praticista da Ciência Cristã, para resolver um problema físico muito grave. A praticista lhe explicou a irrealidade da doença e o fato de ser a doença destituída de poder, pois Deus não a havia criado nem a conhecia e nada sabia acerca de doença.

O pensamento do novo estudante estava tão abatido pela autocompaixão, pelas queixas e remorsos, que parecia difícil tocar-lhe o coração. Então a praticista lhe mencionou a importância da gratidão no processo de cura. O homem disse que sim, que ficaria grato se ficasse curado, mas que francamente não sabia como poderia ser curado se Deus não tomasse conhecimento de seu problema.

A praticista, depois de orar durante alguns momentos por uma resposta apropriada, por algo que o novo estudante pudesse compreender, disse: “Hoje de manhã, depois de lavar roupa, decidi pendurar a roupa no varal, aproveitando o belo sol da manhã. Deu mais trabalho do que colocar a roupa na secadora elétrica, mas a roupa cheira tão bem quando se seca ao ar livre!

“Ora bem, o sol nada sabia acerca da roupa molhada, e só tive de pôr a roupa sob os efeitos dos raios do sol, a fim de colher os benefícios desse calor. É assim que se dá com a lei curativa de Deus. Muito embora Deus nada saiba acerca da doença, do pecado, da carência ou de qualquer outra forma do mal (pois Deus só criou o bem, e temos autoridade divina segundo Gênesis 1:31, para assim crer), podemos fazer uso dessa lei totalmente harmoniosa do bem, expondo-nos aos seus efeitos benéficos. Quando apelamos para Deus, a Mente divina, em busca de idéias espirituais que curam as crenças errôneas das quais nos resultam problemas, rodeia-nos a luz divina, e recebemos resposta à nossa oração. Quando o pensamento se purifica e se eleva espiritualmente, auxiliado pelo estudo devotado da Bíblia e do livro-texto da Ciência Cristã, torna-se receptivo às idéias sempre abundantes da Mente divina, e assim obtemos, com segurança, a cura.”

Depois de pensar um pouco, o novo estudante disse: “Isso eu entendo! Vejo algo da luz, e sinto-me agradecido!”

Logo essa gratidão se evidenciou mais fortemente, à medida que esse homem se preparou diligentemente para receber a cura, que veio depois. Começou a compreender que, para estar agradecido, tinha mais motivos do que havia imaginado. Coisas que lhe passavam despercebidas, agora as reconhecia como bênçãos. Em vez de sentir pena de si mesmo, começou a reivindicar suas bênçãos a diário e a reconhecer a bondade de Deus em muitas coisas que jamais havia notado. À medida que, com gratidão, foi se identificando como herdeiro legítimo do reino de Deus, tornou-se receptivo ao tratamento que, em espírito de oração, a praticista lhe ministrava, e ficou curado.

Um dos hinos do Hinário da Ciência Cristã o resume de uma maneira muito bonita:

Ser grato é riqueza,
Pobreza é queixa alvar;
São provas as tristezas,
Mas bênçãos vêm nos dar.
A vida é luz e ouro
Que Deus tornou veraz;
Ser grato é tesouro,
Felicidade traz.Hinário, n° 249.

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