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“Colorindo” o nosso céu

Da edição de outubro de 1988 dO Arauto da Ciência Cristã


Será que para você o céu é um lugar descolorido, sem graça? Para grande número de pessoas, talvez assim pareça. Essas pessoas imaginam o céu (quando sequer o imaginam) como um lugar altamente desejável, mas onde provavelmente de preferência não permaneceriam, pelo menos não pelo período de tempo por erro denominado “eternidade”! Esse chamado céu não tem nada da riqueza nem do colorido da terra. É habitado por seres transparentes, serenamente felizes, que “sabem” as coisas, mas talvez não as sintam.

Não é de admirar que não nos sintamos especialmente estusiasmados com a idéia de ir para o céu. Compreende-se, portanto, que mesmo aqueles que não estão presos a visíveis pecados carnais, podem vacilar quanto à idéia de abandonar o bem palpável da experiência humana por algo que parece tão nebuloso.

É claro que não é apenas quanto a um conceito de céu que as pessoas se sentem dessa maneira. Qualquer realidade espiritual pode parecer sem graça, comparada com o mundo que nos é transmitido pelos sentidos físicos, esse mundo material e mortal, mas que freqüentemente nos deixa arrebatados com sua beleza e atrativos.

Se essa é nossa impressão, talvez seja também uma espécie de aviso de que precisamos repensar alguns conceitos básicos. É indício de que estamos argumentando contra nosso próprio progresso espiritual. Afinal de contas, se não simpatizamos muito com a realidade espiritual, não nos empenharemos em obtê-la, em troca do conhecimento sobre a existência material.

E se começarmos a perceber que a realidade espiritual, que Cristo Jesus disse ser o reino dos céus dentro em nós, inclui todo o bem verdadeiro que já experimentamos em nossa vida, e infinitamente mais? Será que isso não mudaria nossa atitude em relação à realidade espiritual, tornando nosso pensamento receptivo ao desejo sincero de possuir mais desse bem?

A cura por meios espirituais, mais do que qualquer outra coisa, nos proporciona essa certeza e introspecção. Mostra que quando perscrutamos o reino dos céus, o resultado não é uma atenuação, ou diminuição do bem que tanto amamos, mas sim um aumento desse bem. Jesus não trouxe à humanidade uma teoria etérea, que as pessoas eram solicitadas a adotar. Aonde quer que ele fosse, apresentava um sentido novo e palpável da substancialidade do bem, que parecia então muito menos frágil do que antes. Havia menos razão para o medo. As pessoas percebiam que o bem que havia nelas mesmas e antes parecera tão débil, era fortalecido, e conseguiam abandonar padrões de ódio, medo e sensualidade, que as diminuíam. Eram curadas de enfermidades e restituídas ao seio de suas famílias.

Nos Evangelhos lemos que, em certa ocasião, Jesus alimentou cinco mil pessoas. Mesmo para os padrões atuais, cinco mil pessoas formam um grupo consideravelmente grande. Bem podemos imaginar que as pessoas que o constituíam não deviam ser, de forma alguma, silenciosas e solenes. Elas provavelmente eram barulhentas e um pouco desordenadas, deviam empurrar-se, falar ao mesmo tempo, expressando suas próprias opiniões e fazendo perguntas. Mas Jesus pediu que os discípulos as fizessem sentar. A narrativa direta de uma passagem do livro de Marcos capta o sentido de cor e vitalidade que fluía do ministério de Cristo Jesus.

J. B. Phillips traduz o que deve ter sido o relato do testemunho pessoal do discípulo Pedro a Marcos. “Então Jesus pediu que eles organizassem o povo em grupos, e que os fizessem sentar no gramado verde. Eles se assentaram em grupos de cinqüenta ou cem pessoas, assemeIhando-se a canteiros floridos. Jesus então tomou os cinco pães e os dois peixes e, levantando os olhos ao Céu, agradeceu a Deus, partiu os pães e os deu aos discípulos para que os distribuíssem ao povo.”  Peter’s Portrait Of Jesus (Nashville, Tenessi: Abingdon Press, 1981), p. 70.

A mente humana tende a apresentar as coisas espirituais como descoloridas e mesmo sem vida. Durante muitos séculos apresentou uma idéia incorreta da religião genuína, como se a eata faltassem a vitalidade e a realização. Mas no exemplo citado o cenário não era nada antigo, escuro. Era, sim, colorido, cheio de vida vibrante. E a cena continua viva, pois permanece como exemplo extraordinário do caráter transbordante da bondade infinita de Deus. Essa cena ainda tem a capacidade de sacudir o nosso pensamento. Faz-nos buscar nova compreensão de como as coisas são e de como podem ser para nós, num universo verdadeiramente governado pelo Princípio divino, o Amor. A tradução feita por J. B. Phillips termina assim: “Todos comeram e ficaram satisfeitos. Depois disso recolheram doze cestos cheios de pedaços de pão e peixe que sobraram.”

É claro que tudo o que sabemos sobre o relato da alimentação das cinco mil pessoas é através do que lemos a esse respeito, mas toda e qualquer cura espiritual que tenhamos tido em nossa própria vida, tem esse efeito de nos permitir acesso à vasta realidade palpável do universo da bondade divina. E não são apenas as mudanças materiais que tornam tangíveis as coisas espirituais. Pelo contrário, quando somos curados, geralmente a sensação interior de perceber alguma coisa nova sobre a realidade de Deus nos estimula mais do que o alívio físico que advém da cura. Sabemos nessas ocasiões que o principal não é a mudança na situação material, mas sim a mudança em nossa visão.

E essa mudança de perspectiva, essa visão que adquirimos do verdadeiro universo do Amor divino, não é de maneira alguma descolorida e sem substância. Ao invés disso, ela nos torna muito mais convictos de que o homem à imagem de Deus, isto, é, nossa individualidade espiritual verdadeira, é algo forte e duradouro e está ao nosso alcance agora, para que o conheçamos.

Certa vez fizeram à Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã
Christian Science (kris´tiann sai´ennss), Mary Baker Eddy, uma pergunta relacionada com a substancialidade das coisas espirituais. A resposta da Sra. Eddy incluiu o seguinte comentário: “Em nosso conceito imaturo das coisas espirituais, digamos das belezas do universo dos sentidos: ‘Eu amo vossa promessa; e alguma dia conhecerei a realidade e substância espiritual da forma, da luz e da cor daquilo que agora, por vosso intermédio, só percebo indistintamente; e, quando alcançar esse conhecimento, ficarei satisfeita’.” Miscellaneous Writings, P. 87.

De fato há muita satisfação em sentir que o céu de Deus, a realidade espiritual, não é descolorido, não é menos cheio de vida, de bondade, de inteligência, porém mais rico, mais completo, aprimorando até mesmo os menores fragmentos do bem que já conhecemos e amamos. E é ainda mais encorajador saber que essa realidade espiritual não está em algum outra lugar, mas, como Jesus disse, está “dentro” de nós agora, aonde quer que estejamos.


Todas as tuas obras te renderão graças, Senhor;
e os teus santos te bendirão.
Falarão da glória do teu reino,
e confessarão o teu poder.

Salmos 145: 10, 11

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